CIPHARMA - Doutorado (Teses)

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    Triagem de atividade antiviral in vitro frente a arbovírus de extratos etanólicos de espécies da família Bignoniaceae, Cissus erosa (Vitaceae) e substâncias isoladas.
    (2021) Reis, Adriana Cotta Cardoso; Brandão, Geraldo Célio; Brandão, Geraldo Célio; Rocha, Leandro Machado; Dolabela, Maria Fâni; Magalhães, Cíntia Lopes de Brito; Santos, Orlando David Henrique dos
    Arboviroses são doenças causada por vírus transmitidos aos seres humanos por artrópodes hematófagos cronicamente infectados. Dentre as arboviroses de importância em saúde pública destacam-se as causadas pelos vírus do gênero Alphavirus, como Chikungunya virus e Mayaro virus, e do gênero Flavivirus, como dengue virus e Zika virus. Até o momento não existe tratamento específico para estas arboviroses, logo a busca por fármacos antivirais é urgente devido à rápida expansão destes vírus nos países tropicais e subtropicais, bem como sua emergência e reemergência. Plantas das famílias Bignoniaceae e Vitaceae são utilizadas na medicina tradicional popular devido à presença de bioativos que possuem atividades importantes em benefício da saúde humana e dentre elas inclui-se atividade antiviral. No presente trabalho, foi realizada uma triagem de 51 extratos para atividade antiviral in vitro frente aos arbovírus: Zika virus, Chikungunya virus e Mayaro virus pelo método colorimétrico do MTT. Destes, 49 foram obtidos de espécies da família Bignoniaceae e 2 da espécie Cissus erosa (Vitaceae). Os resultados foram expressos em termos de concentração efetiva média (CE50) e índice de seletividade (IS). Além disso, foram determinados os perfis cromatográficos dos extratos ativos por UPLC-DAD-EM, bem como foi realizado fracionamento biomonitorado de extratos ativos e promissores. Da triagem inicial da atividade antiviral a partir de 51 extratos, 29 foram ativos contra os arbovírus exibindo atividade promissora e seletiva (CE50 ≤ 50,0 μg/mL e IS ≥ 2,0), e de forma geral, inibiram, principalmente, o ciclo de multiplicação dos alfavírus. Os perfis cromatográficos de 9 espécies foram determinados e compostos fenólicos, como feniletanoides, e, principalmente, flavonoides foram caracterizados, diversos deles foram pela primeira vez descritos nas espécies em estudo. Além disso, foi realizado fracionamento biomonitorado de 6 extratos ativos. Destas frações obtidas, foi pela primeira vez isolado um feniletanoide a partir da fração acetato de etila do extrato de caules de Tecoma stans var. stans, identificado como crenatosideo e apresentou potencial atividade anti-Zika virus com CE50 de 34,78 μM e IS de 4,25, sendo 11,12 vezes mais ativo que o controle positivo, ribavirina (CE50 = 386,84 μM). Também foi isolado um flavonoide durante fracionamento do extrato de folhas de Millingtonia hortensis que foi identificado como hispidulina e exibiu inédita atividade frente o Mayaro virus com CE50 de 32,20 μM e IS de 6,47, esta foi 3,7 vezes mais ativa que a ribavirina, e contra o Chikungunya vírus com CE50 de 78,83 μM e IS de 2,65, sendo 5,3 vezes mais ativa que o controle positivo, amantadina (CE50 = 418,98 μM). Adicionalmente, um éster de cadeia longa de um ácido orgânico foi pela primeira vez isolado da fração em diclorometano do extrato de caules de Tecoma castaneifolia, este foi parcialmente identificado, denominado de TC01, e exibiu potente atividade frente os três arbovírus com CE50 variando de 6,16 a 10,51 μg/mL e IS entre 4,33 e 7,39. Os resultados obtidos neste trabalho demonstram que a família Bignoniaceae e os seus metabólitos secundários, como compostos fenólicos, flavonoides e feniletanoides, são promissoras fontes de substâncias com potencial atividade antiviral contra os arbovírus Zika virus, Chikungunya virus e Mayaro virus.
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    Licnofolida livre e em formulações nanoméricas : toxicidade, atividade in vitro e in vivo contra Trypanosoma cruzi e proposta de mecanismo de ação.
    (2022) Milagre, Matheus Marques; Lana, Marta de; Guimarães, Dênia Antunes Saúde; Lana, Marta de; Sachs, Daniela; Ferreira, Lucas Antônio Miranda; Silva, André Talvani Pedrosa da; Veloso, Vanja Maria
    A doença de Chagas permanece epidemiologicamente relevante e é a sexta doença mais negligenciada do mundo, causando elevada morbidade e mortalidade em plena idade produtiva. O mais grave é a falta de terapia profilática e curativa adequada para esta enfermidade, sendo os únicos medicamentos atualmente utilizados o benznidazol (BZ) e nifurtimox (NIF). Estes fármacos causam graves efeitos colaterais e apresentam limitada eficácia terapêutica na fase crônica da doença, justificando a busca por novas opções terapêuticas. Este trabalho visou avançar nos estudos da lactona sesquiterpênica licnofolida (LIC-livre) e em nanocápsulas (LIC- NC) avaliando a citotoxicidade in vitro células cardíacas H9c2 e hepáticas HepG2 pelos métodos de vermelho neutro; sua interferência no ciclo celular e na produção de espécies reativas de oxigênio (EROs); genotoxicidade por ensaio cometa; fenômenos de apoptose e necrose; seletividade para T. cruzi em comparação à células H9c2; análise qualitativa da incorporação das NC fluorescente pelas células e parasitos na tentativa de explicar o mecanismo de ação de LIC-NC na infecção por T. cruzi; avaliar a toxicidade aguda in vivo da LIC-livre e LIC-NC; bem como sua eficácia terapêutica contra a cepa Colombiana de T. cruzi, protótipo de resistência ao tratamento por BZ e NIF. O tratamento com BZ foi utilizado como grupo controle de referência. No teste de vermelho neutro LIC-livre e LIC-NC apresentaram IC50 de 1,69μM e 3,28μM em células H9c2 e IC50 de 3,11μM e 3,69μM em células HepG2. Não foram observadas diferenças significativas entre as células na análise da evolução do ciclo celular, tampouco na comparação dos tratamentos com LIC-livre e LIC-NC. Verificou-se aumento nas fases sub-G1 e diminuição nas fases G2-M com ambas as formulações. Não foram observadas diferenças significativas nas análises de apoptose e necrose entre LIC-livre e LIC-NC. Em células H9c2, LIC-livre, LIC-NC, NC-BR e BZ aumentaram a produção de EROs. LIC-livre e BZ induziram aumento na intensidade da cauda nas células H9c2, diferentemente das células HepG2. Os testes em amastigota e epimastigota mostraram que LIC-livre possui maior ação tripanocida in vitro quando comparada à LIC-NC. LIC-NC foi incorporada tanto pelas células H9c2 não infectadas, quanto infectadas, e por tripomastigotas, mostrando boa entrega da formulação nos sítios de interesse. No teste de toxicidade aguda não foram observadas alterações significativas quanto aos parâmetros avaliados. LIC-NC curou 80% dos animais infectados com a cepa Colombiana, 100% resistente aos fármacos de referência, com negativação de todos os parâmetros avaliados (hemocultura, qPCR sanguínea e em tecido cardíaco após imunossupressão e ELISA). A licnofolida se mostrou eficaz em sua ação anti-T. cruzi in vitro e in vivo, na sua forma livre e nanoencapsulada, com diminuição da citotoxicidade quando encapsulada, e melhora significativa da sua ação tripanocida in vivo. LIC ainda se mostrou menos citotóxica em todos os parâmetros avaliados em relação ao grupo controle BZ. Ambas as formulações se mostraram seguras quanto ao uso em camundongos, principalmente a LIC-NC que foi também mais eficaz na cura da infecção por T. cruzi. Em conjunto, os resultados incentivam estudos complementares da LIC-NC como uma nova opção terapêutica a ser explorada e utilizada no tratamento da doença de Chagas.
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    Efeito da prática de yoga sobre sintomas, variáveis antropométricas, laboratoriais e clinicas de mulheres no climatério.
    (2022) Souza, Laura Alves Cota e; Lima, Angélica Alves; Lima, Angélica Alves; Monteiro, Henrique Luiz; Campos, Helena Hachul de; Barra, Alexandre de Almeida; Isoldi, Mauro César
    O climatério é uma fase da vida feminina caracterizada pela ocorrência de sintomas e alterações metabólicas, que acontecem principalmente devido ao declínio dos níveis de estrogênio. Alguns estudos já mostraram que a prática de Yoga pode melhorar a qualidade de vida das mulheres no climatério. Contudo, ainda faltam evidências acerca dos efeitos do Yoga sobre as alterações metabólicas que ocorrem durante a transição menopausal e pós-menopausa, bem como sobre o momento mais apropriado para o início das práticas e o tempo necessário para que os benefícios sejam observados. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito da prática regular de Yoga sobre sintomas, parâmetros antropométricos, laboratoriais e clínicos de mulheres no climatério. Para tal, foram selecionadas 373 mulheres de 40 a 65 anos, as quais foram distribuídas em dois grupos: Yoga (n=187) e Controle (n=186). Todas as participantes foram avaliadas antes do início do estudo (AI) e após seis, doze e vinte e quatro meses (AF). As análises incluiram (a) entrevista para levantamento dos sintomas, características sociodemográficas e comportamentais; (b) medidas antropométricas; (c) testes laboratoriais: perfil lipídico, glicemia e hormônios; (d) avaliação de síndrome metabólica e do risco cardiovascular. Os resultados mostraram redução significativa da intensidade dos sintomas climatéricos após 6 (p<0,001), 12 (p=0,008) e 24 meses (p=0,027) de práticas de Yoga. Em relação aos parâmetros antropométricos avaliados, foi observada diminuição significativa do índice de massa corporal (IMC) após 24 meses de práticas de Yoga (-2,2kg/m2 ; p=0,008) e da porcentagem de gordura corporal (GC) após 6 (-0,9%; p=0,036) e 24 meses (-4,3%; p=0,008). Na análise dos parâmetros laboratoriais, foi observado aumento do HDLc (9,6 mg/dL; p=0,012) e do índice QUICKI (0,03; p=0,046) após 24 meses de práticas de Yoga, além de redução da glicemia de jejum (GJ) (-9,1 mg/dL; p=0,024) e do colesterol não-HDLc (-23,4 mg/dL; p=0,018) após este mesmo período. A comparação intergrupo após os diferentes períodos de acompanhamento (AF) também mostrou que, para a maioria das variáveis avaliadas, as praticantes de Yoga apresentaram resultados significativamente melhores em comparação ao grupo Controle. Desta forma, os achados deste trabalho mostram que a prática regular de Yoga teve efeito benéfico sobre sintomas, parâmetros antropométricos, laboratoriais e clínicos, podendo representar uma abordagem não farmacológica atrativa para mulheres no climatério.
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    Estudo dos possíveis mecanismos de ação envolvidos na inibição da formação de biofilme microbiano em disposivo médico revesdo com poli(metacrilato de mela-co-dimelacrilamida) e de sua associação com nanoparculas de prata.
    (2021) Perasoli, Fernanda Barçante; Santos, Orlando David Henrique dos; Santos, Orlando David Henrique dos; Oréfice, Rodrigo Lambert; Lima, Luciana Alves Rodrigues dos Santos; Novack, Kátia Monteiro; Silva, Gisele Rodrigues da
    Os materiais utilizados na produção de dispositivos médicos permitem a adesão de microrganismos e, consequentemente, a formação de biofilme, fazendo desses uma das fontes de infecções hospitalares mais comuns. Em estudo anterior, o copolímero polimetacrilato de metila-co-dimetilacrilamida (PMMDMA) demonstrou redução significativa na adesão das principais bactérias relacionadas às infecções hospitalares, porém os principais mecanismos antiaderentes envolvidos não foram elucidados. Além disso, sabe-se que revestimentos com propriedades anti-adesiva e antimicrobiana tendem a serem mais eficazes. O emprego de nanopartículas de prata como agente antimicrobiano tem atraído a atenção nos últimos anos, devido aos seus efeitos significativos contra patógenos resistentes, como bactérias e fungos, e ao seu amplo espectro de ação. Dessa forma, este trabalho teve como objetivos avaliar os principais mecanismos de ação repelentes de microrganismos do PMMDMA e sua atividade anti-adesiva quando exposto à cultura de Candida albicans, principal espécie fúngica relacionada à quadros de infecções hospitalares oriundas do uso de cateteres urinários; além de avaliar se a associação de nanopartículas de prata (AgNPs) à matriz de PMMDMA aumenta sua eficácia. O copolímero PMMDMA foi sintetizado por fotopolimerização radicalar a partir dos monômeros metilmetacrilato (MMA) e N,N-dimetilacrilamida (DMA) e caracterizado por cromatografia por permeação em gel (GPC), espectroscopia de infravermelho (FTIR) e ressonância magnética nuclear de hidrogênio (RMN1H). A redução da adesão de C. albicans em moldes de cateter urinário revestidos com PMMDMA foi avaliada por microscopia eletrônica de varredura (MEV) após a incubação desses moldes com a suspensão fúngica por 48 horas. As cargas de superfície de C. albicans e PMMDMA, o caráter hidrofílico e a rugosidade do revestimento polimérico foram avaliadas afim de propor os possíveis mecanismos antiaderentes desse material. PMMDMA e AgNPs foram sintetizados no mesmo meio reacional, em etapa única, utilizando Irgacure 2959 como agente fotoiniciador da cadeia polimérica e fotorredutor de nitrato de prata. O nanocompósito PMMDMA-AgNPs obtido foi caracterizado por FTIR e AFM e as AgNPs por espectrometria de massas (LDI-MS) e quanto ao diâmetro médio, índice de polidispersão (IP) e potencial zeta. Moldes de cateter urinário foram revestidos com o nanocompósito sintetizado e incubados por 48 horas com suspensão contendo um mix de bactérias clinicamente relevantes (Staphylococcus aureus, Klebsiella pneumoniae e Enterococcus faecalis) para avaliação por MEV de sua eficácia quando comparado com moldes revestidos com PMMDMA e moldes sem revestimento. Por fim, a atividade hemolítica do PMMDMA e do nanocompósito PMMDMA-AgNPs foi avaliada após incubação de moldes de cateter revestidos com esses materiais com uma suspensão de eritrócitos humanos por 1 h. O copolímero PMMDMA (Mn 48,000 g/mol, Mw 113,000 g/mol, PDI 2.3) foi obtido com 75% de rendimento. O espectro de FTIR mostrou as principais bandas de estiramento correspondentes aos grupos funcionais presentes no polímero e por meio do espectro de RMN1H comprovou-se a obtenção desse produto pela determinação de sua estrutura química. Em relação ao experimento com C. albicans, foi observada uma redução expressiva da aderência de fungos nos moldes de cateter revestidos com PMMDMA quando comparados com moldes sem revestimento, nos quais foram observados a formação de extenso biofilme. A carga superficial negativa do PMMDMA, seu caráter hidrofílico e superfície lisa foram demonstradas, sendo consideradas responsáveis pelo mecanismo anti-adesivo desse material, uma vez que a maioria dos microrganismos apresentam carga superficial negativa (repulsão eletrostática), tendem a se aderir mais em superfícies hidrofóbicas e rugosas, onde há maior força de atrito. O nanocompósito PMMDMA-AgNPs foi obtido com 68% de rendimento. O espectro de FTIR mostrou bandas de estiramento dos principais grupos funcionais presentes no polímero e pela imagem de AFM foi possível observar AgNPs inseridas na matriz de PMMDMA, sendo determinada a altura de uma delas (50 nm). LDI-MS mostrou a presença de agregados de íons de prata, confirmando a síntese de AgNPs. O diâmetro médio das AgNPs determinado por espectroscopia de correlação de fótons foi de 326,00 ± 15,93 nm e IP de 0,24 ± 0,04, caracterizando essas como monodispersas. O potencial zeta foi de -23,90 ± 2,39, sendo considerado interessante, uma vez que contribui para o aumento de cargas negativas na superfície do material, aumentando sua capacidade repulsiva de microrganismos. Foi demonstrada redução de bactérias mais significativa nos moldes de cateter revestidos com o nanocompósito PMMDMA-AgNPs (99,72%) quando comparado aos moldes revestidos apenas com PMMDMA (94,48%). Nos moldes sem revestimento foram observados extensos biofilmes bacterianos (100% de contaminação). Além disso, os revestimentos PMMDMA e PMMDMA- AgNPs mostraram-se seguros no teste de hemólise realizado. Dessa forma, esse estudo demonstrou a eficácia do revestimento PMMDMA na inibição da formação de biofilme fúngico e os prováveis mecanismos envolvidos nesse processo; e que a associação de AgNPs à matriz de PMMDMA é promissora e mais eficaz, uma vez que une propriedades anti-adesiva e antimicrobiana em um só produto, além de ser de fácil obtenção e economicamente viável.
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    Nanocápsulas de Arteméter : caracterização físico- química, cardiotoxicidade, neurotoxicidade e eficácia na malária experimental.
    (2014) Diniz, Alessandra Teixeira Vidal; Mosqueira, Vanessa Carla Furtado; Guimarães, Andrea Grabe; Mosqueira, Vanessa Carla Furtado; Braga, Érika Martins; Bahia, Maria Terezinha; Leite, Romulo; Teixeira, Helder Ferreira
    Mesmo com o incremento das pesquisas na área e os esforços para sua erradicação, a malária persiste como um grave problema de saúde no Brasil e no mundo. As pesquisas recentes na área utilizam estratégias como o rejuvenescimento terapêutico de fármacos existentes, através de sua associação a nanocarreadores. No presente estudo foram desenvolvidas e caracterizadas nanocápsulas poliméricas de PCL e PLA-PEG para a administração intravenosa (IV) de arteméter, um antimalárico lipofílico e com tempo de meia-vida plasmática curta. As partículas obtidas apresentaram tamanho entre 197 e 296nm, com percentuais de encapsulação superiores a 93%. Sua eficácia antimalárica foi comprovada frente ao Plasmodium berghei sensível à cloroquina. A toxicidade cardiovascular aguda induzida pela administração IV do arteméter, fármaco com potencial arritimogênico, foi avaliada por meio das alterações de pressão arterial (PA) e ECG, bem como a neurotoxicidade, utilizando-se protocolo de avaliação comportamental. Dois protocolos foram utilizados para avaliar as alterações cardiovasculares in vivo: doses únicas e múltiplas de arteméter livre e em nanocápsulas foram administradas pela via IV a ratos Wistar. As doses únicas de 40 e 80 mg/kg de arteméter livre induziram um prolongamento do intervalo QT de 19,6 e 32,8%, respectivamente, e de 7,9 e 16,4% para as nanocápsulas de arteméter nas mesmas doses. Foram observadas hipotensão grave e bradicardia nos animais que receberam arteméter livre, com reduções na PAS e PAD de 17,8 e 22,2% para a dose de 40 mg/kg e de 41,4% e 49,9% para a dose de 80 mg/kg, respectivamente. Da mesma forma, após quatro doses de 20 mg/kg, o prolongamento do intervalo QT foi de 22,7% para o arteméter livre e 5,6% para o arteméter em nanocápsulas. No protocolo de quatro doses, o arteméter livre induziu aumentos significativos de PA e frequência cardíaca, com hipertensão e taquicardia importantes. A encapsulação do arteméter reduziu significativamente todas as alterações na PA e ECG nos dois protocolos. Embora o arteméter esteja entre os derivados de artemisinina mais neurotóxicos, este efeito não foi confirmado a partir dos testes comportamentais realizados em camundongos tratados com quatro doses de 20 mg/kg IV. Em síntese, a eficácia antimalárica foi mantida e todas as alterações cardiovasculares foram reduzidas quando o arteméter foi vetorizado em nanocápsulas, indicando a segurança da associação entre o arteméter e a formulação nanométrica proposta.
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    Avaliação de síndrome metabólica e determinação de novos pontos de corte para os fatores associados à síndrome em mulheres no climatério.
    (2022) Gouvea, Thiago Magalhães; Lima, Angélica Alves; Lima, Angélica Alves; Lima, Luciana Moreira; Bem, Daniela Amorim Melgaço Guimarães do; Veloso, Vanja Maria; Silva, Glenda Nicioli da
    Vários fatores desempenham papel no desenvolvimento da Síndrome Metabólica (SM), como variáveis individuais, ambientais e comportamentais, além do próprio envelhecimento. São poucos os estudos de SM em mulheres no climatério com dados representativos da população brasileira, especialmente diferenciando os estágios do envelhecimento reprodutivo. Ainda há indefinição dos melhores pontos de corte para os componentes individuais e sobre a inclusão de outros componentes ou substituição dos utilizados atualmente. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar prevalência da SM em mulheres na fase reprodutiva tardia, transição menopausal e pós-menopausa e determinar novos pontos de corte para os fatores associados à Síndrome. Para isto, foram selecionadas 711 mulheres, entre 45 e 60 anos, usuárias do Sistema Único de Saúde de Ouro Preto, MG. Foram realizadas entrevistas para coleta de dados sociodemográficos e comportamentais; avaliação clínica, antropométrica e laboratorial. A partir desses dados foram calculados índice de massa corporal (IMC), relação cintura-quadril (RCQ) e cintura-estatura (RCE), razão ácido úrico/HDLc (AUR/HDL), bem como os índices de Adiposidade Visceral (IAV), Aterogênico do Plasma (AIP) e de insulino-resistência (HOMA-IR). A SM foi determinada usando os critérios do National Cholesterol Education Program (NCEP), da International Diabetes Federation (IDF) e Joint Interim Statement (JIS). Para os fatores associados à SM foram determinados novos pontos de corte usando a curva ROC. A prevalência de SM no climatério foi de aproximadamente 40% e maior quando diagnosticada pelo critério JIS e na pós-menopausa (PM) quando comparada aos outros estágios do envelhecimento reprodutivo (EER). A circunferência de cintura (CC) foi o componente individual mais alterado, estando muito elevada desde a fase reprodutiva tardia (FRT). Glicemia de jejum (GJ) e triglicerídeos (TG) foram os componentes que se associaram significativamente aos EER, estando mais alterados em mulheres na PM. Foram definidos os seguintes pontos de corte para as variáveis associadas à SM em mulheres no climatério: proteína C-reativa ultrassensível (2,2 mg/L); ácido úrico (5,1 mg/dL); apolipoproteína B (120 mg/dL); insulina (6,22 μUI/mL); porcentagem de gordura corporal (33%); RCE (0,57); RCQ (0,86); IMC (26,05 kg/m2 ); HOMA-IR (1,68); IAV (1,76); AIP (-0,03) e razão AUR/HDL (10,2%). Os fatores idade/envelhecimento reprodutivo, status menopausal, baixa escolaridade/renda, sedentarismo, multiparidade, uso de medicamentos, sintomas climatéricos moderados/intensos, obesidade abdominal, inflamação, resistência insulínica, hiperuricemia, dislipidemia e hipoestrogenismo foram associados à SM. RCE, AIP e insulina foram os melhores preditores da SM em mulheres climatéricas. IAV, AUR e AUR/HDL apresentaram boa especificidade e podem ser úteis no acompanhamento de mulheres diagnosticadas com SM. Medidas de controle da obesidade abdominal antes e durante o climatério e de dislipidemia da FRT à PM podem ser essenciais para reduzir a prevalência de SM. Além disto, a otimização dos pontos de corte pode auxiliar na triagem das portadoras da Síndrome, propiciando acompanhamento precoce e consequentemente diminuição do risco de doenças cardiovasculares e diabetes mellitus em mulheres no climatério.
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    Efeitos antiproliferativos e toxicogenéticos da crisina em linhagens tumorais de bexiga com diferentes status do gene TP53.
    (2021) Lima, Ana Paula Braga; Silva, Glenda Nicioli da; Silva, Glenda Nicioli da; Dolabela, Maria Fâni; Ribeiro, Daniel Araki; Magalhães, Cíntia Lopes de Brito; Brandão, Geraldo Célio
    A atividade antitumoral da crisina, flavonoide encontrado no mel, na própolis e na Passiflora caerulea, tem sido estudada em diversos tipos de cânceres. No câncer de bexiga, seus efeitos citotóxicos já foram demonstrados, entretanto pouco se sabe sobre seu mecanismo de ação. Nesse contexto, esse trabalho teve como objetivo avaliar os efeitos antiproliferativos e toxicogenéticos e os possíveis mecanismos de ação molecular da crisina em células tumorais de bexiga com diferentes status do gene TP53 (RT4 – com gene TP53 selvagem; 5637 e T24 – com gene TP53 mutado). As células foram tratadas com diferentes concentrações de crisina (10, 20, 40, 60, 80 e 100 µM) para análise de citotoxicidade, proliferação celular, sobrevivência clonogênica, efeito pró-oxidante, efeitos genotóxicos e mutagênicos, alterações morfológicas, migração celular, cinética do ciclo celular, índice de divisão nuclear, perfil de metilação global e expressão dos genes SRC, PLK1, HOXB3, mTOR, FGFR3, c-MYC e RASSF1A. Os resultados mostraram que a crisina foi citotóxica e diminuiu a proliferação celular para as três linhagens estudadas, provavelmente através da produção de espécies reativas de oxigênio e da indução de danos no DNA das células. Além disso, a crisina diminuiu significativamente a formação de colônias e a migração celular nas três linhagens, sendo que nas linhagens com TP53 mutado, esses efeitos foram acompanhados pela diminuição da expressão de HOXB3 e SRC. A crisina diminuiu a densidade celular de todas as linhagens e alterou a morfologia das linhagens com TP53 mutado. Além disso, nas linhagens com TP53 mutado, a crisina causou parada do ciclo celular na fase G2/M, acompanhado pela diminuição da expressão de PLK1. Nas células RT4 e T24, a crisina aumentou as taxas de apoptose; nas células T24, taxas significativas de necrose também foram observadas. Nas células 5637, a crisina demonstrou interferir em eventos epigenéticos, aumentando o padrão de metilação global do DNA. Ademais, na linhagem T24, a modulação negativa dos genes c-MYC, FGFR3 e mTOR também parece contribuir para os efeitos antiproliferativos da crisina. Concluindo, a crisina diminui a proliferação e a migração celular independente do status de TP53 em células tumorais de bexiga, entretanto, os efeitos sobre a morfologia, cinética do celular e expressão de genes são dependentes do status de TP53.
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    Efeitos de uma sessão aguda de natação até exaustão sobre a contratilidade e transiente de ca2+ de cardiomiócitos isolados do ventrículo esquerdo de ratos espontaneamente hipertensos em fase de função cardíaca compensada e descompensada.
    (2022) Teles, Maria Cecília; Isoldi, Mauro César; Isoldi, Mauro César; Lacerda, Ana Cristina Rodrigues; Peixoto, Marco Fabrício Dias; Souza, Gabriela Guerra Leal de; Silva, Glenda Nicioli da
    A hipertensão arterial sistêmica é uma condição clínica multifatorial caracterizada por níveis elevados e sustentados de pressão arterial. Estudos mostram o exercício realizado de forma exaustiva leva a danos cardíacos, mas pouco se sabe sobre os efeitos de uma sessão de natação até exaustão em animais hipertensos. Diante disso nosso objetivo foi investigar os efeitos de uma sessão aguda de natação até exaustão sobre as propriedades mecânicas de cardiomiócitos isolados do ventrículo esquerdo de ratos espontaneamente hipertensos em fase de função cardíaca compensada e descompensada. Os animais foram alocados em cinco grupos, cada um composto por 7 animais: normotenso controle (NC); normotenso exaustão (NE); hipertenso controle na fase compensada (HC); hipertenso exaustão na fase compensada (HE), hipertensos exaustão na fase descompensada, já na fase de insuficiência cardíaca (IC). Os animais dos grupos exaustão foram submetidos a um protocolo de natação até exaustão, que consistia em natação por um período de 180 minutos com 5% da carga corporal, imediatamente após o exercício esses animais foram eutanasiados e o coração foi removido para isolamento dos cardiomiócitos. Foram avaliados o tempo de natação até exaustão, hipertrofia ventricular, transiente de cálcio e a contratilidade celular nas frequências de estimulação de 1, 3, 5 e 7 Hz. Os animais normotensos apresentaram uma massa corporal mais elevada do que os animais hipertensos na fase compensada e descompensada (p≤0,05), a relação do peso do ventrículo esquerdo pelo peso corporal apresentou um aumento nos animais hipertenso na fase compensada e descompensada em relação aos seus controles (p<0,00). Os animais normotensos conseguiram manter a natação apenas por 14 minutos ± 3 minutos e 41 segundos, enquanto os animais espontaneamente hipertensos na fase compensada completaram o protocolo proposto de 180 minutos, os animais hipertensos na fase descompensada mantiveram a natação por apenas 4,83 ±1,57 minutos. Em relação aos dados de contratilidade e transiente foram encontrados os seguintes dados: A amplitude de contração apresentou um aumento quando os animais hipertensos na fase compensada e descompensada foram submetidos ao exercício exaustivo, além disso a velocidade de contração e a velocidade de relaxamento foram aumentadas (1Hz). Quando analisado o transiente de cálcio, o exercício exaustivo levou a uma redução da amplitude de cálcio nos animais hipertensos na fase compensada (1, 3, 5 Hz) e uma redução no tempo para atingir o decaimento do cálcio (1Hz), a velocidade de liberação e recaptação do cálcio foi reduzida nos animais hipertensos na fase compensada quando submetido ao exercício (1, 3, 5, 7 Hz). A natação até exaustão provocou alterações adversas no mecanismo contrátil dos cardiomiócitos isolados do ventrículo esquerdo, entretanto tais mecanismos devem ser mais explorados.
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    Estudo sazonal e avaliação das atividades anti-hiperuricêmica e anti-inflamatória e da estabilidade de extratos etanólicos de Lychnophora passerina (Mart. ex. DC) Gardn.
    (2017) Ugoline, Bruno César de Albuquerque; Guimarães, Dênia Antunes Saúde; Souza, Jacqueline de; Pimenta, Lúcia Pinheiro Santos; Serra, Cristina Helena dos Reis; Guimarães, Andrea Grabe; Barcellos, Neila Marcia Silva; Guimarães, Dênia Antunes Saúde
    Neste trabalho foi avaliada a influência da sazonalidade sobre o teor da lactona sesquiterpênica goiazensolida nos extratos etanólicos brutos de partes aéreas de L. passerina coletada no verão (EV), outono (EO), inverno (EI) e primavera (EP) e sobre as atividades anti-hiperuricêmica e anti-inflamatória. A goiazensolida foi isolada da fração hexano/acetato etílica obtida do extrato clorofórmico e sua estrutura química foi confirmada por meio de métodos espectrométricos usuais. Um método por CLAE empregando adição de padrão foi desenvolvido e validado para quantificação da goiazensolida em EV, EO, EI e EP, sendo um método inédito para a quantificação do marcador químico na espécie. A goiazensolida foi submetida à degradação forçada, por 24 horas, em meios alcalino e ácido, apresentando degradação completa nos referidos meios. O armazenamento da goiazensolida a 40 ºC promoveu uma redução de 35,4% no seu teor após as 24 horas. EV, EO, EI e EP apresentaram teores distintos da lactona sesquiterpênica. Soluções aquosas de EV, EO, EI e EP a 100 μg/mL foram avaliadas quanto à capacidade de reduzir in vitro a atividade da xantina oxidase (XO) e todos os extratos se mostraram ativos. Os tratamentos com os extratos EV e EO (125,0 e 250,0 mg/kg), e com a goiazensolida (10,0 mg/kg) reduziram os níveis séricos de ácido úrico em camundongos com hiperuricemia induzida por oxonato de potássio. Neste ensaio, a atividade da goiazensolida foi significativamente semelhante a do fármaco alopurinol. EV, EO, e EP, nas doses de 125,0 e 250,0 mg/kg, bem como a goiazensolida na dose 10,0 mg/kg, inibiram a atividade da XO hepática, evidenciando um dos prováveis mecanismos de ação anti-hiperuricêmica. Os animais tratados com EV e EO (125,0 e 250,0 mg/kg) e com a goiazensolida (5,0 mg/kg), tiveram o edema induzido por cristais de urato monossódico reduzido a partir de 24 horas do início do experimento. Não foram encontradas diferenças significativas entre a atividade antiedematogênica dos extratos, porém os resultados indicaram que EV e EP foram os extratos com maior efeito anti-hiperuricêmico. No ensaio do edema de pata induzido por carragenina, os tratamentos com EV, EO, EI, EP (125,0 e 250,0 mg/kg) e com a goiazensolida (10,0 mg/kg) foram capazes de reduzir significativamente o edema a partir da segunda hora de experimento. Os extratos não apresentaram atividade anti-inflamatória estatisticamente diferente, sugerindo que para o uso como agente anti-inflamatório a planta pode ser coletada em qualquer época do ano. O extrato EO e a tintura preparada com a espécie vegetal coletada na mesma estação (TO) foram avaliados quanto à estabilidade de longa duração a 30 °C, por 12 meses, e acelerada a 40 °C, por 6 meses. Parâmetros como características organolépticas, pH, densidade relativa e resíduo seco não apresentaram alteração significativa para ambas as amostras. O teor de goiazensolida foi maior que o limite estabelecido (≥ 90%) no primeiro mês de estudo de estabilidade acelerada, com decréscimo maior que 50% ao término dos 6 meses para EO e TO, cujos teores iniciais foram 6,6 ± 0,44 e 8,2 ± 0,79 % (p/p) e reduziram a 1,3 ± 0,17 e 3,9 ± 0,64 % (p/p); respectivamente. Nas condições de prateleira, o teor de goiazensolida reduziu a níveis abaixo do limite estabelecido pela Anvisa (≤ 10%) após o quarto mês de estudo. Desta forma, o extrato etanólico de L. passerina demonstrou ser uma promissora alternativa para a terapêutica da gota, devido às atividades anti-hiperuricêmica e anti-inflamatória apresentadas pelo mesmo, atuando de forma diferenciada e inovadora frente aos fármacos atualmente disponíveis.
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    Efeitos antiproliferativos de naftoquinonas em linhagens tumorais de bexiga.
    (2022) Ferreira, Gabriel Monteze; Brandão, Geraldo Célio; Silva, Glenda Nicioli da; Brandão, Geraldo Célio; Endringer, Denise Coutinho; Dolabela, Maria Fâni; Souza, Gustavo Henrique Bianco de; Cardoso, Leonardo Máximo
    As quinonas são compostos químicos produzidos a partir da oxidação de fenóis, Uma de suas principais características é a presença de dois grupos carbonílicos que formam um sistema conjugado com pelo menos duas ligações duplas em um anel de seis carbonos. Entre as quinonas, as naftoquinonas se destacam como potenciais agentes antitumorais. Com base neste histórico, oito naftoquinonas da biblioteca de moléculas do Laboratório de Química Medicinal e Bioensaios da Escola de Farmácia da UFOP tiveram suas citotoxicidades testadas pelo método colorimétrico do MTT (brometo de [3-(4,5-dimetiltiazol2yl)-2,5-difenil tetrazolium]) em linhagens de carcinoma urotelial. A nafto [2,3-b] tiofen-4,9-quinona (NQ1), 8-metoxi-α-lapachona (NQ3) e a lausona (NQ8) apresentaram melhores índices de seletividade para células de carcinoma urotelial e, portanto, foram selecionadas para outros ensaios. A NQ1 apresentou índice de seletividade de 7,32; 18,16 e 10,55 respectivamente para as linhagens RT4, 5637 e T24, enquanto a NQ3 e a NQ8 apresentaram índice de seletividade respectivamente de 19,5 e 28,0 para a linhagem T24. Os cálculos foram feitos utilizando os valores de citotoxicidade obtidos para a linhagem não tumoral MRC-5 (fibroblasto humano). No ensaio de sobrevivência clonogênica, a maior concentração testada de NQ1 (2,5 µg/mL) reduziu 76, 52 e 48% a formação de clones para as linhagens RT4, 5637 e T24 respectivamente. A NQ3 reduziu 70,5% e a NQ8 reduziu 87,1% a formação de clones para a linhagem T24. Observou-se também que a NQ1 alterou a morfologia das três linhagens testadas e a NQ3 alterou a morfologia da T24, onde foi possível observar a presença de células alongadas. As três moléculas também apresentaram o efeito de diminuição no processo de migração celular. As três naftoquinonas alteraram o ciclo celular e induziram significativamente a produção de espécies reativas de oxigênio (EROs), que estão ligadas a danos no DNA. Em conclusão, as naftoquinas estudadas apresentaram potencial efeito antiproliferativo em linhagem tumoral de câncer de bexiga, interferindo no ciclo e na migração celular celular, possivelmente por meio de estresse oxidativo.
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    Avaliação in vivo da segurança cardiovascular do antifúngico Caspofungina.
    (2019) Machado, Danielle Cristiane Correa de Paula; Guimarães, Andrea Grabe; Leite, Elaine Amaral; Guimarães, Andrea Grabe; Bizarro, Heloisa D'Avila da Silva; Cáu, Stêfany Bruno de Assis; Souza, Gabriela Guerra Leal de; Leite, Romulo
    A caspofungina é um fármaco antifúngico relativamente seguro utilizado para tratar candidíase invasiva. Entretanto, a cardiotoxicidade desse fármaco foi relatada em humanos e modelos experimentais. O objetivo deste trabalho foi avaliar a eficácia experimental in vivo da caspofungina sobre a Candida albicans e avaliar sua segurança terapêutica sobre o sistema cardiovascular em camundongos Swiss fêmeas não infectados e infectados por Candida albicans através da análise do eletrocardiograma (ECG). Os animais foram infectados utilizando a imunossupreção prévia com ciclofosfamida (100 mg/kg) e administração IV do inóculo de Candida albicans (SC5314) (1 a 5x105 UFC/ml). O tratamento com veículo ou caspofungina (5 ou 10 mg/kg) por 5 dias IP foi iniciado 24 horas após a infecção confirmada pela presença de unidades formadoras de colônia (UFC) de C. albicans em amostras de coração, rim, baço ou fígado. A sobrevida foi significativamente aumentada com o tratamento com caspofungina 5 ou 10 mg/kg IP e todos os camundongos infectados tratados apenas com o veículo vieram a óbito. A dose de 10 mg/kg de caspofungina inibiu o crescimento de UFC. A susceptibilidade in vitro de C. albicans foi realizada utilizando a técnica de microdiluição em caldo com concentrações cerscentes de caspofungina, sendo a concentração inibitória mínima de caspofungina para C. albicans de 0,3 g/ml, indicando que o fungo é sensível ao fármaco. O sinal do ECG na derivação II (DII) foi obtido em camundongos conscientes em contenção: para mensurar os intervalos do ECG. O ECG por telemetria foi obtido nos animais não infectados tratados com caspofugnina 10 mg/kg durante 5 dias IP para avaliar os parâmetros da variabilidade da frequência cardíaca (VFC) nos tempos: basal, e após tratamento. A caspofungina induziu aumento significativo dos intervalos PR (18,5%) e QRS (26,6%) em comparação ao basal. Os intervalos QT (20,2 e 23,9%) e QTc (16,3 e 27,2%) aumentaram após tratamento com veículo e com caspofungina indicando que a infecção por C. albicans induziu essas alterações. No entanto, a caspofungina não induziu ao aumento adicional dos intervalos QT e QTc nem impediu o aumento induzido pela C. albicans. Não ocorreram alterações significativas nos parâmetros de VFC de animais não infectados após o tratamento com caspofungina. Concluímos que a caspofungina pode ser considerada um fármaco seguro, em relação aos seus efeitos cardíacos avaliados in vivo no presente estudo, mantendo sua eficácia antifúngica contra C. albicans.
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    Bases moleculares e bioquímicas da patogênese da doença hepática gordurosa não alcoólica induzida por carboidratos simples : foco na reprogramação epigenética e no metabolismo lipídico hepático.
    (2020) Oliveira, Daiane Teixeira de; Cota, Renata Guerra de Sá; Cota, Renata Guerra de Sá; Rodrigues, Tiago; Coimbra, Cândido Celso; Bezerra, Frank Silva; Isoldi, Mauro César
    Esse estudo teve como objetivo fornecer uma visão abrangente dos eventos metabólicos e bioquímicos que envolvem o consumo de carboidratos simples, em condição de equivalência energética, bem como elucidar o papel do metabolismo lipídico e das modificações epigenéticas na patogênese da doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA). Por razões didáticas, dividimos os resultados desse estudo em três capítulos, de acordo com os objetivos específicos estabelecidos. No capítulo I e II avaliamos o efeito do consumo crônico de carboidratos simples sobre o desenvolvimento de alterações metabólicas e o papel do metabolismo lipídico hepático sobre o desenvolvimento de alterações hepatocelulares, respectivamente. Para isso, ratos Wistar recém-desmamados foram submetidos à dieta controle (DC; n=8) ou a uma dieta isocalórica rica em carboidratos simples (DRCS; n=12), ad libitum por 18 semanas. Capítulo I: independentemente do consumo calórico positivo a DRCS levou ao aumento significativo da massa corporal e da massa gorda, do índice de adiposidade, do índice de Lee, da massa do fígado, do nível sérico de triacilglicerol e VLDL, do conteúdo lipídico hepático, da frequência cardíaca e à hiperplasia e hipertrofia do tecido adiposo retroperitoneal, induziu intolerância à glicose, resistência à insulina e aumento compensatório da secreção de insulina pelas células β pancreáticas. Capítulo II: no fígado a DRCS desencadeou o estresse oxidativo e danos teciduais graves, como esteatose microvesicular, morte celular e ballooning. Através da análise do lipidoma hepático foram identificados e quantificados 362 espécies moleculares de lipídios. Mais especificamente, ratos alimentados com a DRCS exibiram aumento do conteúdo hepático de triacilglicerol esterificado em ácidos graxos saturados e monossaturados, aumento de lipídios biomarcadores de disfunção mitocondrial (fosfatidilglicerol, cardiolipina e ubiquinona) e do comprometimento da βoxidação de ácidos graxos (acilcarnitina) e alterações em lipídios de membrana. A DRCS também levou a down-regulation de genes da oxidação de ácidos graxos no fígado. No capítulo III avaliamos o efeito temporal da DRCS sobre a indução da reprogramação epigenética no fígado. Para isso, ratos Wistar recém-desmamados foram divididos nos grupos experimentais DC (n=20) e DRCS (n=20) e submetidos as respectivas dietas pelo período de 4 (n=5), 8 (n=5), 15 (n=5) e 18 (n=5) semanas. O desenvolvimento e a progressão da DHGNA, induzido pela DRCS, foi acompanhado pela desregulação dos padrões epigenéticos, evidenciados pela modulação negativa da expressão das metilases (Dnmts) e desmetilase (Tet2) do DNA, e das sirtuínas (sirt1-7), pela diminuição da metilação global do DNA e pela modulação negativa da marca de repressão da transcrição (H3K9me3 e H3K27me3) induzida pelo envelhecimento. Em conclusão, esses achados sugerem que o consumo precoce e crônico da DRCS leva ao fenótipo da síndrome metabólica, independentemente da ingestão calórica. No fígado, a DRCS induz a sobrecarga e o comprometimento da β-oxidação de ácidos graxos e desencadeia a reprogramação epigenética, resultando em perturbações drásticas no metabolismo lipídico hepático e no desenvolvimento e progressão da DHGNA. Esses achados contribuem para a consolidação do efeito deletério da DRCS sobre a saúde e para a elucidação das vias moleculares da patogênese da DHGNA.
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    Efeitos do exercício físico associado aos medicamentos anti-hipertensivos sobre a função cardiovascular.
    (2019) Castro, Quênia Janaína Tomaz de; Guimarães, Andrea Grabe; Soares, Pedro Paulo da Silva; Cáu, Stêfany Bruno de Assis; Alzamora, Andréia Carvalho; Leite, Romulo; Guimarães, Andrea Grabe
    A hipertensão arterial (HA) é uma doença crônica, sendo um dos principais fatores que colaboram para o surgimento de doenças cardiovasculares (DCV). O controle da pressão arterial (PA) contribui para a regressão da hipertrofia do ventrículo esquerdo (HVE). O presente trabalho teve como objetivo verificar, experimentalmente em SHR e clinicamente em estudo de metanálise, se a associação entre o exercício físico regular e o tratamento farmacológico, pode promover a regressão da HVE, e experimentalmente, se menores doses de captopril e losartana podem atingir este efeito quando associados ao exercício físico regular. Os animais foram distribuídos nos grupos sedentários (n=6 cada) e treinados em esteira (n=6 cada). O treino foi realizado durante 60 min/dia, 5 dias por semana, na velocidade 18 m/min durante 8 semanas. Os animais foram tratados por via oral com veículo, captopril 12,5, 25 ou 50 mg/kg ou losartana 2,5, 5 ou 10 mg/kg. Ao final de 8 semanas, foram avaliados a pressão arterial sistólica (PAS) e diastólica (PAD), frequência cardíaca (FC), e os intervalos PR, QRS, QT e QT corrigido (QTc) do eletrocardiograma (ECG). Posteriormente, os animais foram eutanasiados e os corações foram extraídos. Os ventrículos esquerdos foram utilizados para determinar a atividade de MMP-2 por zimografia gelatinolítica, e para avaliação histológica (HE e tricrômico de Masson). O exercício físico isoladamente não alterou nenhum dos parâmetros analisados. O tratamento com captopril reduziu PA, FC, QT, QTc, em todas as doses, porém não alterou a atividade de MMP-2 e a estrutura cardíaca. Associado ao exercício, o captopril 25 e 50 mg/kg promoveu redução de 6,7% e 14,2% no intervalo QTc, respectivamente, e na dose de 50 mg/kg, reduziu 13,6% de QT, comparado ao sedentário. O tratamento com losartana 5 e 10 mg/kg reduziu QT tanto em sedentários quanto treinado e reduziu PA apenas na dose de 10 mg/kg. Isoladamente, a losartana não alterou a atividade de MMP-2, mas associado a prática de exercício físico reduziu em 25,4%, 24,8% e 31,8% a atividade de MMP-2 nas doses de 2,5, 5 e 10 mg/kg, respectivamente. O tratamento com captopril ou losartana não alterou o número de núcleos do tecido cardíaco e o comprimento dos cardiomiócitos. A segunda parte do trabalho consistiu de revisão sistemática seguida de metanálise. A revisão utilizou as bases de dados Pubmed, Bireme, Lilacs, Central (Cochrane) e Science Direct, compreendendo período indeterminado até 2018, e a comparação foi realizada entre pacientes treinados e sedentários, tratados com anti-hipertensivos. Os parâmetros analisados foram a massa do ventrículo esquerdo (MVE), índice de massa do ventrículo (IMVE), diâmetro diastólico final do ventrículo esquerdo (DDVE), fração de ejeção (FE), PAS, PAD e FC. Cinco estudos (907 indivíduos) foram incluídos na metanálise. A associação exercício físico e anti-hipertensivos reduziu a MVE (IC95%: -21,63 a -1,81, N = 783), PAD (IC95%: -2,84 a -0,16, N = 843), FC (IC95%: -4,57 a -1,53, N = 907), aumentou FE (IC95%: 0,47 a 2,88, N = 843) e apresentou tendência a redução de IMVE e PAS. DDVE foi semelhante nos dois grupos. Concluímos que a associação do exercício físico ao tratamento com losartana mostrou ter efeito adicional nos parâmetros analisados, porém o mesmo não foi observado para o captopril. A metanálise demostrou que indivíduos em tratamento com fármacos anti-hipertensivos, combinados com a prática de exercícios físicos, podem ter o benefício adicional da redução da MVE e da PAD. Sendo assim, a prescrição de exercício físico deve ser considerada para prevenção e tratamento da HVE em indivíduos hipertensos.
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    Efetividade da vacinação na redução da prevalência e incidência da infecção por HPV e de lesões cervicais pré-neoplásicas em mulheres jovens.
    (2021) Santos, Ana Carolina da Silva; Lima, Angélica Alves; Vital, Wendel Coura; Lima, Angélica Alves; Zeferino, Luiz Carlos; Silva, Ismael Dale Cotrim Guerreiro da; Meireles, Adriana Lúcia; Silva, Glenda Nicioli da
    O objetivo deste trabalho foi avaliar a efetividade da vacina quadrivalente na redução da prevalência e incidência da infecção por HPV e de lesões cervicais pré-neoplásicas em jovens brasileiras, de 18 a 24 anos. O estudo foi conduzido nos municípios de Ouro Preto e Mariana/MG, no período de 2018 à 2021. Foi realizado um estudo de coorte concorrente com seguimento inicial de 12 a 18 meses. Além disso, para verificar as mudanças nas taxas de prevalência e perfil de infecção por HPV, foi desenvolvido um estudo de painel comparando os períodos pré (2008-2009) e pós-introdução da vacina no Programa de Imunização (2018-2021). As jovens selecionadas foram entrevistadas e separadas em dois grupos: vacinado e não vacinado. Foi realizado o exame de Papanicolaou e a coleta de amostra cervical para a detecção e genotipagem do HPV por PCR-RFLP e PCR tipo-específica. As prevalências de infecção por HPV e de alterações citológicas foram analisadas através do teste para comparação de proporções. Modelos de regressão multivariada de Poisson e Cox foram utilizados para estimar a efetividade da vacina. Foram avaliadas 270 jovens na linha de base. Não foi observada diferença significativa na prevalência geral de infecção por HPV entre os grupos vacinado e não vacinado (27,8% vs. 23,7%; p=0,453), assim como na comparação dos dados obtidos pré e pós-vacinação (30,6% vs. 25,2%; p=0,358). Contudo, a prevalência de infecção pelos tipos HPV6/11/16/18 nas jovens vacinadas (1,0%) foi inferior à das não vacinadas (7,5%; p=0,021), com resultado similar no estudo de painel. Em relação aos tipos não vacinais, maior prevalência foi identificada entre as jovens vacinadas (26,8% vs. 16,9%; p=0,036) e no período pósvacinação (20,0% vs.7,6%, p=0,017). A incidência geral de infecção por HPV foi de 14,5/100 jovens/ano entre as não imunizadas comparada a 9,3/100 jovens/ano naquelas imunizadas. A efetividade da vacina foi de 57%, independentemente do tipo viral, sendo que nenhuma jovem vacinada foi infectada com HPV vacinal no seguimento. HPV33/45, relacionados à proteção cruzada, foram detectados em 9,8% das amostras de jovens vacinadas e 1,3% das não vacinadas (p=0,002) na linha de base. No seguimento não foi detectada infecção por HPV45, já o HPV33 foi identificado em 1,8% das participantes vacinadas e 6,9% das não vacinadas. Quanto as alterações citológicas, não houve diferença significativa na prevalência geral entre os grupos vacinado e não vacinado (2,1% vs. 5,8%; p=0,155) e nem na comparação dos períodos pré e pós-vacinação (9,7% vs. 4,4%; p=0,082). Assim, os resultados mostraram que a vacina quadrivalente foi efetiva na redução da infecção pelo HPV. Contudo, a vigilância da infecção deve ser contínua para avaliar a prevalência dos diferentes genótipos e o impacto do programa de vacinação.
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    Potencial biofarmacêutico da eremantolida C : dissolução intrínseca e perfusão intestinal in situ em ratos.
    (2019) Caldeira, Tamires Guedes; Souza, Jacqueline de; Guimarães, Dênia Antunes Saúde; Rolim, Clarice Madalena Bueno; César, Isabela da Costa; Gurgel, Leandro Vinícius Alves; Santos, Cláudio Gouvêa dos; Souza, Jacqueline de
    Solubilidade e permeabilidade são parâmetros fundamentais para promover a adequada biodisponibilidade oral de um fármaco ou substância biologicamente ativa. Baseado nisso, foi criado o Sistema de Classificação Biofarmacêutica (SCB) com o intuito de definir testes in vitro capazes de prever o comportamento in vivo dos fármacos. No contexto do uso do SCB para o desenvolvimento de fármacos encontra-se a eremantolida C (EREC), uma lactona sesquiterpênica com comprovadas atividades antitumoral, anti-inflamatória, antihiperuricêmica e antiartrite gotosa, e baixa toxicidade. Considerando isso, o objetivo deste trabalho foi realizar a avaliação biofarmacêutica da eremantolida C, por meio da determinação da velocidade de dissolução intrínseca (VDI) e da permeabilidade empregando a perfusão intestinal in situ em ratos. Para isso, a eremantolida C foi isolada e purificada, o que possibilitou a validação do método analítico para sua quantificação por cromatografia a líquido de alta eficiência (CLAE), aplicável aos estudos propostos. A VDI foi avaliada, após padronização da técnica, utilizando 100,0 mg de EREC, força e tempo de compressão de 1 tonelada e 1 minuto, respectivamente, 900 mL de meio tamponado a 37,0 ºC sob velocidade de 100 e 250 rpm, com coleta de amostras a cada 30 minutos durante 8 horas. A VDI obtida para a EREC nos meios tampão acetato (pH 4,5), fluido intestinal simulado sem enzimas (pH 6,8) e tampão fosfato (pH 7,4) apresentou valores inferiores a 0,1 mg/min/cm2 , confirmando a baixa solubilidade obtida para a substância. Apesar dos resultados dos estudos de solubilidade não indicarem a presença de polimorfismo, cinco diferentes amostras de EREC foram submetidas as análises de difração de raios-X, calorimetria diferencial exploratória e microscopias óptica e eletrônica de varredura com o intuito de avaliar a presença de formas polimórficas. A partir das análises realizadas, a EREC não apresentou qualquer tipo de polimorfismo, clássico ou morfológico, não havendo, portanto, influência de transições cristalinas na solubilidade e, consequentemente, em sua classificação biofarmacêutica e processo de absorção oral. Com relação à permeabilidade, a perfusão intestinal in situ foi avaliada no intestino delgado completo de ratos Wistar por meio da introdução de 10,0 mL da solução de perfusão contendo as substâncias de interesse. Alíquotas de 200,0 µL foram coletadas a cada 5 minutos durante 30 minutos e encaminhadas para quantificação, possibilitando o cálculo da permeabilidade efetiva (Peff) e a predição da fração absorvida (Fabs). O aciclovir (1,6 mg/mL) e o cloridrato de propranolol (0,32 mg/mL) foram empregados como fármacos padrão de baixa e alta permeabilidade, respectivamente, enquanto a permeabilidade da EREC foi avaliada frente às concentrações de 9,6 µg/mL, 96,0 µg/mL e 960,0 µg/mL, bem como, na presença de azida sódica 65,0 µg/mL. O aciclovir e o cloridrato de propranolol apresentaram Peff iguais a 1,09 x 10-5 ± 0,38 x 10-5 cm/s (Fabs = 19,6 %) e 10,94 x 10-5 ± 1,67 x 10-5 cm/s (Fabs = 88,8 %), respectivamente, confirmando a adequabilidade da técnica para a avaliação da permeabilidade. A EREC, por sua vez apresentou Peff entre 7,28 x 10-5 ± 0,52 x 10-5 cm/s e 7,81 x 10-5 ± 3,16 x 10-5 cm/s, demonstrando Fabs igual a 79,0 %. Os valores de Peff obtidos demonstraram sua alta permeabilidade e que o processo de absorção da EREC ocorre apenas pelo mecanismo passivo de permeação. Portanto, diante de todo o exposto, pode-se concluir que a eremantolida C pertence à classe II do SCB por apresentar baixa solubilidade e alta permeabilidade.
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    Avaliação in vivo da eficácia antimalárica, toxicidade cardiovascular e neurocomportamental do arteméter por via oral veiculado em nanocápsulas.
    (2017) Souza, Ana Carolina Moreira; Guimarães, Andrea Grabe; Mosqueira, Vanessa Carla Furtado; Richard, Sylvain; Guimarães, Andrea Grabe; Fagundes, Elaine Maria de Souza; Leite, Elaine Amaral; Bahia, Maria Terezinha; Isoldi, Mauro César
    O arteméter (ATM) é um antimalárico utilizado clinicamente em combinação (ATC) com outros antimaláricos (WHO, 2016). Apresenta meia vida plasmática curta, baixa biodisponibilidade por via oral e toxicidade cardiovascular e neurológica, entre outros efeitos adversos. Nanocápsulas de poly-ε-caprolactona veiculando ATM (ATM-NC) foram desenvolvidas e caracterizadas anteriormente. O objetivo deste trabalho foi avaliar a eficácia antimalárica in vivo e os efeitos cardiovasculares e neurocomportamentais de ATM-NC administrado por via oral em comparação ao ATM em sua forma livre. Foram utilizados camundongos C57BL6 fêmeas previamente infectados por Plasmodium berghei para a avaliação da eficácia antimalárica e machos para a avaliação dos efeitos cardiovasculares e neurocomportamentais. Os animais foram tratados por via oral, duas vezes ao dia por 4 dias com veículo (sorbitol/carboximetilcelulose) ou NC branca, ATM livre ou ATM-NC, nas doses de 40, 80 e 120 mg/kg. ATM-NC (120 mg/kg) aboliram a parasitemia e promoveram a sobrevida de 100 %. Para avaliar a cardiotoxicidade foram realizados: 1) eletrocardiograma (ECG) na derivação periférica II antes e após o tratamento em camundongos anestesiados, não infectados e infectados. O ATM livre induziu cardiotoxicidade evidenciado pelo prolongamento dos intervalos QT e QTc. Para a maior dose estudada (120ºmg/kg), em camundongos não infectados, ATM-NC impediu estes prolongamentos em 34 % e 30 %, respectivamente, comparado ao ATM livre. Nos camundongos infectados, ATM-NC também reduziu o prolongamento dos intervalos QT e QTc em 28 % e 27 %, respectivamente. 2) Ecocardiograma (ECO) foi realizado em camundongos não infectados e tratados com ATM livre e ATM-NC na dose de 120 mg/kg. Para este estudo não foram encontradas diferenças significativas entre os grupos avaliados. Os cardiomiócitos de camundongos previamente tratados com a dose de 120 mg/kg foram isolados e avaliados in vitro 3) sob estimulação em campo (1 Hz) em sistema Ionoptix para o transiente de Ca2+ e contratilidade do sarcômero, 4) em sistema patch-clamp para o potencial de ação (PA) e a corrente nos canais de Ca2+. O ATM livre reduziu o transiente de Ca2+ em 41 %, o Ca2+ diastólico em 12 % e a porcentagem de encurtamento do sarcômero de 4,6 % (controle) para 3,1 %. Além disso, o ATM livre causou o prolongamento do PA comparado ao veículo (350,0 ± 49,3 ms e 137,7 ± 20,5 ms, respectivamente). 5) Cardiomiócitos de camundongos não tratados foram isolados e incubados com ATM livre nas concentrações 0,1; 1 e 10 µM. ATM livre 10 µM reproduziu os efeitos sobre Ca2+ observados nos cardiomióciotos dos camundongos tratados, assim indicando efeitos cardiotóxicos. Por outro lado, ATM-NC não causou nenhuma alteração significativa em nenhum dos parâmetros avaliados. A avaliação da neurotoxicidade foi realizada em camundongos não infectados e infectados. Para os camundongos não infectados o ATM livre (120 mg/kg) reduziu significativamente a capacidade de exploração nos braços abertos do labirinto em cruz elevado, indicando transtorno neurocomportamental como a ansiedade. Para animais infectados o tratamento com ATM livre (120 mg/kg) desencadeou comportamentos similares a ansiedade e diminui a capacidade locomotora dos camundongos, pois reduziu em 65 % e 67 % a capacidade exploratória dos braços abertos e fechados do labirinto em cruz elevado. ATM-NC impediu a manifestação dos efeitos neurocomportamentais em camundongos não infectados e reduziu os efeitos sobre os camundongos infectados. Concluímos que o ATM em NC apresentou eficácia por via oral e que NC são capazes de impedir ou minimizar os efeitos cardiotóxicos e neurocomportamentais causados pelo ATM em sua forma livre.
  • Item
    Efeitos toxicogenéticos do resveratrol em células de câncer de bexiga com diferentes status do gene TP53.
    (2020) Almeida, Tamires Cunha; Silva, Glenda Nicioli da; Silva, Glenda Nicioli da; Borges, Karina Braga Gomes; Machado, Carlos Renato; Isoldi, Mauro César; Souza, Gustavo Henrique Bianco de
    A atividade antitumoral do resveratrol, composto polifenólico encontrado principalmente nas uvas, tem sido estudada em diversos tipos de câncer. No câncer de bexiga, seus efeitos antiproliferativos já foram demostrados, tanto in vitro quanto in vivo, entretanto pouco se sabe sobre seu mecanismo de ação. Nesse contexto, o presente estudo teve como objetivo avaliar o potencial antineoplásico e os possíveis mecanismos de ação molecular do resveratrol em células tumorais de bexiga com diferentes status do gene TP53 (RT4 - TP53 selvagem; 5637 e T24 - TP53 mutado). Avaliou-se os efeitos do resveratrol em relação a citotoxicidade, alterações morfológicas, sobrevivência clonogênica, genotoxicidade, mutagenicidade, produção de espécies reativas de oxigênio, progressão do ciclo celular, taxas de apoptose/necrose, migração celular, metilação global, imunocitoquímica para p53 e PCNA e expressão dos genes AKT, CDH1, CTNNBIP1, DNMT1, FGFR3, HAT, HDAC1, HOXB3, mTOR, MYC, PLK1, RASSF1A, SMAD4 e SRC. Os resultados mostraram que o resveratrol possui efeito citotóxico em todas as linhagens estudadas, sendo a linhagem TP53 selvagem mais sensível à ação desse composto. Em relação aos efeitos a longo prazo, observou-se que o resveratrol causou redução do número de colônias em todas as linhagens, juntamente com redução da expressão do gene PLK1. Aumento significativo de danos primários ao DNA foi detectado em todas as linhagens e provavelmente ocorreu devido aos efeitos pró-oxidantes do resveratrol. Aumento significativo das taxas de apoptose foram encontradas na linhagem TP53 selvagem ao mesmo tempo em que ocorreu redução da expressão dos genes AKT, mTOR e SRC. A redução da migração celular foi acompanhada pela redução da expressão do gene SMAD4 e aumento da expressão de CDH1. Além disso, os efeitos antiproliferativos do composto na linhagem TP53 selvagem foram acompanhados de modulação dos genes HAT, HOXB3 e DNMT1. Nas linhagens mutadas para o gene TP53 pode-se observar que o resveratol leva a parada do ciclo celular na fase S, juntamente com redução da expressão do gene PLK1. Também foi observada inibição da migração celular acompanhada do aumento da expressão dos genes CDH1 e CTNNBIP1. Adicionalmente, houve modulação de vias relacionadas a HOXB3, RASSF1A e HAT na linhagem T24. Concluindo, o resveratrol possui atividade antiproliferativa independente do status de TP53 em células tumorais de bexiga, entretanto, os efeitos antineoplásicos observados devem-se a diferentes mecanismos de ação.
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    A percepção do climatério e menopausa por mulheres de Ouro Preto – MG.
    (2019) Serpa, Miguel Arcangelo; Veloso, Vanja Maria; Passos, Maria Cristina; Silva, Ana Lúcia Abrahão da; Chemello, Clarice; Carneiro, Cláudia Martins; Lima, Angélica Alves; Veloso, Vanja Maria
    Com o aumento da expectativa de vida da população brasileira, a vivência do climatério está cada vez mais presente, e demanda estratégias que visam melhorar a qualidade de vida das mulheres. O objetivo do estudo foi compreender e significar a percepção da vivência do climatério e menopausa por mulheres usuárias da UBS Padre Faria no município de Ouro Preto-MG. Para isso, inicialmente foi elaborado um protocolo para revisão sistemática sobre a vivencia do climatério e menopausa por mulheres. Posteriormente, foi realizado um estudo fenomenológico, utilizando como referencial teórico filosófico Merleau-Ponty e análise temática de conteúdo. Foram realizadas entrevistas abertas, gravadas na forma de áudio, com as seguintes perguntas norteadoras: “Qual o significado do climatério para você? Qual a experiência de vivenciar o climatério?”. Depois de transcritas, as entrevistas foram lidas repetidamente a fim de organizar os resultados de acordo com temas relevantes propostos e os que emergiram. As 10 mulheres participantes não dissociaram a vivência do climatério e menopausa do processo de envelhecimento. Na fala, algumas delas associaram o envelhecimento à perda de energia e diminuição das atividades. Permaneceu a ideia de que nesse período a mulher perde a juventude e a energia de outrora. Algumas mulheres associaram a menopausa e envelhecimento a início de aparecimento de manifestações de algumas doenças que são associadas ao envelhecimento. A percepção de vivência do climatério e menopausa das mulheres do estudo revelou-se carregada de tabus e preconceitos. Como essa vivência é indissociável de seu contexto sociocultural, traz em si um discurso que enfatiza a desvalorização do envelhecimento e decadência da sexualidade.
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    Abordagem epidemiológica e epigenética para estudo da esquistossomose mansônica.
    (2019) Assenço, Regina Aparecida Gomes; Cota, Renata Guerra de Sá; Borges, William de Castro; Gomes, Maria Aparecida; Babá, Élio Hideo; Lana, Marta de; Veloso, Vanja Maria; Cota, Renata Guerra de Sá
    Inicialmente foi realizado um estudo descritivo da positividade da esquistossomose mansônica, por meio de exames parasitológicos de fezes, realizados utilizando o método de Kato-Katz, no período de 2011 a 2015 no município de Mariana, Minas Gerais, Brasil. As áreas endêmicas foram localizadas por meio de mapas de distribuição. Concluiu-se que a maioria dos indivíduos infectados tinha entre 16 e 30 anos de idade; e crianças e adolescentes de 0 a 15 anos representam uma parte importante desse cenário. A maioria das pessoas infectadas apresentou uma baixa carga parasitária refletida pelo número predominante, de 0 e 4 ovos, encontrados nos exames realizados utilizando a técnica de Kato-Katz. Paralelamente, padronizou-se a metodologia de extração de miRNAs a partir de sangue, soro ou plasma de camundongos experimentalmente infectados com 100 cercárias de S. mansoni. Posteriormente o sangue total e o soro de 30 indivíduos infectados com S. mansoni e 30 não infectados, pertencentes a distritos do Município de Mariana, Minas Gerais, foram utilizados para a extração de miRNAs. Apesar de até o momento não temos uma visão consolidada do perfil de miRNA em indivíduos infectados, na esquistosomose murina detectou-se um enriquecimento dos seguintes miRNAs: Bantan, miR-2c-3p e miR190 nas amostras sequenciadas, independente do tempo e tratamento da infecção nas amostras. Nesse trabalho foi investigado se a metilação do DNA hepático, no modelo de esquistossome murina seria alterado em resposta à infecção por S. mansoni. Para investigar essa hipótese, foi avaliado: (i) a expressão dos genes DNMT1, DNMT3A, DNMT3B, TET1, TET2 e TET3 (ii) o conteúdo global de metilação e (iii) se haveria correlação entre número de ovos presente no fígado e a expressão dos genes que codificam as enzimas que metilam e desmetilam o DNA. Foi observado um aumento de expressão das enzimas TET1, TET2 e TET3 em resposta à infecção por S. mansoni e na expressão das enzimas envolvidas na metilação de novo do DNA, que não apresentou correlação direta com o conteúdo global de metilação do DNA hepático. Verificou-se que a interferência epigenética ocorreu e tem particular relevância no contexto da expressão gênica e da manifestação fenotípica. Investigações adicionais explorando como as interações modulam os mecanismos de de regulação da expressão gênica ao nível epigenético no parasita, podem revelar novas estratégias dirigidas para o controle da esquistossomose.
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    Cofatores genéticos e nutricionais associados às lesões pré-neoplásicas na cérvice uterina.
    (2019) Silva, Nayara Nascimento Toledo; Lima, Angélica Alves; Zeferino, Luiz Carlos; Xavier, Marcelo Antônio Pascoal; Vieira, Paula Melo de Abreu; Silva, Glenda Nicioli da; Lima, Angélica Alves
    Objetivo: Avaliar a associação de lesões pré-neoplásicas da cérvice uterina com polimorfismos das enzimas Metilenotetrahidrofolato Redutase (MTHFR C677T), Metionina sintase (MS A2756G), Metionina Sintase Redutase (MTRR A66G), Timidilato Sintase (TSER e TS3’UTR), e com os micronutrientes folato e vitamina B12. Métodos: Para avaliação da associação dos cofatores genéticos e nutricionais com as lesões préneoplásicas na cérvice uterina, foram selecionadas 214 mulheres divididas em: (a) Controle (n=120) – mulheres com citologia normal, e (b) Casos (n=94) – mulheres apresentando lesões cervicais préneoplásicas em células escamosas (ASC-US: n=37; LSIL: n=33; HSIL/ASC-H: n=24). Por outro lado, para análise do risco de persistência de alterações citopatológicas de acordo com os polimorfismos genéticos, foram avaliadas 106 participantes: (a) Grupos Remissão (n=66) – mulheres apresentando alteração citopatológica no início do estudo (T1) e citologia normal após seis meses (T2), e (b) Persistência (n=40) – mulheres apresentando lesão cervical pré-neoplásica em T1 e T2. Amostras sanguíneas foram coletadas para dosagem sérica de folato e de vitamina B12, realizada por quimioluminescência. Amostras cervicais foram obtidas para análise citopatológica pelo método de Papanicolaou; detecção e genotipagem do HPV pelas técnicas PCR-RFLP e LAMP; avaliação dos polimorfismos genéticos por PCR-RFLP; e dosagem de folato intracelular cervical por quimioluminescência. O Escore de Risco Genético (GRS) foi calculado para análise de todos os polimorfismos simultaneamente. Resultados: As concentrações medianas de folato intracelular cervical e sérico foram 2,5 ng/mg e 11,9 ng/mL, respectivamente, e menores concentrações deste micronutriente foram observadas em mulheres apresentando lesões cervicais pré-neoplásicas de alto grau (HSIL/ASC-H), embora as diferenças não tenham sido significativas. A concentração sérica mediana de vitamina B12 das participantes desse estudo foi de 274 pg/mL. Observou-se risco elevado de lesões de alto grau em mulheres com baixo nível desse micronutriente se comparado àquelas com níveis altos de vitamina B12 e dos grupos Controle [OR (IC95%): 2,13 (0,67-6,80)], ASC-US [OR (IC95%): 3,53 (0,94- 13,24)] ou LSIL [OR (IC95%): 3,18 (0,78-12,93)]. Em relação aos polimorfismos genéticos, não houve diferença significativa da distribuição dos genótipos e alelos de MTHFR C677T, MS A2756G e TS3’UTR entre os grupos apresentando ou não alteração citopatológica. No entanto, a presença do polimorfismo TS3’UTR foi considerada fator de risco para persistência das lesões cervicais, sendo que os genótipos ins/del e del/del aumentaram o risco de persistência pelos menos três vezes [OR (IC95%): 3,13 (1,21-8,12), p=0,019; OR (IC95%): 5,96 (1,67-21,25), p=0,006 - respectivamente]. A avaliação do risco de lesões pré-neoplásicas na cérvice uterina de acordo com o GRS e os níveis de folato e de vitamina B12, mostrou maior risco de HSIL/ASC-H em mulheres com altos níveis de folato intracelular cervical e com GRS≥3 [OR (IC 95%): 1,85 (0,42-8,11)]. Por outro lado, observou-se risco maior de alterações citológicas de alto grau em mulheres com baixos níveis de vitamina B12 e GRS≥3 [OR (IC 95%): 2,91 (0,46-18,62)]. Conclusão: A presença do polimorfismo TS3’UTR elevou o risco de persistência das lesões cervicais, enquanto os polimorfismos MTHFR C677T e MS A2756G não foram associados a alterações citopatológicas ou ao curso das lesões na cérvice uterina. Altos níveis intracelulares cervicais de folato ou baixos níveis séricos de vitamina B12, associados ao alto número de alterações genéticas, elevaram o risco de lesões cervicais pré-neoplásicas de alto grau. Além disso, a concentração sérica de vitamina B12 também foi associada a aumento do risco de HSIL/ASC-H quando analisada isoladamente.