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Título: Couraças ferruginosas em superfícies de cimeira na Serra do Espinhaço Meridional : gênese e evolução macromorfológica, micromorfológica, mineralógica e geoquímica.
Autor(es): Milagres, Alcione Rodrigues
Orientador(es): Oliveira, Fábio Soares de
Varajão, Angélica Fortes Drummond Chicarino
Palavras-chave: Ciência do solo
Supergrupo Espinhaço
Solos - ferruginização
Solos - laterização
Serra do Espinhaço - MG e BA
Data do documento: 2022
Membros da banca: Oliveira, Fábio Soares de
Mucida, Danielle Piuzana
Alves, Grace Bungenstab
Leão, Lucas Pereira
Knauer, Luiz Guilherme
Referência: MILAGRES, Alcione Rodrigues. Couraças ferruginosas em superfícies de cimeira na Serra do Espinhaço Meridional: gênese e evolução macromorfológica, micromorfológica, mineralógica e geoquímica. 2022, 163 f. Tese (Doutorado em Evolução Crustal e Recursos Naturais) – Escola de Minas, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2022.
Resumo: Formações superficiais com enriquecimento supergênico de ferro, alumínio, titânio e outros elementos residuais são comuns em regiões tropicais. A paisagem brasileira se insere neste contexto, sendo, por sua história evolutiva, caracterizada pela frequente presença de espessos mantos de alteração laterítica, que são bastante generalizados nas diversas regiões bioclimáticas, e dentre elas os altos relevos do sudeste. Minas Gerais é um estado brasileiro que se destaca pela ocorrência de mantos lateríticos, considerando que das seis principais áreas de ocorrência de couraças ferruginosas do país, três são encontrados neste estado, sendo dois destes na Serra do Espinhaço Meridional. Situada a leste do Cráton São Francisco e sobre o Cinturão Araçuaí, as superfícies de cimeira dessa Serra contêm couraças ferruginosas com propriedades muito particulares e cujo estudo pode enriquecer o estado da arte dos conhecimentos geológicos, pedológicos e geomorfológicos relativos a estes materiais. Pesquisadores já analisaram algumas características das couraças do Planalto de Diamantina e concluíram que são derivadas de filitos hematíticos, a partir de processos de enriquecimento relativo e absoluto. Entretanto, não existem estudos com a abordagem faciológica associada a análises macromorfológicas, micromorfológicas, mineralógicas e geoquímicas para uma efetiva interpretação da gênese e evolução das couraças na paisagem. A partir desta motivação, este trabalho buscou compreender a gênese, evolução e degradação de couraças ferruginosas situadas nas altitudes mais elevadas do Planalto de Diamantina, suas filiações litológicas e transformações pedogenéticas, determinando o contexto de evolução de cada fácies de alteração identificada e a relação entre elas. Para tal foram realizados trabalhos de campo envolvendo o reconhecimento geral da área e coleta de amostras, descrições macromorfológicas, análises mineralógicas (DRX), geoquímicas (FRX e ICP-OES e MS), análises micromorfológicas (Microscopia Óptica, MEV), microquímicas (EDS e WDS) e cartográficas. Os resultados evidenciam que as couraças ocorrem preferencialmente sobre a Formação Sopa-Brumadinho e sobre platôs elevados do Planalto Diamantina, onde foram encontrados dois tipos de perfis de couraças ferruginosas representativos para a região: (i) Perfil do Tipo 1 composto por uma couraça placoidal (isalterítica) originada in situ a partir da ferruginização e alteromorfização do bandamento de um hematita filito e que evolui para uma bauxita ferruginosa; (ii) Perfil do Tipo 2 representado por uma couraça maciça formada in situ pela laterização com enriquecimento relativo gradual de Fe a partir de um quartzo-fengita filito, que evolui para uma zona mosqueada, nodular e então a couraça maciça que ao ser degradada é transformada em um espesso Latossolo. Outra couraça encontrada nessa região é o ferricrete nodular, que consiste na cimentação de um paleopavimento pedregoso constituído por quartzos. Essa couraça, diferente das couraças maciça e placoidal, é formada pela acumulação absoluta de Fe. Todas essas couraças ferruginosas e materiais correlatos no Planalto de Diamantina reforçam a importância do clima, do relevo e principalmente do material de origem para suas distintas gêneses e evoluções.
Resumo em outra língua: Surface formations with supergenic enrichment of iron, aluminum, titanium, and other residual elements are common in tropical regions. Due to its evolutionary history, the Brazilian landscape is part of this context, characterized by the frequent presence of thick mantles of lateritic alteration, which are quite widespread in the various bioclimatic regions, among them the high reliefs of the Southeast. Minas Gerais is a Brazilian state that stands out for the occurrence of lateritic mantles, considering that of the six main areas of occurrence of ferruginous duricrusts in the country, three are found in this state, two of which are in the Espinhaço Mountain Range. Located east of the São Francisco Craton and over the Araçuaí Belt, the summit surfaces of this range contain ferruginous duricrusts with very particular identities whose study can enrich the state of the art of geological, pedogenetic, and geomorphological knowledge related to these materials. Researchers have already analyzed some characteristics of the duricrusts from the Diamantina Plateau in the Espinhaço South Mountain Range, and concluded that they are derived from hematitic phyllites, through processes of relative and absolute enrichment. However, there are no studies with the faciological approach associated with macromorphological, micromorphological, mineralogical, and geochemical analyses to effectively interpret the genesis and evolution of duricrusts in the landscape. Based on this motivation, this work aims to discuss the genesis, evolution, and degradation of ferruginous duricrusts located at the highest altitudes of the Diamantina Plateau, their lithological affiliations and pedogenetic transformations, determining the context of the evolution of each identified alteration facies. For this, fieldwork was carried out involving the general reconnaissance of the area and sample collection, macromorphological descriptions, mineralogical (DRX), geochemical (FRX and ICP-OES and MS) analyses, micromorphological (Optical Microscopy, SEM) and microchemical (EDS and WDS) and cartographic. The results show that the duricrusts occur preferentially over the Sopa-Brumadinho Formation and on high plateaus of the Diamantina Plateau, Espinhaço Mountain Range, where two types of profiles of ferruginous duricrusts representative for the region were found: (i) Type 1 profile represented by a platy duricrust (isalteritic) originated in situ from the relative enrichment in Fe and alteromorfhization of the banding of an ilmenite-hematite phyllite that possibly evolve into ferruginous bauxite; (ii) Type 2 profile represented by a massive duricrust formed in situ by the gradual relative enrichment of Fe from a quartz-phengite phyllite that evolves into a mottled zone, nodular zone, and then the massive duricrust that when degraded is transformed into a thick oxisoil, an example of a typical lateritic profile. Another ferruginized feature found in this region is the ferricrete, which consists of the cementation of quartz by the absolute accumulation of Fe and Al in underlying duricrusts. All these ferruginous duricrusts and related materials on the Diamantina Plateau only reinforce the importance of the climate, relief and mainly the parent material for its different genesis and evolution.
Descrição: Programa de Pós-Graduação em Evolução Crustal e Recursos Naturais. Departamento de Geologia, Escola de Minas, Universidade Federal de Ouro Preto.
URI: http://www.repositorio.ufop.br/jspui/handle/123456789/16350
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