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Título: Os devotos de Mercês dos Perdões : o jogo de identidades e a liberdade civil, Minas Gerais, 1750 -1847.
Autor(es): Souza, Ana Alvarenga de
Orientador(es): Andrade, Francisco Eduardo de
Palavras-chave: Irmandades
Crioulos
Escravidão - Minas Gerais
Data do documento: 2017
Membros da banca: Andrade, Francisco Eduardo de
Villalta, Luiz Carlos
Amantino, Márcio Sueli
Referência: SOUZA, Ana Alvarenga de. Os devotos de Mercês dos Perdões: o jogo de identidades e a liberdade civil, Minas Gerais, 1750 -1847. 2017. 227 f. Dissertação (Mestrado em História) - Instituto de Ciências Humanas e Sociais, Universidade Federal de Ouro Preto, Mariana, 2017.
Resumo: Os discursos reivindicatórios de liberdades que buscaram forjar o enquadramento social das populações escravizadas, libertas e livres na América portuguesa estiveram relacionados à capacidade de organização política desses indivíduos. A dinâmica do escravismo corroborou para que nos séculos XVII e XVIII os espaços sociais ocupados por essa camada se alargassem. Assim, diferentes grupos étnicos começaram a se organizar em sodalícios próprios, forjando identidades sociais e, além disso, os homens de cor passaram a atuar nas corporações militares. A presente dissertação investiga os mecanismos forjados pela comunidade crioula vilarriquenha, visando o afastamento de uma posição marginal, resultante das clivagens sociais promovidas pela escravidão mineira. Os homens crioulos ao longo da segunda metade dos setecentos e das primeiras décadas dos oitocentos, procuraram acumular recursos simbólicos para serem reconhecidos publicamente como iguais aos considerados cidadãos daquela sociedade. Para tanto se reuniram em torno da devoção a Virgem das Mercês que segundo a tradição católica detinha a graça de libertar cativos, dessa forma, se integraram no seio da cristandade por meio de uma identidade social sob o signo da liberdade. Diante da conquista desse espaço e agenciados por essa confraria passaram a pressionar as autoridades locais e régias visando liberdades civis. Neste sentido, procuraram se distinguir dos africanos; acionaram o Conselho Ultramarino, solicitando prerrogativas e direitos; buscaram elevar o sodalício crioulo à categoria de Ordem Terceira; e pleitearam judicialmente pela autonomia na condução de sua entidade religiosa. Destacamos que essa luta políticosocial empreendida pelos confrades crioulos foi reconhecida por alguns inconfidentes, que chegaram até mesmo a propor a libertação desses indivíduos.
Resumo em outra língua: The claiming discourses of liberties that sought to forge the social framework of the enslaved, free and free populations in Portuguese America were related to the capacity of political organization of these individuals. The dynamics of slavery corroborated that in the seventeenth and eighteenth centuries the social spaces occupied by this layer were widened. Thus, different ethnic groups began to organize themselves into social sodalities, forging social identities, and, in addition, men of color began to operate in military corporations. The present dissertation investigates the mechanisms forged by the vilarriquenha Creole community, aiming at the removal of a marginal position, resulting from the social cleavages promoted by the Minas Gerais slavery. Creole men throughout the second half of the seven hundred and first decades of the nineteenth century sought to accumulate symbolic resources to be publicly recognized as equal to the considered citizens of that society. In order to do so, they gathered around the devotion to the Virgin of Mercy, which, according to Catholic tradition, had the grace to free captives. In this way, they integrated themselves into the bosom of Christendom through a social identity under the sign of freedom. Faced with the conquest of this space and organized by this confraternity they began to put pressure on local and royal authorities for civil liberties. In this sense, they sought to distinguish themselves from Africans; They activated the Overseas Council, requesting prerogatives and rights; Sought to elevate the Creole sodality to the category of Third Order and litigated for autonomy in the conduct of their religious entity. It should be noted that this social political struggle undertaken by the Creole confreres was recognized by some inconfidents who even proposed the liberation of these individuals.
Descrição: Programa de Pós-Graduação em História. Departamento de História, Instituto de Ciências Humanas e Sociais, Universidade Federal de Ouro Preto.
URI: http://www.repositorio.ufop.br/handle/123456789/9249
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