Variabilidade da frequência cardíaca e sua relação com os traços e comportamentos pró- sociais.

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Data
2014
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Resumo
Espécies sociais são aquelas que formam organizações que se estendem além do indivíduo. Os seres humanos, que são espécies sociais, possuem mecanismos genéticos, celulares, hormonais, neurais e comportamentais que os ajudam na sobrevivência, reprodução, e cuidado com a prole de forma que a herança genética consiga ser passada para a geração seguinte. O objetivo desse estudo foi verificar a existência de associação entre os traços e comportamentos pró-sociais e a variabilidade da frequência cardíaca (VFC). Foram avaliados 120 estudantes universitários da Universidade Federal de Ouro Preto, voluntários, de ambos os sexos, com idade média de 21,8 (± 2,21) anos. Para avaliar os traços pró-sociais utilizou-se as seguintes escalas: Perfil de Relacionamento (RSQ), Resiliência (ER-89) e Traço de Afeto Positivo e Negativo (PANAS) e para avaliar o comportamento pró-social utilizou-se uma tarefa onde o experimentador deixava uma caneta cair “acidentalmente” próximo ao voluntário e media-se o tempo gasto para pegar a caneta no chão. Foi realizado o registro do eletrocardiograma (ECG) durante 10min em repouso, na posição supina, para extração dos componentes da VFC [HF e RMSSD, que representam a atividade parassimpática; Frequência Cardíaca (FC), que representa a atividade simpática e parassimpática; LF, que representa a sensibilidade barorreflexa e o SDNN, que representa a VFC global]. Foram utilizadas correlações de Spearman para investigar a associação entre os índices da VFC e os traços e comportamentos pró-sociais. O perfil de relacionamento seguro se correlacionou negativamente com a FC (Rho= -0.17; p = 0.04), enquanto o perfil preocupado se correlacionou negativamente com o log RMSSD (Rho = -0.19; p = 0.03), log HF (Rho = -0.17; p = 0.05), log LF (Rho = -0.18; p = 0.03) e log SDNN (Rho = - 0.16; p = 0.06). Encontrou-se também uma correlação positiva entre o interesse, uma sub-escala da escala de traço de afeto positivo, e o log HF (Rho = 0.23; p = 0.01) e o log LF (Rho = 0.24; p < 0.01). Além disso, houve uma tendência de associação positiva entre a escala de resiliência e o log HF (Rho = 0.15; p = 0.08) e o log LF (Rho = 0.15; p = 0.08). O tempo gasto para pegar a caneta correlacionou-se positivamente com o perfil preocupado (Rho = 0.18; p = 0.04) e houve uma tendência de associação negativa com o traço de afeto positivo (Rho = -0.15; p = 0.09) e com a alegria (Rho = -0.16; p = 0.06), que é uma sub-escala da escala de traço de afeto positivo. Ademais, o tempo gasto também se correlacionou negativamente com os componentes parassimpáticos, log RMSSD (Rho = -0.17; p = 0.05) e log HF (Rho = -0.18; p = 0.04). Concluímos que a variabilidade da frequência cardíaca em repouso, especialmente a atividade cardíaca parassimpática e a sensibilidade barorreflexa estão associadas ao maior comportamento e traços pró-sociais, o que pode ser um indicativo de melhor saúde física e mental.
Descrição
Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas. Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós Graduação, Universidade Federal de Ouro Preto.
Palavras-chave
Sistema cardiovascular, Coração - doenças, Resiliência - traço de personalidade
Citação
ÁLVARES, R .S. R. Variabilidade da frequência cardíaca e sua relação com os traços e comportamentos pró- sociais. 2014. 87 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Biológicas) - Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2014.