Lesões cardíacas associadas à infecção oral pelo T. cruzi em camundongos.
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Data
2020
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Resumo
A via oral representa atualmente a principal forma de transmissão do T. cruzi no Brasil,
especialmente na região Amazônica. Os surtos da doença de Chagas por essa via ocorrem em
sua maioria pela contaminação de alimentos como o açaí e os indivíduos apresentam quadros
graves com acometimento cardíaco. Além disso, altas taxas de mortalidade são registradas
ainda na fase aguda da doença. Sendo assim, o objetivo desse trabalho foi avaliar as lesões
cardíacas em camundongos infectados pela via oral e intraperitoneal com as cepas Be-78 e
VL-10 do T. cruzi. Para isso, camundongos Swiss foram distribuídos em três grupos
experimentais: controle não infectado (C); infectados pela via oral (VO) e infectados pela via
intraperitoneal (VI). Os animais dos grupos VO e VI foram inoculados com 1x105
formas
tripomastigotas metacíclicas das cepas Be-78 e VL-10 e eutanasiados nos dias 14, 21, 28, 35,
42 (fase aguda) e 180 (fase crônica) após a infecção para a cepa Be-78 e no dias 14, 21 e 28
(fase aguda) após a infecção para a cepa VL-10. Foram avaliadas a curva de parasitemia e a
taxa de sobrevida durante todo o experimento. Além disso, foram coletados o sangue
periférico para a obtenção do soro com o objetivo de analisar a atividade da isoenzima CKMB e o coração in totum para avaliar o parasitismo cardíaco, o processo inflamatório, a
neoformação de colágeno e a expressão de fibronectina (FN). Na infecção com a cepa Be-78,
o grupo VO apresentou pico máximo de parasitemia no 24° DAI e o grupo VI no 23º DAI.
Em relação à infecção com a cepa VL-10, o grupo VO apresentou pico máximo de
parasitemia no 22° DAI e o grupo VI no 21º DAI. Na infecção com a cepa Be-78, os animais
do grupo VO apresentaram aumento significativo do parasitismo cardíaco no 21º DAI e no
21º e 28º DAI no grupo VI. Já na infecção com a cepa VL-10, o parasitismo cardíaco
apresentou aumento significativo somente no grupo VI no 21º DAI. Em relação à atividade de
CK-MB, somente os animais do grupo VO apresentaram aumento, sendo estes no 14º e 35º
DAI na infecção com a cepa Be-78, enquanto que na infecção com a cepa VL-10 a dosagem
da atividade de CK-MB foi maior no 14º e 21º DAI no grupo VO e no 21º DAI no grupo VI.
Quanto ao processo inflamatório, na infecção com a cepa Be-78 observou-se aumento durante
toda a fase aguda no grupo VO e no 35º e 42º DAI no grupo VI. Na infecção com a cepa VL10, o processo inflamatório no grupo VO também foi anterior, observado no 14º e 21º DAI e
enquanto no grupo VI ocorreu somente no dia 21º DAI. Em relação ao reparo tecidual, foi
detectado deposição de colágeno somente na infecção com a cepa VL-10, no 28º no grupo VI.
A expressão de FN foi avaliada na fase aguda tardia (42º DAI) e na fase crônica (180º DAI)
da infecção com a cepa Be-78, e somente o grupo VO apresentou aumento da expressão de
FN no 42º DAI. Esses resultados indicam que a infecção pela via oral com as formas
tripomastigotas metacíclicas das cepas Be-78 e VL-10 do T. cruzi resultaram em lesões
cardíacas mais precoces e intensas na fase aguda em relação à via intraperitoneal.
Descrição
Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas. Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Pró-Reitoria de Pesquisa de Pós Graduação, Universidade Federal de Ouro Preto.
Palavras-chave
Doença de Chagas, Coração - ferimentos e lesões, Alimentos - contaminação, Tripanossoma cruzi
Citação
CARVALHO, Thaís Vieira de. Lesões cardíacas associadas à infecção oral pelo T. cruzi em camundongos. 71 f. 2020. Tese (Doutorado em Ciências Biológicas) - Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2020.