Utilização de DNA P36(LACK) na indução de resposta imune e na proteção contra infecção por Leishmania chagasi em camundongos BALB/C.
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Data
2004
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Editor
Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas. Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós Graduação, Universidade Federal de Ouro Preto.
Resumo
A leishmaniose visceral americana no Brasil é uma zooantroponose inicialmente restrita a áreas rurais e peri-urbanas. Com a emergência de novos focos em áreas urbanas, essa doença passou a ter influências significativas na saúde pública, e a vacinação é um importante mecanismo de proteção. Vários protocolos de vacinação vêm sendo testados para as diferentes formas de leishmaniose, e o uso de vacinas de DNA é uma alternativa interessante devido à sua capacidade de indução de imunidade celular prolongada. Além disso, essas vacinas estimulam respostas humorais, auxiliares e citotóxicas, sendo as duas últimas muito importantes para a indução de uma resposta protetora em modelos murinos de leishmaniose visceral. A LACK (homóloga de Leishmania de receptores de proteína quinase C ativada) é uma proteína de 36 kDa altamente conservada entre as diferentes espécies e formas evolutivas de Leishmania, e induz proteção contra infecção cutânea por L. major por intermédio do redirecionamento da resposta patogênica (Th2) para a protetora (Th1), quando administrada como a versão reduzida de 24 kDa. Sua eficácia como antígeno em vacinações contra L. chagasi ainda não foi avaliada. Nós testamos, então, uma vacina de DNA que codifica o gen p36(LACK) (DNA p36(LACK)), administrada pela via intramuscular ou subcutânea, objetivando avaliar seu potencial imunogênico e protetor e sua capacidade de indução de resposta imune prolongada contra L. chagasi. Nossos resultados demonstraram que a vacinação com DNA p36(LACK) pela via intramuscular induz uma resposta do tipo 1 (produção de IFN-, mas não de IL-4) quando esplenócitos de camundongos vacinados, mas não desafiados, são estimulados com antígenos de L. chagasi (50, 100 ou 150 g/mL de antígeno solúvel ou 50 g/mL de antígeno particulado) ou proteína p36(LACK) recombinante (5 g/mL). Não houve produção de TNF ou de óxido nítrico por esses esplenócitos. O mesmo não foi observado quando se utilizou a via subcutânea de imunização, onde não se detectou produção de nenhuma das citocinas ou de óxido nítrico pelos esplenócitos submetidos aos mesmos estímulos. A produção significativa de IFN-por esplenócitos estimulados de camundongos vacinados pela via intramuscular e submetidos a desafio endovenoso com promastigotas de L. chagasi 4 ou 12 semanas após a dose de reforço demonstrou a capacidade da vacina de garantir resposta imune prolongada. Entretanto, não houve diminuição de carga parasitária hepática ou esplênica de camundongos vacinados em relação aos controles, demonstrando que a resposta imune induzida pela vacina foi insuficiente para proteger esses camundongos contra o desafio sistêmico, considerando-se quaisquer das vias de vacinação utilizadas. Portanto, a vacina de DNA p36(LACK) administrada pela via intramuscular se mostrou imunogênica e capaz de induzir resposta imune do tipo 1 prolongada, mas não foi capaz de induzir proteção contra desafio sistêmico por L. chagasi.
Descrição
Palavras-chave
Leishmania chagasi, Leishmaniose visceral americana - Brazil, Imunobiologia de protozoários, DNA
Citação
SILVA, E. de A. M. da. Utilização de DNA P36(lack) na indução de resposta imune e na proteção contra infecção por Leishmania chagasi em camundongos BALB/C. 2004. 210 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Biológicas) - Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2004.