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Título: Minas auríferas em Ouro Preto e a educação das relações étnico-raciais.
Autor(es): Nascimento, Caroline Teixeira Alves do
Orientador(es): Santos, Erisvaldo Pereira dos
Palavras-chave: Educação
Minas e mineração
Ouro
Relações étnicas
Relações raciais
Data do documento: 2020
Membros da banca: Santos, Erisvaldo Pereira dos
Sacramento, Cristina Carla
Silva, Rubens Alves da
Referência: NASCIMENTO, Caroline Teixeira Alves do. Minas auríferas em Ouro Preto e a educação das relações étnico-raciais. 2020. 109 f. Dissertação (Mestrado em Educação) - Instituto de Ciências Humanas e Sociais, Universidade Federal de Ouro Preto, Mariana, 2020.
Resumo: A cidade de Ouro Preto é conhecida pelo ciclo do ouro e a escravidão africana, que marcaram o Brasil Colonial, especialmente durante o século XVIII. Com base no contexto histórico da mineração ocorrida em tal período, a pesquisa tem como objetivo investigar antigas minas de produção aurífera na cidade de Ouro Preto e de que forma ocorrem as relações patrimoniais juntamente com a educação das relações étnico-raciais. A cidade possui diversas antigas minas, que estão presentes em quintais de casas particulares e são abertas para visitação turística pelos próprios moradores, sendo as mais conhecidas e objeto dessa pesquisa, a Mina do Chico Rei e a Mina Du Veloso. A Mina do Chico Rei, fundada no ano de 1702, teve como primeiro proprietário o Major Augusto que, posteriormente, segundo a tradição oral, a vendeu ao africano alforriado Chico Rei – que além da mina também comprou a liberdade de diversos outros africanos escravizados. Atualmente, a mina está sob os cuidados de Antônio Alcantra Ferreira Lima, conhecido como “Toninho”. A Mina Du Veloso teve como seu primeiro dono o coronel José Veloso do Carmo, que gerenciou a produção aurífera por meio da utilização da mão de obra africana escravizada entre os anos de 1761-1819. Hoje, a mina tem como guardião legal o segundo dono, chamado Eduardo Evangelista, conhecido por todos como “Du”. Busca-se averiguar como esses espaços históricos estão sendo utilizados na propagação da cultura africana e afro-brasileira e na valorização do povo negro na produção aurífera ocorrida na antiga Vila Rica. O objetivo é investigar como a educação patrimonial contribui para a valorização das diversidades étnico-culturais dos africanos e afro-brasileiros como agentes ativos do processo de formação do nosso país, em especial, nessas antigas minas de Ouro Preto. Para a compreensão do processo de mineração africana, busca-se abordar a produção aurífera no Brasil Colônia, e também a mineração que ocorria na África durante o período que demarca o comércio do tráfico transatlântico de escravizados, e, para tanto, foram utilizados autores como Santos (2017) e Silva (2011). Para a composição do levantamento histórico sobre a mina do Chico Rei, utilizou-se os trabalhos de Santos (2019) e Silva (2007). Lado outro, os textos de Ferreira (2017) e Sobreira (2014) foram fundamentais para as discussões acerca da Mina Du Veloso e o que se sabe sobre o trabalho africano nesses espaços. Optou-se por uma abordagem qualitativa, por meio da qual os sujeitos guardiões dos espaços foram entrevistados pela pesquisadora e observações de campo foram realizadas para identificar se ocorrem e como ocorrem práticas pedagógicas e estratégias nesses espaços para com a difusão e valorização da diáspora africana, para analisar como se dão as relações culturais e sociais entre estes espaços de patrimônio da mineração e a comunidade ouro-pretana, bem como para elucidar os principais desafios enfrentados e vantagens pelos guardiões das Minas na afirmação do protagonismo do negro na formação histórica de nosso país, na busca de compreender como esses espaços patrimoniais ricos em cultura africana contribuem na difusão da educação das relações étnicoraciais. Como resultados alcançados, observa-se que esses espaços patrimoniais assumem um papel importante na difusão do conhecimento da história dos africanos no Brasil durante o ciclo do ouro e na ressignificação da imagem no povo negro na sociedade brasileira.
Resumo em outra língua: The city of Ouro Preto is known worldwide for the gold cycle and African slavery that marked the also known historic period called “Brasil Colonial”, especially during the 18th century. Based on the historical context of mining production that occurred in such period, the research aims to investigate ancient gold production mines in the city of Ouro Preto and how heritage relations occur together with the education of ethnic-racial relations. The city has a great number of old mines which are present in backyards of private houses and are open for tourist visitation by the residents themselves, the most well-known and object of this research being the Mico do Chico Rei and Mina Du Veloso. The Chico Rei Mine, founded in 1702, had Major Augusto as its first owner, who later, according to oral tradition, sells the mine to the freed African Chico Rei - who besides the mine also buys the freedom of several other enslaved Africans. The mine is currently under the care of Antônio Alcantra Ferreira Lima, known as “Toninho”. The Du Veloso Mine had Colonel José Veloso do Carmo as its first owner, who managed gold production through the use of African labor between the years 1761-1819. Today, the mine has as its legal guardian the second owner named Eduardo Evangelista, known to everyone as “Du”. It seeks to find out how these historic spaces are being used in the propagation of African and Afro-Brazilian culture and in the valorization of the black people in the gold production that occurred in the old Vila Rica. The objective is to investigate how heritage education is developed in the valuation of the ethnic and cultural diversities of Africans and Afro-Brazilians as active agents in the formation process of our country, especially in these old mines of Ouro Preto. To understand the African mining process, we seek to address gold production in Colonial Brazil, and also the mining that took place in Africa during the period that marks the transatlantic slave trade, for this purpose, authors such as Santos (2017) and Silva (2011). For the composition of the historical survey on the Chico Rei mine, works by Santos (2019) and Silva (2007) were used. While texts by Ferreira (2017); Sobreira (2014) were fundamental to the discussions about Mina Du Veloso and what is known about African work in these spaces. We opted for a qualitative approach where the guardian subjects of the spaces were interviewed by the researcher and field observations were carried out to identify if they occur and how pedagogical practices and strategies occur in these spaces in order to disseminate and enhance the African Diaspora; to analyze how cultural and social relations take place between these mining heritage spaces and the Ouro Preto community and to elucidate the main challenges faced and advantages by the guardians of Mines in affirming the role of blacks in the historical formation of our country; Looking for the understanding of how these heritage spaces, which are very diverse in african culture contributes with the diffusion of the ethnicracial relations and education. As results achieved, it is observed that these heritage spaces play an important role in the dissemination of knowledge of the history of Africans in Brazil during the gold cycle and in the redefinition of the image of black people in Brazilian society.
Descrição: Programa de Pós-Graduação em Educação. Departamento de Educação, Instituto de Ciências Humanas e Sociais, Universidade Federal de Ouro Preto.
URI: http://www.repositorio.ufop.br/jspui/handle/123456789/14898
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