PPGSN - Mestrado (Dissertações)

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    Percepção de suporte social, consumo alimentar e ganho de peso em estudantes universitários durante a pandemia de covid-19 : estudo PADu-Covid.
    (2023) Bruno, Thais Calcagno Vidon; Carraro, Júlia Cristina Cardoso; Barroso, Sabrina Martins; Carraro, Júlia Cristina Cardoso; Barroso, Sabrina Martins; Mendonça, Raquel de Deus; Sartorelli, Daniela Saes
    O surgimento da covid-19 levou à adoção de medidas de contenção da doença, como distanciamento social e fechamento de escolas e universidades, contribuindo para alteração na percepção suporte de social e modificação de estilos de vida. O objetivo desse estudo foi avaliar a percepção de suporte social durante a pandemia de covid-19, e sua associação com o consumo alimentar e ganho de peso em estudantes universitários da graduação de uma instituição de ensino superior do estado de Minas Gerais. Trata-se de um estudo longitudinal com duração de 9 meses, conduzido por meio de amostra de conveniência, em que todos os estudantes de graduação foram convidados a participar. Os participantes receberam um convite via e-mail respondendo a um questionário virtual, autoaplicado e confidencial. Foram coletados dados sociodemográficos e econômicos (idade, sexo, cor da pele, orientação sexual, estado civil, ocupação profissional e escolaridade dos responsáveis, renda familiar mensal e número de moradores por domicílio); clínicos (diagnóstico prévio de outras doenças), de estilo de vida (prática de atividade física, comportamento sedentário, consumo de bebidas alcoólicas, de drogas ilícitas e hábito de fumar), antropométricos (peso e altura autorrelatados), de consumo alimentar e comportamental (suporte social). A variável de suporte social foi avaliada por meio da Escala de Percepção de Suporte Social para Estudantes Universitários (EPSSEU), criada e validada para determinar a percepção de suporte social em universitários durante períodos de isolamento social, sendo considerada a variável de exposição. A variável peso foi avaliada longitudinalmente, e classificada com ganho de peso aqueles indivíduos cuja variação positiva foi maior do que 3% após 9 meses. O consumo alimentar foi avaliado por meio de questionário de frequência alimentar qualitativo, a partir do qual foi calculado um escore de equivalentes de frequência de consumo semanal utilizado para a avaliação de consumo mais ou menos saudável, a partir do somatório desse escore. A variável diferença no consumo foi calculada entre a linha de base e após 9 meses. As análises foram realizadas conforme a normalidade dos dados, sendo utilizados os testes T de Student (ou Mann-Whitney), Análise de Variância (ANOVA) (ou Kruskal-Wallis), teste T pareado (ou Wilcoxon), Qui-Quadrado ou Exato de Fisher, correlação de spearman, análises de confiabilidade interna e fatorial para a validação da escala e equações de estimativas generalizadas para avaliação das associações. Por meio de Análise Fatorial Exploratória, a escala foi subdividida em duas dimensões: suporte da família e amigos (SAF) e suporte da universidade (SU), sendo que, quanto maior os escores, maior a percepção de suporte social, apresentando os seguintes índices: RMSEA= 0,110; CFI= 0,969; TLI= 0,941, ω de McDonald’s= 0,835 e alfa de Cronbach= 0,819. A escala foi inversamente associada com os escores de ansiedade, depressão e estresse. Houve um aumento na percepção de suporte social entre os estudantes universitários durante a pandemia. A melhor qualidade da alimentação foi associada ao maior suporte social percebido total e por amigos/família, demonstrando que o ter apoio social está relacionado a uma alimentação de melhor qualidade, no entanto, não houve associação com o ganho de peso. Dessa forma, ficou demonstrado que o suporte social é um fator importante que medeia as relações sociais, de forma que quanto maior a percepção, melhor a qualidade da alimentação de estudantes universitários.
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    Coocorrência de comportamentos obesogênicos e sintomas de ansiedade e depressão durante os meses iniciais da pandemia da covid-19 : PADu-COVID, um estudo com universitários.
    (2022) Barbosa, Bruna Carolina Rafael; Meireles, Adriana Lúcia; Machado, Elaine Leandro; Meireles, Adriana Lúcia; Machado, Elaine Leandro; Menezes, Mariana Carvalho de; Vidigal, Fernanda de Carvalho
    Introdução: Os anos de universidade são um período crítico para os adultos jovens, pois eles tendem a aumentar à exposição a comportamentos obesogênicos e estão mais vulneráveis a problemas que comprometem a saúde mental. Há poucos estudos na literatura que avaliam as possíveis associações entre transtornos mentais e a coocorrência de comportamentos obesogênicos em estudantes universitários, apesar da importância que a temática desempenha na prevenção e promoção da saúde. Objetivo: Estimar a prevalência dos sintomas de ansiedade e depressão e verificar a associação com a coocorrência de comportamentos obesogênicos em estudantes de graduação de uma Instituição Federal de Ensino Superior durante os primeiros meses da pandemia da covid-19. Métodos: Estudo transversal com dados da linha de base de uma pesquisa longitudinal realizada com estudantes de graduação das áreas de Ciências da Vida, Ciências Exatas e Ciências Humanas e Sociais e Aplicadas da Universidade Federal de Ouro Preto. A coleta de dados foi realizada entre julho a agosto de 2020 por meio de um questionário on-line e autoaplicável distribuído por correio eletrônico. A variável desfecho (sintomas de ansiedade e sintomas de depressão) foi avaliada por meio da escala DASS-21 (Depression, Anxiety and Stress Scale-21), traduzida e validada para o português. A coocorrência dos comportamentos obesogênicos variou de zero a quatro e foi mensurada a partir do somatório dos seguintes comportamentos de risco: consumo irregular de frutas e hortaliças (≤ 4 dias da semana); consumo frequente de alimentos ultraprocessados (≥ 5 dias da semana), inatividade física no lazer (estudantes que não praticaram nenhuma atividade física nos últimos três meses ou praticaram menos que 150 ou 75 minutos/semana de atividade física de intensidade moderada ou vigorosa, respectivamente) e comportamento sedentário (tempo total sentado ≥ 10 horas/dia). Na análise exploratória, foi utilizado o diagrama de Venn. Para verificar a associação entre os sintomas de ansiedade e sintomas de depressão e a coocorrência de comportamentos obesogênicos, primeiramente, foi construído um modelo teórico de causalidade por meio de Gráfico Acíclico Dirigido para selecionar as variáveis de ajuste e, posteriormente realizada regressão logística multivariada, sendo que a medida de associação usada foi a Odds Ratio (OR) com intervalos de confiança de 95% (IC95%). Resultados: Participaram do estudo 1.353 estudantes, com idade entre 18 e 24 anos. Os sintomas de ansiedade e sintomas de depressão estiveram presentes em 46,1% e 54,6 % dos participantes, respectivamente. A combinação mais prevalente de comportamentos obesogênicos entre os estudantes foi o consumo frequente de alimentos ultraprocessados, inatividade física no lazer e comportamento sedentário (17,2%). Verificou-se que quanto maior o número de comportamentos obesogênicos simultâneos, maior a chance de os estudantes apresentarem sintomas de ansiedade [OR: 2,90 (IC95%: 1,83-4,59)] e depressão [OR: 3,42 (IC95%: 2,18- 5,37)]. Conclusão: Este estudo sugere uma elevada prevalência de transtornos mentais entre os estudantes durante o período de suspensão das atividades presenciais na universidade, além da associação entre múltiplos comportamentos obesogênicos e sintomas de ansiedade e sintomas depressão. Esses achados reforçam a necessidade de desenvolver ações de saúde pública para melhor abordar questões de saúde mental no ambiente universitário e indica a importância de programas de promoção de estilo de vida saudável direcionados a grupos específicos de estudantes para reduzir o risco de desenvolvimento de doenças crônicas e melhorar o bem-estar físico e mental entre os estudantes, principalmente, considerando os efeitos da pandemia da covid-19.
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    Risco de hipertensão arterial em adultos jovens com polimorfismo in/Del da ECA não é influenciado pelo aleitamento materno.
    (2022) Silva, Ana Flavia Martins; Carraro, Júlia Cristina Cardoso; Queiroz, Karina Barbosa de; Carraro, Júlia Cristina Cardoso; Queiroz, Karina Barbosa de; Hermsdorff, Helen Hermana Miranda; Ferreira, Carolina Nicoletti; Amaral, Joana Ferreira do
    A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é um grave problema de saúde pública que afeta crianças e adultos. Dada sua natureza multifatorial, a interação entre mecanismos genéticos e ambientais, como o aleitamento materno (AM), pode influenciar no maior ou menor risco de desenvolvimento da mesma. Diversos polimorfismos já foram descritos por influenciar os valores de pressão arterial (PA). O atual estudo tem como objetivo avaliar o efeito do aleitamento materno exclusivo (AME) em conjunto com o polimorfismo do gene da Enzima Conversora de Angiotensina (ECA) e a sua relação com o desenvolvimento de HAS na vida adulta, bem como com os níveis séricos de angiotensina II (ANG II). Este é um estudo de coorte prospectivo denominado “Coraçõezinhos de Ouro Preto”, iniciado no município de Ouro Preto em 2006 com indivíduos de 6 a 14 anos, estudantes do ensino fundamental da área urbana. Na época estes sujeitos foram avaliados quanto a parâmetros sociodemográficos, antropométricos, clínicos, condições perinatais e foi realizada a coleta de sangue venoso para extração de DNA, para então genotipagem, através da técnica de reação em cadeia de polimerase, quanto ao polimorfismo da ECA. A atual coleta de dados constou de um questionário sociodemográfico autoaplicado por plataforma online, coleta de sangue para avaliação bioquímica (glicose, colesterol total, LDL-colesterol, HDL-colesterol, triglicérides e ANG II), avaliação antropométrica e da composição corporal por meio da bioimpedância tetrapolar (InBody 120) para obtenção dos dados de peso, percentual de gordura, massa muscular e índice de massa corporal (IMC), e aferição da PA. Foram avaliados 101 indivíduos (57 do sexo feminino e 49 do sexo masculino), com mediana de idade de 25,96 anos. A prevalência de HAS foi de 24,75% no seguimento. Com relação ao genótipo, 19,2% eram homozigotos para inserção (II), 50,5% heterozigotos (ID) e 30,3% homozigotos para deleção (DD). O polimorfismo da ECA não esteve relacionado à HAS, bem como o AM. No entanto, indivíduos ID+DD apresentaram menores concentrações de ANG II e maior frequência cardíaca (FC), esses resultados não se mantiveram após ajustes por peso, sexo, escolaridade, uso de tabaco e de bebida alcoólica. Houve interação do AM exclusivo (AME) por 6 meses e o genótipo II, levando à redução dos níveis séricos de ANG II. Conclui-se que o AME por 6 meses possui um efeito protetor apenas em portadores do genótipo II em relação aos níveis de ANG II, mas este efeito não se traduziu na redução dos níveis pressóricos.
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    Associação dos sintomas de transtorno de ansiedade com a mudança dos escores de alimentação e do peso corporal em universitários durante a pandemia da covid-19 (Projeto PADu-COVID).
    (2022) Neves, Ana Cláudia Morito; Carraro, Júlia Cristina Cardoso; Meireles, Adriana Lúcia; Carraro, Júlia Cristina Cardoso; Meireles, Adriana Lúcia; Coelho, Carolina Gomes; Molina, Maria del Carmen Bisi
    A ansiedade se caracteriza como um transtorno mental e vem se apresentando de forma crescente na população, em especial entre os universitários, podendo afetar os hábitos alimentares e alterar o peso corporal. Durante momentos de crise, como a pandemia da covid-19, esse transtorno pode ocorrer de forma mais prevalente, devido às mudanças ocorridas de forma repentina na rotina dos indivíduos. Dessa forma, este estudo teve por objetivo avaliar a associação dos sintomas de transtorno de ansiedade com a mudança dos escores de alimentação e do peso corporal em universitários durante a pandemia da covid-19. Métodos: Foi realizado um estudo de acompanhamento longitudinal de 628 estudantes da Universidade Federal de Ouro Preto. Os participantes responderam a um questionário on-line, em dois momentos, contemplando questões sociodemográficas, de estilo de vida e condições de saúde. A variável de exposição do estudo, sintomas de transtornos de ansiedade, foi obtida através da escala DASS–21 (Depression, Anxiety and Stress Scale -21) traduzida e validada para o português. Em ambos os momentos (T0 e T3), os participantes foram indagados quanto ao peso corporal (kg) e o consumo alimentar. Para a análise dos escores de alimentação foram usados equivalentes semanais para calcular o escore total da ingestão alimentar de cada momento para cada grupo de alimento, sendo que uma maior pontuação indicava melhor qualidade dos escores alimentares. A associação entre os sintomas de transtorno de ansiedade com a mudança dos escores de alimentação e do peso corporal foi avaliada por meio da Equação de Estimativas Generalizadas (GEE) no software estatístico STATA versão 13.0. Resultados: Os resultados demonstram um aumento nos escores de ansiedade e no peso dos universitários, quando analisada a diferença entre o T0 e T3 do estudo. Não foi encontrada associação dos sintomas de transtorno de ansiedade com os desfechos avaliados, mudança dos escores de alimentação e peso corporal dos universitários. Conclusão: Embora um pequeno aumento dos sintomas de ansiedade e do peso corporal tenha sido observado, as mudanças dos escores de alimentação e do peso corporal dos estudantes não estiveram associadas à ansiedade.
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    Desenvolvimento de uma ferramenta multidimensional para avaliação da qualidade do serviço de delivery de alimentos.
    (2023) Devêza, Marcela Henriques; Carvalho, Natália Caldeira de; Mendonça, Raquel de Deus; Carvalho, Natália Caldeira de; Mendonça, Raquel de Deus; Freitas, Patrícia Pinheiro de; Carvalho, Izabela Maria Montezano de
    O consumo alimentar fora do lar e a utilização dos serviços de delivery de refeições aumentaram expressivamente nos últimos 20 anos devido às mudanças no perfil do consumidor brasileiro. Como os consumidores do serviço de delivery de alimentos buscam por experiências que atinjam suas expectativas, sua percepção a respeito desse serviço pode fornecer informações que permitem aos serviços de alimentação entender suas expectativas e elaborar estratégias para melhorar a qualidade do seu produto. Os objetivos deste trabalho foram identificar o comportamento de consumo e percepção dos consumidores sobre o serviço de delivery de alimentos e elaborar uma ferramenta multidimensional para avaliar a qualidade desse serviço (nas dimensões higienicossanitária, nutricional, sensorial e de serviço). Trata-se de um estudo com abordagem quantitativa e qualitativa, realizado com consumidores brasileiros de delivery de alimentos. O estudo foi desenvolvido em três etapas, sendo: (1) realização de grupos focais com roteiro de entrevistas com base no referencial teórico- metodológico da abordagem qualitativa; (2) elaboração e aplicação de um questionário para avaliar o comportamento e determinantes de consumo de delivery de alimentos – técnica quantitativa; e (3) elaboração da ferramenta de avaliação da qualidade do serviço de delivery em serviços de alimentação. A praticidade e o desejo ou a sensação de prazer foram apontados como os principais motivos para a compra de alimentos por delivery, enquanto os principais determinantes para a escolha envolvem não só o alimento e sua qualidade, mas também o atendimento do estabelecimento, o suporte realizado por ele, a embalagem e o comportamento do entregador. Os resultados proporcionaram a elaboração de uma ferramenta com os indicadores de qualidade de quatro dimensões, no formato digital, para avaliar a qualidade do serviço de delivery dos serviços de alimentação. Essa ferramenta pode ajudar os serviços de alimentação a identificar problemas e melhorar a qualidade do serviço. Além disso, pode auxiliar a avaliar e medir a eficiência do serviço de delivery, e identificar e corrigir problemas de logística e entrega.
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    Intervenção nutricional dietética versus motivacional : modulação dos biomarcadores inflamatórios na hipertensão arterial.
    (2024) Aguiar, Vanessa Simões; Amaral, Joana Ferreira do; Ribeiro, Silvana Mara Luz Turbino; Amaral, Joana Ferreira do; Ribeiro, Silvana Mara Luz Turbino; Vieira, Renata Adrielle Lima; Reis, Erika Cardoso dos
    A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é uma condição clínica multifatorial caracterizada por elevação sustentada dos níveis pressóricos. O processo inflamatório existente na hipertensão é uma resposta complexa que consiste em interações entre células inflamatórias, como macrófagos e linfócitos T, levando ao aumento da expressão de moléculas de adesão, citocinas, metaloproteinases de matriz e fatores de crescimento. Nesse sentido, alguns marcadores bioquímicos têm sido sugeridos como auxiliares do diagnóstico e do acompanhamento de pacientes com hipertensão, com destaque para TNF- e IL-6. Uma das principais recomendações não medicamentosas no tratamento da hipertensão é a alimentação adequada e saudável. Objetivo: Avaliar se existe diferença entre a intervenção dietética nutricional tradicional e a intervenção dietética por entrevista motivacional na modulação dos parâmetros inflamatórios e sua correlação com a HAS em usuários da Atenção Primária à Saúde (APS). Métodos: O projeto foi realizado com pacientes hipertensos, moradores de Ouro Preto com idade a partir de 20 anos. A primeira etapa foi a linha de base com caracterização da amostra, análise dos fatores associados aos níveis pressóricos e coleta de sangue para análise bioquímica e dos biomarcadores PCR e IL-6. A segunda foi a intervenção nutricional composta de dois grupos: Intervenção convencional – atendimento convencional pautado na dietoterapia vigente para a hipertensão e; Intervenção motivacional – atendimento pautado na teoria da entrevista motivacional e nas orientações da segunda edição do Guia Alimentar para a População Brasileira. A terceira etapa consistiu na avaliação da efetividade da Intervenção Nutricional com a coleta de sangue para a análise bioquímica após 6 meses de intervenção nutricional. Resultados: Na análise entre grupos houve diferença significativa após a intervenção para colesterol (p=0,004) e LDL (p=0,002).
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    Correlações entre a intensidade da dor e o perfil inflamatório em mulheres androides e ginoides com diagnóstico de dor crônica.
    (2023) Cota, Cecília Cristina; Silva, Albená Nunes da; Pereira, William Valadares Campos; Silva, Albená Nunes da; Pereira, William Valadares Campos; Faria, Marcelo Henrique Salviano de; Pinto, Kelerson Mauro de Castro
    Introdução: A obesidade e o sobrepeso são definidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como o acúmulo excessivo de gordura associado a desfechos clínicos negativos. A obesidade é resultante de uma complexa interação entre fatores socioeconômicos, genéticos, epigenéticos e de estilo de vida. Estudos têm associado o excesso de adiposidade ao aumento dos níveis plasmáticos de biomarcadores pró-inflamatórios. Esta inflamação sistêmica de baixo grau, que, possui caráter crônico e tem sido associada a alterações musculoesqueléticas, pode gerar dor e déficits funcionais. Biomarcadores, tais como a proteína C reativa (PCR) e várias citocinas, entre elas a interleucina-6 (IL-6), têm sido relacionados aos sintomas álgicos articulares em indivíduos com excesso de adiposidade. Níveis aumentados destas moléculas podem promover desregulação da função endócrina do tecido adiposo, contribuindo para um caráter patogênico do sobrepeso e da obesidade. Além disso, o aumento da adiposidade aumenta o recrutamento de leucócitos (neutrófilos, monócitos e linfócitos) da circulação para o tecido adiposo gerando um perfil inflamatório local no tecido adiposo. A literatura mostra que a forma “androide” é mais frequentemente correlacionada com o aumento da mortalidade e com fatores de risco, quando comparada com a forma “ginoide”. Entretanto, não se sabe se estes diferentes fenótipos da obesidade (androide e ginoide) apresentam diferenças quanto à intensidade de dor e do perfil inflamatório sistêmico em indivíduos com dor articular crônica. Objetivo: Diante do exposto, o objetivo geral deste estudo é comparar os níveis circulatórios de biomarcadores inflamatórios (PCR e IL-6) e a dor em pacientes classificados em androides ou ginoides, com diagnóstico clínico de dores articulares crônicas. Método: Participaram deste estudo 30 mulheres, sendo 18 do fenótipo Androide (idade: 50,61 anos ± 9,41; IMC: 33,19 kg/m2 ± 3,85 e EVN: 7,88 ± 1,66) e 12 do fenótipo Ginoide (idade: 50,67 anos ± 9,45; IMC: 34,70 kg/m2 ± 4,62 e EVN: 8,58 ± 1,49); com diagnóstico clínico de dor articular crônica em ombro, coluna e/ou joelho, com intensidade de dor maior ou igual a 4 na Escala Visual Numérica e classificadas com sobrepeso ou obesidade, segundo o Índice de Massa Corporal (IMC). Para esta pesquisa, foram realizados dois encontros, sendo o primeiro para a anamnese da voluntária e o segundo para realização do exame de densitometria por dupla emissão de raio-x (DXA), além da coleta de sangue para análises das moléculas Proteína C reativa (PCR) e Interleucina-6 (IL-6) como biomarcadores da inflamação. Resultados: A análise dos resultados mostra que não houve diferença entre o número total de leucócitos (A: 6045 μL e G: 5230 μL, com p = 0,48), neutrófilos (A: 3440 μL e G: 3017 μL, com p = 0,41), linfócitos (A: 2208 μL e G: 2115 μL, com p = 0,67), monócitos (A: 429,7 μL e G: 392,8 μL, com p = 0,43), eosinófilos (A: 137,6 μL e G: 204,9 μL, com p = 0,04) e basófilos (A: 17,27 μL e G: 15,41 μL, com p = 0,61). Quando comparados com os valores de referência, ambos os grupos apresentaram inflamação sistêmica de baixo grau a partir da análise do PCR (A: 0,8 mg/dl e G: 0,43 mg/dl, com p = 0,02), contudo, não apresentam níveis elevados de IL-6 (A: 2,5 pg/ml e G: 2,8 pg/ml, com p = 0,63). A intensidade de dor foi elevada em ambos grupos (registrado na Escala Visual Numérica média de A: 7,5 ± 1,54 e G: 8,6 ± 1,95), valores próximos ao limite máximo de percepção, porém, não houve diferença estatística entre eles (A: 8 e G: 8,5, com p = 0,25). Não houve correlação significativa entre PCR ou IL-6 e Massa Corporal (PCR r = 0,07 e p = 0,68 e IL-6 r = -0,25 p = 0,16), Tecido Gordo (PCR r = 0,04 e p = 0,82 e IL-6 r = -0,06 p = 0,75) e Intensidade da Dor (PCR r = 0,24 e p = 0,19 e IL- 6 r = 0,01 p = 0,93). Conclusão: A análise dos dados permite concluir que mulheres de perfil androide e ginoide, encontraram-se com inflamação de baixo grau, de acordo com a PCR, com diferença estatística e maior dosagem nas de perfil androide. Células eosinófilos foram encontradas em maior contagem em ginoides, hipotetizando uma exposição deste grupo a um equilíbrio do grau inflamatório, numa possível relação entre eosinófilos, interleucina-4, IL-6 e PCR. A intensidade da dor não foi diferente entre os grupos, sugerindo que as multicausalidades da dor devem ser exploradas, que possam estar influenciando no sintoma álgico além da inflamação presente.
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    Percepções de pais e cuidadores sobre as escolhas alimentares de crianças com fatores de risco cardiovascular : uma análise qualitativa a partir do conceito de habitus.
    (2024) Cangussu, Camila Blanco; Passos, Maria Cristina; Alves, Marisa Alice Singulano; Passos, Maria Cristina; Reis, Erika Cardoso dos; Carvalho, Maria Cláudia da Veiga Soares
    O aumento da obesidade infantil e de demais fatores de risco cardiovasculares na população pediátrica é uma realidade cada vez mais desafiadora, tanto quanto sua gênese mais prevalente: uma alimentação inadequada, baseada no excesso de carboidratos e alimentos ultraprocessados. Apesar de amplamente divulgado, as famílias não conseguem alterar seu padrão de consumo, e mantém a oferta desses alimentos, mesmo para aquelas crianças com condições de risco já diagnosticadas. Dessa maneira, torna-se imprescindível a compreensão mais profunda do processo de escolha alimentar para aumentar a efetividade das intervenções implementadas. Conforme teoria de Pierre Bourdieu, boa parte das escolhas cotidianas não passam pelos mecanismos racionais, mas estão imersas nas práticas determinadas pelo habitus, conceito que define o conjunto de ações frutos da interação entre o ambiente sociocultural e o indivíduo. Este estudo buscou compreender o entendimento dos pais e cuidadores sobre os fatores que influenciam no processo de escolha da alimentação oferecida às crianças e as dificuldades em modificar o padrão alimentar já estabelecido. Empreendeu-se, por meio de uma abordagem qualitativa, exploração de 16 depoimentos dos pais ou responsáveis pela alimentação de crianças na faixa etária entre 6 e 10 anos com fatores de risco cardiovascular já diagnosticados no município de Ouro Preto-MG. As entrevistas semiestruturadas individuais foram gravadas em áudio e transcritas na íntegra. O corpus gerado foi submetido à análise computacional, por meio do Iramuteq®, focado nas variáveis socioculturais e econômicas dos entrevistados e, em sequência, avaliado conforme a técnica de Análise de Conteúdo de Bardin, correlacionando os achados aos conceitos propostos por Bourdieu. A interpretação dos depoimentos evidenciou que a escolaridade do entrevistado, renda familiar e grau de parentesco interferiram na percepção dos pais e cuidadores sobre a alimentação de seus filhos, bem como o aspecto físico das crianças, a despeito dos fatores de risco que dependem de análise laboratorial. A análise das falas dos familiares destaca o amplo conhecimento sobre alimentação saudável e aponta a importância da rede de apoio e dos diferentes papéis entre homens e mulheres quanto ao cuidado da alimentação dos filhos. Foi possível, portanto, compreender que a escolha alimentar no cotidiano, ancorada no conceito de habitus, é mais automática que racional, marcada por aspectos do universo sociocultural e econômico em que os indivíduos estão inseridos. Partindo-se dessa premissa, pode-se aumentar a efetividade das intervenções neste preocupante grupo de risco.
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    Percepções de pais e cuidadores sobre as escolhas alimentares de crianças com fatores de risco cardiovascular: uma análise qualitativa a partir do conceito de habitus
    (2024) Cangussu, Camila Blanco; Maria Cristina Passos; Marisa Alice Singulano; Maria Cristina Passos; Erika Cardoso dos Reis; Maria Cláudia da Veiga Soares Carvalho
    O aumento da obesidade infantil e de demais fatores de risco cardiovasculares na população pediátrica é uma realidade cada vez mais desafiadora, tanto quanto sua gênese mais prevalente: uma alimentação inadequada, baseada no excesso de carboidratos e alimentos ultraprocessados. Apesar de amplamente divulgado, as famílias não conseguem alterar seu padrão de consumo, e mantém a oferta desses alimentos, mesmo para aquelas crianças com condições de risco já diagnosticadas. Dessa maneira, torna-se imprescindível a compreensão mais profunda do processo de escolha alimentar para aumentar a efetividade das intervenções implementadas. Conforme teoria de Pierre Bourdieu, boa parte das escolhas cotidianas não passam pelos mecanismos racionais, mas estão imersas nas práticas determinadas pelo habitus, conceito que define o conjunto de ações frutos da interação entre o ambiente sociocultural e o indivíduo. Este estudo buscou compreender o entendimento dos pais e cuidadores sobre os fatores que influenciam no processo de escolha da alimentação oferecida às crianças e as dificuldades em modificar o padrão alimentar já estabelecido. Empreendeu-se, por meio de uma abordagem qualitativa, exploração de 16 depoimentos dos pais ou responsáveis pela alimentação de crianças na faixa etária entre 6 e 10 anos com fatores de risco cardiovascular já diagnosticados no município de Ouro Preto-MG. As entrevistas semiestruturadas individuais foram gravadas em áudio e transcritas na íntegra. O corpus gerado foi submetido à análise computacional, por meio do Iramuteq®, focado nas variáveis socioculturais e econômicas dos entrevistados e, em sequência, avaliado conforme a técnica de Análise de Conteúdo de Bardin, correlacionando os achados aos conceitos propostos por Bourdieu. A interpretação dos depoimentos evidenciou que a escolaridade do entrevistado, renda familiar e grau de parentesco interferiram na percepção dos pais e cuidadores sobre a alimentação de seus filhos, bem como o aspecto físico das crianças, a despeito dos fatores de risco que dependem de análise laboratorial. A análise das falas dos familiares destaca o amplo conhecimento sobre alimentação saudável e aponta a importância da rede de apoio e dos diferentes papéis entre homens e mulheres quanto ao cuidado da alimentação dos filhos. Foi possível, portanto, compreender que a escolha alimentar no cotidiano, ancorada no conceito de habitus, é mais automática que racional, marcada por aspectos do universo sociocultural e econômico em que os indivíduos estão inseridos. Partindo-se dessa premissa, pode-se aumentar a efetividade das intervenções neste preocupante grupo de risco.
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    Condições de vida, saúde e nutrição de agricultores familiares, atingidos pela mineração em tempos de Covid-19.
    (2023) Pinheiro, Aniele Mágata; Passos, Maria Cristina; Sírio, Marília Alfenas de Oliveira; Passos, Maria Cristina; Sírio, Maria Alfenas de Oliveira; Menezes, Mariana Carvalho de; Araújo, Raquel Maria Amaral
    Introdução: Os municípios de Mariana/MG e Ouro Preto/MG apresentam uma relação histórica com a mineração, com efeitos negativos exacerbados pelo rompimento da barragem de rejeitos de Fundão, da empresa Samarco, ocorrido em 2015, em Mariana. Esse acontecimento é considerado uma das grandes e graves tragédias sociais e ambientais do Brasil, com impactos locais ainda mais dramáticos em populações vulnerabilizadas do ponto de vista econômico e social, situação essa agravada pela atual conjuntura da vigente pandemia por COVID-19. Diante disso, repercussões negativas relacionadas à situação de saúde e segurança alimentar e nutricional (SAN) dos agricultores familiares e suas famílias são esperados, em especial nos grupos mais vulneráveis. Objetivo: Conhecer, identificar e analisar as condições de vida, saúde e alimentação de agricultores familiares e de crianças e gestantes dessas famílias nos municípios de Mariana/MG e Ouro Preto/MG, atingidos pelo rompimento da barragem de Fundão e pela atual pandemia de COVID-19. Materiais e métodos: O estudo combina métodos qualitativos e quantitativos. A pesquisa seguiu as seguintes etapas: sensibilização, por entrevistas semiestruturadas e coleta de dados quantitativos, contemplando informações sociodemográficas, de nutrição e SAN. As questões foram obtidas a partir de questionários validados (Marcadores de Consumo Alimentar -MCA, e Triagem para Risco de Insegurança Alimentar (TRIA)/Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA). As entrevistas foram analisadas por meio da Análise de Conteúdo, modalidade temática e submetidas ao software IRAMUTEQ®, utilizando-se à Classificação Hierárquica Descendente (CHD) para a construção das classes e, por fim, as categorias de análise. Os dados quantitativos foram digitados e processados no software Kobo Toolbox, com a análise descritiva por meio da distribuição das frequências. Resultados: Tratando-se da etapa qualitativa, dos 19 entrevistados, 68,4% (n=13) eram mulheres, a idade média foi 46 anos, 52,6% (n=10) se autodeclararam pretos e 42,1% (n=8) com renda entre 1 e 2 salários- mínimos. A CHD identificou cinco classes que se relacionaram aos eventos estudados e dessas classes emergiram 3 categorias: Trabalho, renda e acesso aos alimentos; Educação e outros serviços essenciais; Saúde, locomoção e lazer. A etapa quantitativa contou com 16 participantes, na totalidade mulheres, gestantes e/ou mães de crianças menores de 5 anos, cor preta e parda, somando 93,8%, idade média de 28 anos. Os MCA, para as 2 crianças menores de 6 meses encontradas, apenas 1 estava em aleitamento materno exclusivo. Para as crianças de 6 a 23 meses (n=5), notou-se que nenhuma havia sido amamentada no dia anterior. De 2 a 5 anos (n=8), a prevalência do consumo de alimentos não saudáveis foi de 50% (Biscoito recheado, doces e guloseimas). Entre as gestantes (n=3), todas haviam consumido feijão, frutas frescas, verduras e legumes. A TRIA revelou que 12,5% (n=2) dos domicílios estavam em risco de Insegurança Alimentar e a EBIA detectou que essas famílias estavam em insegurança alimentar leve. Conclusão: Os resultados revelaram que os eventos repercutiram, de maneira direta ou indireta, nas condições de vida, saúde e nutrição dos agricultores familiares e suas famílias.
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    Comparação entre a composição química e atividade antioxidante das própolis verde e marrom.
    (2022) Messias, Anny Caroline; Figueiredo, Sônia Maria de; Binda, Nancy Scardua; Figueiredo, Sônia Maria de; Binda, Nancy Scardua; Assunção, Cláudia Barbosa; Pereira, Patrícia Aparecida Pimenta
    Dos 13 diferentes tipos de própolis existentes no Brasil, as mais comercializadas são a própolis verde e marrom. Essas substâncias variam de acordo com as regiões geográficas e com a origem botânica nas quais foram extraídas e sintetizadas, apresentando composição química e propriedades funcionais distintas e atribuídas aos compostos fenólicos, como o ácido cinâmico, ácido cumárico, quercetina, rutina, artepilin-C, bacarina. Cada tipo de própolis pode apresentar composições distintas e, portanto, propriedades funcionais diferentes. Diante disso, o objetivo deste estudo foi avaliar a composição química, física e atividade antioxidante das própolis verde e marrom. As amostras das própolis foram coletadas durante os anos de 2008 e 2013 de diferentes localidades e armazenadas em ultrafreezer – 80oC até a data da análise. Foram realizadas análises de umidade; índice de oxidação; teor de ceras; teor de sujidades e dosagem de DPPH; e análise da composição química da própolis, utilizando CLAE. Os dados foram tabulados em Microsoft Excel e as análises estatísticas realizadas utilizando software GraphPad Prism 5.0. Como resultados obteve-se que a própolis verde apresentou quantidade significativamente maior de compostos funcionais, como ácido cumárico, kaempferol, pinocembrina, galangina, artepilin-c e bacarina quando comparados à própolis marrom. Além disso, a própolis verde apresentou maior umidade, maleabilidade e massa mecânica. No entanto, ambas as própolis apresentaram potencial antioxidante semelhante, e a própolis marrom apresentou maior conteúdo de cera. Portanto, pode-se concluir que os diferentes tipos de própolis podem ser benéficos para diferentes quadros clínicos, de acordo com seus principais compostos funcionais.
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    Efeito do treinamento de força combinado com aconselhamento nutricional sobre a frequência de sarcopenia em idosos.
    (2024) Pereira, Milton Amaral; Coelho, Daniel Barbosa; Coelho, Daniel Barbosa; Ferreira Júnior, João Batista; Becker, Lenice Kappes
    Devido ao aumento da expectativa de vida populacional torna-se necessário promover estratégias que atrasem ou revertam quadros de doenças diretamente relacionadas ao envelhecimento, como a sarcopenia. Sarcopenia é uma desordem músculo esquelética, progressiva e generalizada caracterizada pela diminuição de força e massa musculares, estando diretamente relacionada à idade, ao sedentarismo e à má nutrição. Além de prejudicar a qualidade de vida dos idosos, aumenta o risco de morbidade e mortalidade, impactando diretamente no âmbito social, financeiro e no surgimento de outras doenças crônicas não transmissíveis. O treinamento de força (TF) combinado com estratégias nutricionais têm sido apontados como um tratamento eficaz e prático contra a sarcopenia. Dessa forma, o presente estudo teve como objetivo avaliar o efeito de 36 semanas de TF com intensidade progressiva, combinado com aconselhamento nutricional, sobre a frequência de sarcopenia em idosos. O período entre 0 e 12 semanas contou com um grupo intervenção (n=37) e grupo controle (n=37). Nos períodos entre 24 até 36 semanas houve somente o grupo intervenção. O TF foi realizado três vezes por semana em dias não consecutivos, com duração de uma hora e intensidade progressiva de 60 a 85% de uma repetição máxima (1RM). O aconselhamento nutricional foi realizado em grupo com enfoque em fornecer informações sobre alimentos ricos em propriedades e compostos anti-inflamatórios. A intensidade do TF foi reajustada a cada 12 semanas por meio do teste de predição de 1RM. O status de sarcopenia dos idosos foi avaliado no início do estudo e após 12, 24 e 36 semanas de intervenção. Após 12 semanas o grupo intervenção reduziu completamente a frequência da doença entre os voluntários (de 35,14% para 0%; p = 0,000; V de Crammer= 0,804). Enquanto no grupo controle houve aumento da frequência de sarcopenia. Entre os voluntários que treinaram por 24 e 36 semanas foi possível observar a redução significativa de sarcopenia (12 para 24, p= 0,006; e 12 para 36, p=0,028) e a manutenção do status de não sarcopênicos até o final da intervenção. Entre o período de 24 a 36 semanas não houve diferença significativa. Após 36 semanas o TF com intensidade progressiva associado ao aconselhamento nutricional demonstrou ser um tratamento eficaz para reverter a sarcopenia e manter os idosos não sarcopênicos. Os resultados do presente estudo podem fornecer informações à profissionais sobre protocolos de treinamento eficientes para reverter ou atrasar a sarcopenia utilizando estratégias não medicamentosas.
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    Validação de materiais educativos digitais para o manejo da hipertensão arterial na Atenção Primária à Saúde, pautados no Guia Alimentar para população brasileira.
    (2023) Silva, Tainá Cristina Damasceno; Mendonça, Raquel de Deus; Carraro, Júlia Cristina Cardoso; Mendonça, Raquel de Deus; Carraro, Júlia Cristina Cardoso; Menezes, Mariana Carvalho de; Moreira, Renata Andrade de Medeiros
    A Hipertensão Arterial (HA) causa diversos impactos sociais e na saúde dos indivíduos. O tratamento inclui uso de medicamentos e mudanças no estilo de vida, como adoção de uma alimentação adequada e saudável. Dada a elevada prevalência da HA e a sua associação com a alimentação, é de extrema relevância o desenvolvimento de materiais educativos pautados em fundamentação teórica aplicável na Atenção Primária à Saúde (APS), como o Guia Alimentar para a População Brasileira (GUIA). Dessa forma o objetivo deste estudo foi validar materiais educativos de apoio, em formato digital, para auxiliar no manejo da HA na APS. A pesquisa foi conduzida em três etapas: I) desenvolvimento do material educativo de apoio; II) validação do material por juízes de conteúdo, técnicos e especialistas e III) modificações dos materiais educativos de apoio conforme sugestões dos juízes. Na primeira etapa os materiais foram desenvolvidos e realizada a edição de textos, imagens e vídeos, o layout e a inclusão do áudio. Em seguida, os materiais foram avaliados por juízes de conteúdo, selecionados pela plataforma Lattes e por artigos nas plataformas Scielo e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), considerando uma pontuação mínima de 9 pontos pelos critérios de Fehring, e por juízes técnicos e especialistas que foram recrutados pelo método bola de neve, considerando os mesmos critérios adotados para a seleção de juízes de conteúdo. Os juízes de conteúdo receberam por e-mail o instrumento de validação e os materiais educativos digitais (cartilha, vídeo animado e podcasts) e os juízes especialistas receberam o instrumento e os materiais via WhatsApp. Nas análises utilizou-se o Índice de Validade de Conteúdo (IVC) por item e global. Todos os materiais obtiveram IVC global superior a 0,80, sendo considerados adequados para o objetivo avaliado. Em relação a cada item, na cartilha sugeriu-se abordar mais sobre HA correlacionando-a com a alimentação e a publicidade de alimentos. No vídeo animado, foi sugerido exemplificar os grupos alimentares, para favorecer a compreensão do usuário. Para os podcasts sugeriu-se regravar com trilhas sonoras, mantendo a atenção do ouvinte e indicar materiais que auxiliem o ouvinte em sua autonomia alimentar. Os materiais foram validados pelos juízes de conteúdo, e técnicos e especialistas e foram acatadas as modificações sugeridas conforme coerência, relevância e objetivo do material educativo. Conclui-se que os materiais educativos digitais desenvolvidos para serem utilizados como apoio a atendimentos nutricionais individuais para o manejo da HAS são ferramentas que podem auxiliar na promoção da autocuidado.
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    Escolhas alimentares de pessoas vivendo com HIV em terapia antirretroviral.
    (2023) Souza, Diovana Raspante de Oliveira; Aguiar, Aline Silva de; Nunes, Renato Moreira; Aguiar, Aline Silva de; Nunes, Renato Moreira; Figueiredo, Sônia Maria de; Albuquerque, Fernanda Martins de
    INTRODUÇÃO: O Vírus da Imunodeficiência Humana é responsável por invadir os linfócitos TCD4, o que fragiliza o sistema imunológico e torna o indivíduo susceptível ao desenvolvimento de diferentes doenças e infecções. A administração adequada de antirretrovirais tem contribuído para o controle da infecção e estabilização do sistema imunológico, contudo tais medicamentos geram efeitos colaterais que podem ser prevenidos por meio de um estilo de vida saudável, o que inclui a realização de boas escolhas alimentares. Para avaliar esta característica recomenda-se o Food Choice Questionnaire, o qual possibilita compreender os fatores que refletem na escolha alimentar do indivíduo, permitindo o desenvolvimento de estratégias assertivas para este público. Porém, não há na literatura crítica estudos realizados com pessoas vivendo com HIV, para que permita a compreensão dos fatores que influem nas escolhas alimentares dos mesmos. OBJETIVO: Identificar os fatores que influenciam nas escolhas alimentares de pacientes portadores de HIV em terapia antirretroviral. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo transversal, realizado com pessoas vivendo com vírus da imunodeficiência humana em terapia antirretroviral. Foram aplicados questionários semiestruturados em pacientes do Departamento Municipal doenças sexualmente transmissíveis de um município mineiro. O questionário foi composto pelo Food Choice Questionnaire e perguntas que visam avaliar condição socioeconômica, frequência alimentar, adesão à terapia farmacológica e consumo de álcool. Foram coletados dados de linfócitos TCD4, TCD8, carga viral e terapia antirretroviral administrada, os quais foram disponibilizados por prontuário médico, além de realizada avaliação nutricional antropométrica. RESULTADOS: Dos 77 voluntários, 55,8% são homens, 45,5% possuem idade entre 19 e 45 anos, 58,4% apresentam renda de até um salário mínimo e 63,6% exerce alguma atividade profissional. Ao avaliar a segurança alimentar, observou-se que 53,2% exibiu condição de insegurança alimentar. No que se refere ao estado nutricional, tem-se peso médio de 73,81kg ± 21,1, com IMC de 26,64 kg/m2 ± 7,04. Ao avaliar as escolhas alimentares, observou-se que preço, apelo sensorial e conveniência, respectivamente, são as características mais importantes no momento da escolha alimentar. Ao associar escolha alimentar à renda, observa-se que indivíduos que recebem 6 salários mínimos ou mais atribuíram menor escore para o fator preço, a medida que indivíduos que recebem até 1 salário mínimo apresentaram maior escore do fator humor comparados aos indivíduos com renda individual de 1 até 3 salários mínimos (p<0,05). Já ao relacionar a escolha alimentar ao grau de escolaridade, observa-se que quanto maior o nível de escolaridade, maior a importância dada ao fator preocupação ética (p<0,05). Tais dados permitem identificar o perfil do público, favorecendo a construção de estratégias assertivas para melhora do quando de saúde destes indivíduos. CONCLUSÃO: Fatores como preço, apelo sensorial, conveniência e saúde, apresentaram maior potencial de influência na escolha alimentar de pessoas vivendo com vírus da imunodeficiência humana em terapia antirretroviral, quando comparados à preocupação ética, familiaridade, controle de peso, conteúdo natural e humor.
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    Influência das alegações nutricionais de isenção ou redução de açúcar na aquisição de alimentos para crianças de primeira infância.
    (2023) Resende, Francine Rubim de; Salierno, Camila Carvalho Menezes; Bearzoti, Eduardo; Salierno, Camila Carvalho Menezes; Bearzoti, Eduardo; Souza, Melina Oliveira de; Vasconcelos, Christiane Mileib
    Segundo o Guia Alimentar para Crianças Brasileiras Menores de Dois Anos, os alimentos ofertados às crianças devem ser preferencialmente in natura, ou minimamente processados, evitando alimentos ultraprocessados. Entretanto, esses últimos estão cada vez mais presentes na alimentação da população, incluindo aqueles que possuem alegações nutricionais que remetem à redução ou isenção do teor de açúcar. Diante desse cenário, o presente estudo teve como objetivos avaliar a influência da presença de alegações “sem açúcar”, “baixo em açúcar” ou “reduzido em açúcar” sobre a aquisição de alimentos por responsáveis de crianças de primeira infância matriculados em creches e escolas municipais de Leopoldina, Minas Gerais e classificar esses alimentos em relação ao propósito e extensão de processamento e ao perfil de nutrientes de acordo com os critérios da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). O estudo foi de caráter transversal, com a coleta de dados realizada entre março e julho de 2022 em todas as escolas do município. A amostra foi composta por 622 participantes, sendo 94,5% dos participantes do sexo feminino, 48,2% com idade entre 26 e 35 anos, 79,6% possuíam escolaridade até ensino médio completo e 54,8% possuíam renda familiar de até um salário-mínimo. Observou-se que 46,6% dos responsáveis relataram que a presença da alegação relacionadas ao teor de açúcar possuía grande influência no momento da aquisição dos alimentos a serem ofertados às crianças de primeira infância e que esses são os que mais atribuem benefícios a esses alimentos e demonstram preocupação em relação a alimentação das crianças. Por meio da análise dos protótipos de rótulos também foi possível evidenciar que os responsáveis foram influenciados pela presença da alegação nutricional “sem adição de açúcar” no biscoito, atribuindo maior salubridade a ele quando comparado ao biscoito que não apresentava a alegação. Entretanto, a avaliação dos 434 rótulos de alimentos comercializados com alegações relacionadas ao teor de açúcar demonstrou que 86,4% foram classificados como ultraprocessados de acordo com a extensão e propósito de processamento NOVA. Concomitantemente, entre os alimentos elegíveis para cada modelo proposto, 96,8% apresentavam pelo menos um nutriente crítico de acordo a OPAS e 32,3% de acordo com a ANVISA, demonstrando uma baixa concordância entre os modelos. Os resultados apontam que muitos responsáveis por crianças de primeira infância associam as alegações de redução ou isenção de açúcar com maior qualidade nutricional desses alimentos, atribuindo maior salubridade a eles. No entanto, a avaliação da qualidade dos mesmos indica que essa percepção é inadequada e pode ter efeito negativo na qualidade da alimentação das crianças, especialmente por estarem em uma fase do desenvolvimento de grande importância.
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    Consumo de carne vermelha e processada e a incidência de hipertensão arterial : ELSA–Brasil coorte.
    (2023) Mendes, Michelle Izabel Ferreira; Molina, Maria del Carmen Bisi; Mendonça, Raquel de Deus; Molina, Maria del Carmen Bisi; Mendonça, Raquel de Deus; Pereira, Taísa Sabrina Silva; Meireles, Adriana Lúcia
    Evidências sugerem uma relação entre o consumo de carne vermelha e processada com as doenças crônicas não transmissíveis e mortalidade por todas as causas. A associação direta entre essas carnes e a hipertensão arterial (HA) ainda é controversa e pouco explorada. O objetivo deste estudo foi investigar a associação entre consumo de carne vermelha e processada e a incidência de HA em participantes do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil). Trata-se de um estudo analítico, observacional e longitudinal, realizado com os dados da linha de base (2008-2010) e da segunda onda (2012-2014). Dos 15.105 participantes da linha de base (2008- 2010), foram excluídos aqueles com diagnóstico de HA ou que relataram fazer uso de anti-hipertensivo, com histórico de eventos cardiovasculares, câncer, cirurgia bariátrica prévia, os que apresentaram valores implausíveis de consumo calórico (<500 e ≥ 6.000 Kcal) e com índice de massa corporal (IMC) <18,5 e >40 Kg/m2, além dos participantes com dados faltantes nas variáveis de exposição e desfecho, bem como as perdas no seguimento (2012-2014), totalizando uma amostra final de 8.089 participantes. A incidência de HA foi definida por pressão arterial sistólica ≥140 mmHg ou pressão arterial diastólica ≥90 mmHg e/ou uso de anti-hipertensivos. O consumo de carne vermelha, carne processada e carne total foi estimado por questionário de frequência alimentar (QFA), desenvolvido e validado para a população do estudo ELSA-Brasil. O consumo diário (g/dia) foi calculado e posteriormente categorizado em tercis. Para a categoria carne vermelha foram considerados fígado/miúdos, bucho/dobradinha, carne de boi com osso (mocotó, costela, rabo), carne de boi sem osso (bife, carne moída, carne ensopada) e carne de porco. Para a categoria carne processada foram considerados linguiça/chouriço (salsichão), hambúrguer (bife), frios light (blanquet, peito de peru, peito de chester), presunto/mortadela/copa/salame/patê e bacon/toucinho/torresmo. A variável carne total foi calculada pela soma do consumo de carne vermelha e carne processada. Dados bioquímicos, antropométricos, socioeconômicos e de estilo de vida foram coletados na linha de base (2008–2010) e na segunda onda (2012–2014) seguindo o mesmo protocolo em ambas as ondas. Todos os testes estatísticos foram realizados no software Stata, versão 13.0 e adotado nível de significância de 5%. Para avaliar o consumo de carne vermelha e processada e o risco do desenvolvimento de HA, usamos modelos de Cox, para estimar o Hazard Ratio (HR) ajustados e seus intervalos de Confiança 95% (IC95%) usamos o tercil mais baixo de consumo de carne vermelha e processada como categoria de referência. Dos 8089 participantes, 42,1% eram homens e 57,9% mulheres, com média de idade de 49,4 ± 8,2 anos e mais de 56% dos participantes se autodeclararam brancos. O tempo médio de seguimento dos participantes foi de 3,9 ± 0,4 anos, totalizando 31.146 pessoas-ano sob risco. Identificou-se 1.186 novos casos de HA (incidência de 38,08 casos por 1.000 pessoas-ano). Nas análises multivariadas, após ajustes, não encontramos associação entre o consumo de carne vermelha e HA. No entanto, para a carne processada, os participantes do tercil mais alto de consumo apresentaram um risco maior de desenvolver HA (HR ajustado, 1,30; IC95%: 1,11 a 1,53) do que aqueles do tercil mais baixo. Em conclusão, o consumo de carne vermelha não apresentou impacto negativo na saúde dos participantes, todavia o consumo de carne processada em nível moderado e alto aumenta o risco de HA e deve ser desestimulado, por meio de diretrizes dietéticas e políticas públicas.
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    Carga de doenças crônicas atribuível ao consumo de bebidas açucaradas no Brasil.
    (2022) Leal, Joice Silva Vieira; Menezes, Mariana Carvalho de; Menezes, Mariana Carvalho de; Machado, Ísis Eloah; Mendes, Mariana Santos Felisbino
    Introdução: O consumo de bebidas açucaradas está entre os principais marcadores do padrão alimentar não saudável, e um dos principais fatores de risco para as doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs). Nesse sentido, esse estudo objetivou estimar a carga financeira e na saúde de DCNTs atribuíveis ao consumo de bebidas açucaradas pela população brasileira, em 2019, e a mudança entre os anos de 1990 e 2019, por sexo e unidade federativa (UF). Métodos: Trata-se de um estudo ecológico descritivo com utilização de dados secundários obtidos a partir do Global Burden of Disease Study (GBD 2019) e do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), para o Brasil. A carga foi estimada pela fração atribuível populacional (FAP) para cada DCNT, e as métricas utilizadas foram os anos de vida perdidos ajustados por incapacidade (DALY) - obtidos a partir da soma dos anos de vida perdidos por morte prematura (YLL) e dos anos de vida perdidos devido à incapacidade (YLD) - e óbitos. Os valores de custos financeiros foram obtidos pela multiplicação dos custos totais em procedimentos de alta e média complexidade de cada desfecho pela FAP. Para cada métrica, as taxas bruta e padronizada por idade e seus respectivos intervalos de incerteza (IIs), de 95%, são apresentados. Resultados: Em 2019, o consumo de SSB causou uma perda de 233.436,09 (II95% 157.094,89 – 302.483,29) DALY e 7.657,9 (II95% 5.131,26 – 9.795,68) de óbitos por DCNTs no Brasil, sendo esses valores maiores para os homens [132.424,55 DALYS (II95% 89.539,63 – 172.635); 4.174,36 óbitos (II95% 2.871,55 - 5.308,56) ], do que para as mulheres. Esta carga reduziu no período de 1990 a 2019, com diminuição das mudanças percentuais nas taxas padronizadas por idade de DALY e mortalidade. Diabetes Mellitus tipo 2 (DM-2) e Doenças Isquêmicas Cardíacas (DICs) foram os principais desfechos relacionados ao consumo de bebidas açucaradas. As estimativas de YLD foram maiores para o DM-2, enquanto as YLL foram superiores para as DICs. Quanto aos custos financeiros, em 2019, cerca de US$14 milhões foram gastos no tratamento de alta e média complexidades das DCNTs atribuídas ao consumo de bebidas açucaradas no Sistema Único de Saúde (SUS), sendo esse gasto mais elevado para o sexo masculino e nas Regiões Sudeste e Sul. Conclusão: Embora se tenha observado uma tendência de redução do impacto do consumo de bebidas açucaradas na carga na saúde de DCNTs no Brasil e nas suas UFs, o cenário que se apresenta - marcado também por disparidades regionais - ainda é de alta carga para a saúde da população e para os custos financeiros dos serviços de saúde. Deste modo, os resultados deste trabalho implicam na urgência da implantação de ações e políticas articuladas para a redução do consumo de bebidas açucaradas, tanto em âmbito nacional como estadual.
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    Associação da inatividade física e do comportamento sedentário com a hipertensão entre egressos de universidades mineiras após seguimento de seis anos Estudo CUME.
    (2023) Tinoco, Sarah Beatriz Resende; Meireles, Adriana Lúcia; Mendonça, Raquel de Deus; Meireles, Adriana Lúcia; Mendonça, Raquel de Deus; Oliveira, Lenice Kappes Becker; Pimenta, Adriano Marçal
    Introdução: A hipertensão arterial (HA) é responsável por aproximadamente 10,4 milhões de mortes no mundo e é o fator de risco evitável mais comum para doenças cardiovasculares, além de ser o principal fator para incapacidade e mortalidade por todas as causas. Seu desenvolvimento está associado à inatividade física e ao comportamento sedentário, que são fatores de risco independentes para doenças crônicas não transmissíveis. Entretanto, são escassas pesquisas prospectivas que estudam a associação entre esses dois fatores e a HA na população brasileira. Objetivo: Analisar a prevalência de inatividade física e comportamento sedentário e sua associação com a incidência de HA em egressos de universidades mineiras. Métodos: Trata-se de um estudo com delineamento longitudinal que contou com os participantes da Coorte de Universidades Mineiras (Estudo CUME). A incidência da HA foi definida quando o participante livre do diagnóstico da doença na linha de base relatou diagnóstico médico de HA, e/ou uso de medicação anti-hipertensiva, e/ou pressão arterial sistólica ≥130mmHg e/ou pressão arterial diastólica ≥80mmHg nos seguimentos. Foram considerados insuficientemente ativos aqueles indivíduos que praticaram menos de 150 minutos de atividade física moderada a vigorosa por semana. O comportamento sedentário foi avaliado por meio do tempo total sentado, categorizado em <6h/dia e ≥6h/dia. Utilizou-se modelos de riscos proporcionais de Cox para estimar Hazards Ratio (HR) brutos e ajustados, e intervalos de confiança de 95% (IC 95%). Resultados: O total da amostra foi de 2.384 participantes, dentre eles 71,9% eram do sexo feminino e 83,5% tinham idade inferior a 45 anos. A maioria se autodeclarava com cor de pele branca (64,5%) e foi classificada como “sem excesso de peso” (64,6%). Após um seguimento médio de 3,28 anos, foram identificados 762 novos casos de HA. Verificou-se que dentre os participantes com 45 anos ou mais, os que apresentavam comportamento sedentário ≥6h/dia tinham, independentemente, 41% mais chances de desenvolver HA (HR: 1,41; IC 95%: 1,03-1,93). Conclusão: Observou-se associação entre o comportamento sedentário e a incidência de HA entre os participantes com 45 anos ou mais. A inatividade física e o comportamento sedentário vêm se tornando questões cada vez mais relevantes. Assim, o presente estudo faz-se importante pelo fato de avaliar longitudinalmente a associação de tais fatores com a incidência de HA, especialmente em uma população brasileira.
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    Exposição ao frio e seus efeitos na expressão gênica do coração de camundongos alimentados com high-fat diet.
    (2023) Coelho, Bianca Iara Campos; Isoldi, Mauro César; Isoldi, Mauro César; Silva, Fernanda Cacilda dos Santos; Teles, Maria Cecília
    A melanopsina (OPN4) é um fotorreceptor e termo sensor cuja expressão é observada em vários órgãos e tecidos, sendo o coração altamente expresso. Além disso, a expressão dos canais de potencial receptor transitório (TRP) parece estar associada à expressão de OPN4 na retina e supostamente no coração. Partimos da hipótese que a OPN4, juntamente com os canais TRP no coração, atuam monitorando as variações de temperatura interna através do sangue proveniente dos pulmões, possivelmente promovendo a liberação e expressão de seus principais hormônios, os peptídeos natriuréticos (NPs). Fatores como a temperatura do ambiente e alimentação desiquilibrada, prejudicam a homeostase cardíaca, causando efeitos prejudiciais na sua estrutura e função, potencialmente desencadeando doenças cardiovasculares. Portanto, o objetivo do estudo é avaliar os efeitos da exposição ao frio e a ausência do canal TRPA1 sobre a expressão gênica de Opn4, Trpv1, Trpa1, Trpm8, Nppa e Nppb, em átrios e ventrículos do coração de camundongos alimentados com high-fat diet. Foram utilizados 24 camundongos machos C57BL/6J e Trpa1 KO, divididos em 4 grupos experimentais e expostos a temperaturas de 30°C e 22°C. Os resultados de PCR quantitativo indicaram que a expressão de Opn4 nos átrios, à 30°C foi reduzida no grupo Trpa1 KO, em 22°C houve aumento na expressão do gene no mesmo grupo e, em ventrículos não apresenta diferenças significativas. Quanto aos canais TRP, no gene Trpv1 não encontramos diferenças significativas. Trpa1 átrios não houve diferenças significativas, ventrículos à 22°C indicaram redução na expressão. Trpm8 átrios, à 30°C temos redução da expressão do gene no grupo Trpa1 KO, à 22°C resultou em redução na expressão em camundongos C57BL/6J, enquanto, que no grupo Trpa1 KO, houve aumento da expressão. Já em ventrículos, à 30°C resultou em aumento na expressão de Trpm8 no grupo Trpa1 KO e, em C57BL/6J aumento na expressão à 22°C. Nos NPs, a expressão de Nppa não apresentou diferenças significativas. Nppb em átrios, indicou redução na expressão à 22°C, tanto em C57BL/6J como Trpa1 KO. Já em ventrículos, Nppb não apresentou diferenças significativas. Podemos concluir que a OPN4 e os canais TRP possivelmente possam estar atuando como termo sensores no coração, e as flutuações de temperatura afetam a expressão dos NPs nas câmaras cardíacas.
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    Gatilhos espeleogenéticos de cavernas quartzíticas e a evolução da paisagem cárstica da Serra do Espinhaço Meridional.
    (2022) Yoshizumi, Wendy Tanikawa; Rudnitzki, Isaac Daniel; Rudnitzki, Isaac Daniel; Lana, Cláudio Eduardo; Godinho, Lucas Padoan de Sá
    O estudo buscou investigar a ocorrência dos processos de arenização e litificação seletiva como precursores da carstificação em rochas quartzíticas, e definir os principais gatilhos espeleogenéticos associados à evolução da paisagem. Para isso, cinco cavidades foram estudadas por meio de dados geoespeleológicos, estruturais, petrográficos e de geoquímica da água na serra do Espinhaço Meridional, porção centro-sul do estado de Minas Gerais, Brasil. As rochas aflorantes pertencem à Formação Galho do Miguel (Supergrupo Espinhaço), de idade Mesoproterozóica. A serra foi edificada no Neoproterozóico, durante o Ciclo Brasiliano, e possui alongamento N-S com extensão de cerca de 1200 km. Os resultados evidenciam a baixa solubilidade da sílica com concentração média total de 1,173 mg/L, em águas ácidas de pH médio de 3,98. Foram descritas oito litofácies, sendo a L3 considerada um Horizonte Gatilho pois, apesar da ausência de contrastes granulométricos e reológicos, sugere-se que as camadas estratificadas cruzadas são mais carstificáveis devido à sua menor suceptibilidade à litificação. Nas lâminas petrográficas isso fica evidente a partir da disposição incoesa dos grãos e a dissolução do cimento de sílica, que pode atingir até as bordas dos grãos de quartzo. A espeleogênese tem caráter epigenético, e ocorreu concomitante à desnudação do relevo por meio de um gatilho químico ao longo de estruturas tectônicas neoproterozóicas e de estruturas deposicionais.