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Título: Medeia escrava. Sobre Amada de Toni Morrison.
Título(s) alternativo(s): Medea as slave. On Toni Morrison´s bloved.
Autor(es): Kangussu, Imaculada Maria Guimarães
Palavras-chave: Infanticídio
Fantasma
Tágico
Escravidão
Data do documento: 2018
Referência: KANGUSSU, I. M. G. Medeia escrava. Sobre Amada de Toni Morrison. Archai, v. 22, p. 283-297, 2018. Disponível em: <http://periodicos.unb.br/index.php/archai/article/view/28324>. Acesso em: 02 fev. 2018.
Resumo: O ensaio traz uma leitura do romance Amada, de Toni Morrison, tendo como foco a evidente semelhança existente entre a história escrita pela autora contemporânea e o mito clássico de Medeia, e ressaltando as distinções de uma em relação à outra. A comparação entre as duas protagonistas já foi realizada mais de uma vez, e essa também não é a primeira obra que, por ter como protagonista uma mulher que assassina os próprios filhos, foi comparada à mítica personagem grega. O recurso das mulheres ao horrível infanticídio, como reação a uma situação trágica, tem sido recorrente ao longo da história: tanto da que realmente acontece, quanto da criada por ficções. E na dialética entre realidade e ficção pode ser percebida a primeira grande diferença entre as duas narrativas. Enquanto Medeia é uma personagem mítica, a personagem de Toni Morrison, Sethe, é uma ficção, mas uma ficção baseada em uma pessoa real, Margaret Garner, que de fato assassinou a filha e tornou-se, com esse gesto, personagem importante, quase mítica, na luta dos abolicionistas norte-americanos. A segunda diferença a ser destacada reside na motivação do ato em torno do qual a história gira: amor próprio, em um caso; amor materno, em outro. E a terceira e última grande distinção ressaltada está diretamente ligada à primeira, isto é, à dialética entre ficção e realidade. Por partir de uma história que realmente aconteceu, a personagem de Toni Morrison tem de encarar a reação a seu ato assassino no assim chamado mundo real, cumprir pena na cadeia e, depois, na vida. A solução deus ex-machina fica reservada às heroínas míticas. Se há um deus capaz de salvar Sethe, é um bastante fenomênico e atende pelo nome de Eros.
Resumo em outra língua: The essay proposes a lecture of Toni Morrison’s novel Beloved, keeping the focus on the evident resemblance that exists between the story written by the contemporary author and the classical myth of Medea, and highlighting the distinctions of each one. The comparison between the two protagonists has already been drawn, more than once, and it is not the first time that a novel, whose protagonist is a woman who has killed her own offspring is compared to the mythical Greek personage. Women’s appeal to the horrible infanticide as a reaction to a tragic situation has been recurrent throughout history and throughout stories. And it is in the dialectic between reality and fiction that it is possible to notice the first big different among the two narratives. While Medea is a mythical character, Sethe – the character created by Toni Morrison – is a fiction based on a real person, on Margaret Garner, who has really killed her daughter, and because of this gesture became an important and almost mythical personage in the struggle of North American abolitionists. The second difference to be highlighted lies in the motivation of the act around which the story revolves: Self-love, in one case; maternal love in another. The third and last major outstanding distinction is directly linked to the first, that is, to the dialectic between fiction and reality. For coming from a story that really happened, the character of Toni Morrison has to face the reaction to her murderous act in the so-called real world, serve sentence in jail and suffer for it in her life. The deus ex-machina solution is reserved for mythical heroines. If there is a god able to save Sethe, it is a quite phenomenal one and goes by the name of Eros.
URI: http://www.repositorio.ufop.br/handle/123456789/9788
ISSN: 1984249X
Licença: Os trabalhos publicados na revista Archai estão sob Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista. Fonte: Revista Archai <http://periodicos.unb.br/index.php/archai/about/submissions#copyrightNotice>. Acesso em: 01 mar. 2018.
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