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Título: Estudo fitoquímico da fração metanólica do extrato etanólico das folhas e avaliação da atividade anti-inflamatória e antinociceptiva de Campomanesia velutina (Cambess.) O. Berg.
Autor(es): Michel, Marcela Carolina de Paula
Orientador(es): Guimarães, Dênia Antunes Saúde
Guimarães, Andrea Grabe
Palavras-chave: Agentes antiinflamatórios
Atividade antinociceptiva
Óxido nítrico
Interleucina 10
Fator de necrose tumoral alfa
Data do documento: 2011
Editora / Evento / Instituição: Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas. CIPHARMA, Escola de Farmácia, Universidade Federal de Ouro Preto.
Referência: MICHEL, M. C. de P. Estudo fitoquímico da fração metanólica do extrato etanólico das folhas e avaliação da atividade anti-inflamatória e antinociceptiva de Campomanesia velutina (Cambess.) O. Berg. 2011. 118 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Farmacêuticas) - Escola de Farmácia, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2011.
Resumo: As espécies do gênero Campomanesia (Myrtaceae), popularmente conhecidas como gabiroba ou guavira, são utilizadas na medicina popular para o tratamento de diversas condições clínicas, incluindo inflamação e reumatismo. Apesar do uso tradicional destas espécies, não existem estudos que corroborem sua utilização para esta finalidade. Assim, este trabalho teve como objetivo pesquisar a atividade anti-inflamatória e antinociceptiva do extrato etanólico de Campomanesia velutina e de suas frações acetato de etila e metanólica, bem como realizar o estudo fitoquímico da fração metanólica desta espécie vegetal. No estudo fitoquímico, o extrato etanólico bruto (EB) das folhas de C. velutina foi submetido à cromatografia em coluna de filtração originando as frações hexânica (FH), acetato de etila (FA) e metanólica (FM). Do fracionamento cromatográfico de FM foi isolado o flavonol miricetina 3-O-ramnosídeo. Com o objetivo de avaliar a atividade anti-inflamatória e antinociceptiva de EB, FA e FM, os mesmos foram submetidos aos métodos in vivo de edema de pata induzido pela carragenina, contorções induzidas pelo ácido acético e placa quente. No método do edema de pata induzido pela carragenina, EB, FA e FM foram administrados por via oral nas doses de 100 e 300 mg/kg e o edema mensurado antes e 3, 6 e 24 h após a administração da solução de carragenina. EB e FA, nas duas doses avaliadas (100 e 300 mg/kg), bem como FM na maior dose (300 mg/kg) inibiram significativamente a formação do edema. A partir da terceira hora foi observada uma redução gradativa no edema desenvolvido para EB (100 mg/Kg; D% 28,53 ± 5,03; 300 mg/kg, D% 26,84 ± 4,79), FA (100 mg/Kg; D% 31,58 ± 8,46; 300 mg/kg, D% 15,02 ± 4,43) e FM (100 mg/Kg; D% 40,21 ± 4,58; 300 mg/kg, D% 19,79 ± 2,89), enquanto para o grupo não tratado esta variação foi de 54,70% ± 8,95. O efeito observado foi comparável ao fármaco padrão, a indometacina (27,32% ± 3,76). No tempo 6 h, foi observada uma menor variação percentual da espessura das patas em todos os grupos. Vinte e quatro horas após a administração da carragenina houve uma acentuada redução no tamanho do edema desenvolvido em todos os grupos. No método de contorções abdominais, EB na dose de 300 mg/kg e FA nas duas doses avaliadas (100 e 300 mg/kg) produziram redução significativa no número de contorções com 84,01%, 65,45% e 71,43% de inibição em relação ao grupo controle, respectivamente. A atividade antinociceptiva destes grupos foi similar à do fármaco padrão, a indometacina (68,66% de inibição). No método da placa quente, o tempo de latência, ou seja, o tempo necessário para que os animais reagissem ao estímulo nociceptivo provocado pelo calor, foi mensurado antes e 30, 60 e 120 minutos após a administração das soluções do extrato, frações, veículo e morfina (fármaco padrão). A administração por via oral de EB, FA e FM não produziu um aumento significativo nos tempos de latência em relação à observação inicial, indicando que a atividade antinociceptiva observada não envolve mecanismos centrais, sendo mediada perifericamente. O extrato etanólico bruto, suas frações acetato de etila e metanólica e as substâncias isoladas da fração metanólica miricetina 3-Oramnosídeo e S43p foram avaliadas in vitro quanto à sua capacidade de modular a produção de NO, TNF-α e IL-10 por macrófagos J774A.1 estimulados por LPS/IFN-γ. A avaliação in vitro mostrou que FA, miricetina e a substância S43p inibiram a produção de NO nos macrófagos J774A.1. A miricetina também induziu a produção da citocina antiinflamatória IL-10. Nenhuma das amostras foi capaz de inibir a produção de TNF-α. Os resultados obtidos demonstraram pela primeira vez a atividade anti-inflamatória e antinociceptiva de C. velutina. Apesar dos mecanismos de ação envolvidos não terem sido completamente elucidados, parecem envolver a via do NO e da IL-10. As substâncias isoladas parecem contribuir para a atividade. Os resultados obtidos justificam o uso da espécie na medicina popular para o tratamento de condições inflamatórias e dolorosas.
Resumo em outra língua: The species of Campomanesia (Myrtaceae), popularly known as “gabiroba” or “guavira”, are used in folk medicine to treat various medical conditions, including inflammation and rheumatism. Despite the traditional use of these species, there is a lack of studies to substantiate their use for this purpose. Thus, the aim of this study is to investigate the anti-inflammatory and antinociceptive activity of crude ethanolic extract from Campomanesia velutina and its ethyl acetate and methanolic fractions, as well as hold the phytochemical study of methanolic fraction of this plant. In the phytochemical study, the crude ethanolic extract (EB) of the leaves of C. velutina was submitted to column chromatography filtration yielding the hexane (FH), ethyl acetate (FA) and methanolic (FM) fractions. From chromatographic fractionation of FM was isolated the flavonol myricetin 3-O-rhamnoside. In order to evaluate the anti-inflammatory and antinociceptive activity of EB, FA and FM, they were evaluated in carrageenan-induced paw oedema, acetic acid-induced writhing and hot plate test. In the carrageenan-induced paw oedema, EB, FA and FM were orally administered at doses of 100 and 300 mg/kg and the paw oedema was measured before and 3, 6 and 24 h after carrageenan injection. EB and FA evaluated at both doses (100 and 300 mg/kg), and FM at the highest dose (300 mg/kg) significantly inhibited the formation of oedema. From the third hour was observed a gradual reduction in oedema developed for EB (100 mg/Kg; D% 28.53 ± 5.03; 300 mg/kg, D% 26.84 ± 4.79), FA (100 mg/Kg; D% 31.58 ± 8.46; 300 mg/kg, D% 15.02 ± 4.43) e FM 100 mg/Kg; D% 40.21 ± 4.58; 300 mg/kg, D% 19.79 ± 2.89), while on the untreated group this change was 54.70% ± 8,95. The observed effect was comparable to standard drug, indomethacin (27.32% ± 3.76). At the time 6 h, there was a lower percentage change in the thickness of paws in all groups. Twenty-four hours after administration of carrageenan there was a marked reduction in the size of oedema developed in all groups. In the acetic acid-induced abdominal writhing, EB at major dose (300 mg/kg) and FA at both doses (100 and 300 mg/kg) produced a significant reduction in the number of contortions with 84.01%, 65.45% and 71.43% of inhibition, respectively. The antinociceptive activity of these groups was similar to the standard drug, indomethacin (68.66% inhibition). In the hot plate test, the latency time, i.e., the time required for animals to react to the stimulus caused by noxious heat, was measured before and 30, 60 and 120 minutes after administration of the solutions of the extract, fractions, vehicle and morphine (standard drug). Oral administration of EB, FA and FM did not produce a significant increase in latency times, indicating that the observed analgesic activities do not involve central mechanisms, being peripherally mediated. The crude ethanolic extract, its acethyl acetate and methanolic fractions and isolated compounds from metanolic fraction myricetin 3-O-ramnosídeo and S43p were also evaluated in vitro for their ability to modulate the production of NO, TNF-α and IL-10 by macrophages J774A.1 stimulated by LPS/IFN-γ. The in vitro results showed that FA, myricetin and the substance S43p inhibited NO production in macrophages J774A.1. Myricetin also induced the production of IL-10 anti-inflammatory cytokine. None of the samples was able to inhibit the production of TNF- α. The results demonstrated for the first time the anti-inflammatory and antinociceptive activity of C. velutina. Although the complete mechanisms underlying these actions remain to be elucidated, it seems to involve the NO and IL-10 pathway. The isolated compounds seem to contribute to these actions. The results obtained justify the use of the plant extract in folk medicine for the treatment of inflammatory and painful conditions.
URI: http://www.repositorio.ufop.br/handle/123456789/3162
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