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Título: Alterações hepatoesplênicas associadas à infecção por Schistosoma mansoni no modelo murino.
Autor(es): Campos, Jonatan Marques
Orientador(es): Borges, William de Castro
Palavras-chave: Proteômica
Biotecnologia
Schistosoma mansoni
Biomarcadores
Esquistossomose
Data do documento: 2012
Referência: CAMPOS, J. M. Alterações hepatoesplênicas associadas à infecção por Schistosoma mansoni no modelo murino. 2012. 95 f. Dissertação (Mestrado em Ecologia de Biomas Tropicais) - Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2012.
Resumo: A Esquistossomose é uma doença endêmica em vários países, afligindo mais de 207 milhões de pessoas no mundo. É considerada a segunda infecção parasitária mais importante em termos de saúde pública devido ao impacto socio-econômico, podendo ocasionar cerca de 200 mil mortes anualmente. A caracterização do genoma e transcriptoma do Schistosoma mansoni propiciou o emprego de técnicas na área da proteômica as quais vem permitindo maior compreensão da biologia deste parasito em todos os estágios de seu ciclo de vida. Entretanto, até o momento, poucos estudos proteômicos abordaram a relação parasito-hospedeiro. O entendimento desta relação é de fundamental importância para a proposição de novos métodos de diagnóstico, avaliação de prognóstico e tratamento da doença. O presente trabalho teve como foco a análise das alterações no proteoma solúvel de fígado e baço, utilizando o modelo murino de infecção por S. mansoni. A primeira abordagem fundamentou-se na discriminação dos estágios de fase aguda e fase crônica nos animais infectados. Após realização do exame parasitológico de fezes, avaliação das alterações hepatoesplênicas através da relação (% órgão/corpo) e histologia de fígado e baço, foi possível estabelecer que o grupo de animais com 5 semanas de infecção desenvolveu a fase aguda da esquistossomose e animais infectados por 7 semanas apresentaram a fase crônica da doença. A técnica de eletroforese bidimensional comparativa, para proteínas solúveis de fígado e baço de animais controles e infectados, demonstrou alterações nos níveis de expressão de proteínas associadas com processos e vias bioquímicas diversas, como resposta ao estresse celular, tradução, ciclo da uréia e via glicolítica. No fígado, a categoria de proteínas chaperoninas apresentou maior número de representantes com alteração de expressão dentre as quais se destacam GRP-78 (proteína reguladora de glicose 78 kDa), HSP-71 (proteína de choque térmico 71 kDa), Erp-60 (calreticulina) e PDI (proteína dissulfeto isomerase). Por outro lado, proteínas como a CPSase I (carbamoil fosfato sintetase I), albumina, indoletilamina N-metiltransferase, peroxirredoxina-6 e anidrase carbônica III apresentaram expressão diminuída no fígado em decorrência da infecção. O perfil proteômico do fígado do animal infectado correlacionou-se com a análise histológica do órgão na qual se observa uma intensa resposta imune celular. No baço, as proteínas identificadas com alteração de expressão foram calreticulina, fosfoglicerato quinase I, frutose-bifosfato aldolase A, gliceraldeído 3 fosfato desidrogenase, EF-Tu, (fator de elongamento) e aspartato aminotransferase. Em geral, as proteínas diferencialmente presentes no baço de animais infectados apresentaram aumento de expressão, sendo o perfil molecular compatível com a demanda de produção de energia e síntese proteica. Estes dois processos são altamente relevantes para o custeio da intensa proliferação celular observada no órgão. Coletivamente, os resultados obtidos demonstraram que a abordagem proteômica empregada permitiu a identificação de marcadores teciduais induzidos pela infecção por S. mansoni. Abordagens futuras permitirão estabelecer se as alterações teciduais decorrentes da infecção pelo parasito alteram significativamente o proteoma plasmático a ponto de indicar novos biomarcadores da esquistossomose.
Resumo em outra língua: Schistosomiasis is an endemic disease affecting 207 million people worldwide. It is considered the second most important parasitic disease in terms of public health due to its social and economic impact, leading to an estimated 200 thousand deaths annually. The characterization of the S. mansoni genome and transcriptome has allowed the use of proteomic techniques providing a deeper understanding of the parasite´s biology throughout its life cycle stages. Nevertheless, a few proteomic studies have addressed the host-parasite relationship. Understanding the S. mansoni parasitism is of paramount importance for the proposal of novel diagnostic methods, evaluation of prognosis and treatment of the disease. The present work focused on the spleen and liver soluble proteome-associated alterations in the murine model of experimental schistosomiasis. The first approach involved discrimination between the acute and chronic stages of the disease. After feces examination, measurement of hepatic/spleen mass increase and tissue histology it was established that the 5 week-infected mice developed the acute phase of schistosomiasis whereas animals infected for 7 weeks exhibited the chronic disease. Comparative two dimensional gel electrophoresis, for cytosolic proteins from liver and spleen, demonstrated changes in the expression profile for molecules involved in several cellular processes such as stress response, translation, urea cycle and glycolytic pathway. In the liver, various chaperonins such as GRP-78, HSP-71, Erp-60 and PDI exhibited increased expression profile. In contrast, carbamoyl phosphate synthetase I, albumin, indoethyllamine N-methyltransferase, peroxiredoxin 6 and carbonic anhydrase III were detected at lower levels upon S. mansoni infection. The liver proteomic profile for the infected animal correlated with the histological analysis of the organ in which an intense cellular immune response was observed. In the spleen, the identified proteins displaying altered expression profile were calreticulin, phosphoglycerate kinase I, fructose-biphosphate aldolase A, glyceraldehyde-3-phosphate dehydrogenase, EF-Tu (elongation fator – Tu) and aspartate aminotransferase. Overall, the proteins differentially expressed in the spleen of infected animals displayed up regulation evidencing a molecular profile suitable to provide the demand in energy production and protein synthesis. These two cellular processes are of great relevance to maintain the intense cellular proliferation observed in the organ. Collectively, our results demonstrated that the employed proteomic approach allowed the identification of tissue markers induced by the S. mansoni infection. Future experiments will establish whether the observed tissue alterations promoted by the S. mansoni parasitism significantly alter the plasma proteome to highlight novel biomarkers of schistosomiasis.
Descrição: Programa de Pós-Graduação em Ecologia de Biomas Tropicais. Departamento de Biodiversidade, Evolução e Meio Ambiente, Instituto de Ciências Exatas e Biológicas, Universidade Federal de Ouro Preto.
URI: http://www.repositorio.ufop.br/handle/123456789/3499
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