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Título: Atividade cardiovascular in vivo do extrato etanólico de Lychnophora trichocarpha Spreng.
Autor(es): Paula, Danielle Cristiane Correa de
Orientador(es): Guimarães, Andrea Grabe
Data do documento: 2012
Referência: PAULA, Danielle Cristiane Correa de. Atividade cardiovascular in vivo do extrato etanólico de Lychnophora trichocarpha Spreng. 2012. 97 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Farmacêuticas) – Escola de Farmácia, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2012.
Resumo: As Lychnophoras, plantas nativas do Brasil, pertencem à família Asteraceae e são largamente utilizadas pela população como analgésicos e anti-inflamatórios, sob a forma de extratos. O presente trabalho teve por objetivo principal a investigação dos efeitos cardiovasculares in vivo do extrato etanólico bruto da espécie Lychnophora trichocarpha Spreng. O extrato de L. trichocarpha foi preparado com as partes aéreas da planta, administrado por via oral em dose única de 1,5 g/kg e avaliado até 5 horas após sua administração. Os animais foram anestesiados com tiopental sódico e foram avaliados a pressão arterial (PA) e o eletrocardiograma na derivação DII (ECG DII). O extrato aumentou de maneira significativa os valores da PA, sendo os aumentos máximos observados na PAS de 29 % e na PAD de 36 % 3,5 horas após sua administração. Considerando que o extrato induziu aumento da PA até 5 horas após sua administração, foi realizado tratamento agudo I.V. com fármacos anti-hipertensivos de diferentes mecanismos de ação (atenolol, captopril e prazosina) em grupos distintos, a fim de caracterizar o mecanismo de ação in vivo do extrato sobre a PA. As reduções máximas da pressão foram observadas após administração de prazosina, sendo 32 e 38 % para PAS e PAD, respectivamente. Para a obtenção e caracterização de um potencial modelo de doença cardiovascular, foi utilizado a inibição da síntese de óxido nítrico (NO). Para isso, os animais foram tratados com L-NAME 60mg/kg por 7 dias e mantidos por 6 meses. Ao final de 6 meses após o final do tratamento, os animais foram então anestesiados com quetamina/xilazina e foram avaliados a PA, ECG (DII), pressão no ventrículo esquerdo (PVE), análise hematológica e bioquímica de creatinina e ureia e histologia cardíaca dos animais tratados previamente e do grupo sem tratamento. Na análise do ECG, intervalos PR, QT e QTc estavam reduzidos no grupo que recebeu o tratamento prévio. O dado mais relevante foi obtido na análise histológica cardíaca, em que os animais tratados com L-NAME apresentaram número de núcleos celulares reduzido, acompanhado de aumento da deposição de colágeno. A lactona sesquiterpênica eremantolida C, isolada do extrato etanólico de L. trichocarpha,também foi avaliada quanto à ação cardiovascular na dose de 10 mg/kg por via I.V. e aumentou a PAS, PAD e PVE máx (27 %) até 4 minutos, diferente da digitoxina 0,3 mg/kg que manteve o aumento desses níveis de 1 a 2 horas após sua administração I.V. Na avaliação da potencial atividade cardioprotetora da eremantolida C os animais anestesiados receberam estimulação simpática com NA 1, 3 e 10 g/kg antes e após a administração da eremantolida C 10 mg/kg. Foram avaliados a PA, FC, intervalo QT e QTc. Os resultados mostraram que apesar de não ser observado diferença significativa após a administração da eremantolida C as alterações causadas pela NA foram mais discretas. Assim, pode-se concluir que o extrato de L. trichocarpha por via oral apresenta toxicidade cardíaca que parece ocorrer com a contribuição do sistema nervoso simpático periférico em nível vascular; que o modelo de inibição da síntese do NO utilizado se mostrou com poucas alterações e que para a eremantolida C a atividade cardiovascular é discreta.
Resumo em outra língua: The Lychnophora, native plants from Brazil, belonging to the Asteraceae family and are widely used by the population as analgesics and anti-inflammatory, as extracts. This study was aimed to investigate the in vivo cardiovascular effects of crude ethanolic extract of the species Lychnophora trichocarpha Spreng. The extract of L.trichocarpha was prepared with the aerial parts of the plant, administered orally as a single dose of 1.5 g/kg and evaluated up to 5 hours after administration. The animals were anesthetized with pentobarbital sodium and were evaluated arterial pressure (AP) and electrocardiogram (DII ECG). The extract significantly increased AP and the maximum response observed was 29 % for SBP and 36 % for DBP at 3.5 hours after extract administration. Thus, I.V. acute treatment with antihypertensive agents of different mechanisms of action (atenolol, captopril and prazosin) was used in order to characterize the in vivo mechanism of action of the extract on AP. The maximum pressure reductions were observed after prazosin administration, 32 and 38 % for SBP and DBP, respectively. In order to validate and to characterize a potential cardiovascular disease model by inhibiting nitric oxide (NO), animals were treated with L-NAME 60mg/kg for 7 days and were under observation for six months. After this time, it was evaluated AP, ECG (DII), left ventricular pressure (LVP), hematological and biochemical analysis of urea and creatinine and cardiac histology of anesthetized animals. The PR, QT and QTc intervals of ECG were reduced in animals treated with L-NAME. Both groups, control and treated with the NO synthesis inhibitor, showed the values of hematocrit and platelets reduced. The most relevant observation occurred on cardiac histological analysis: animals treated with L-NAME had reduced number of cell nucleus, and additionally collagen deposition was increased in this group. The eremantolida C sesquiterpene lactone isolated from the ethanolic extract of L. trichocarpha at a dose of 10 mg/kg increased the SAP, DAP and PVE max up to 4 minutes administration, unlike digitoxin 0.3 mg/kg which maintained the increased levels of 1 to 2 hours after administration I.V. The evaluation the potential cardioprotective activity of eremantolida C in anesthetized animals showed that eremantolida C 10 mg/kg was able to make the sympathetic stimulation with NA 1, 3 and 10 g/kg more discreet, in AP, HR, QT and QTc, although there was not significant difference. Thus, it can be concluded that the oral administration of single dose of L. trichocarpha extract can be cardiotoxic, due to hyperactivity of the sympathetic nervous system at the peripheral vascular level; that the NO inhibition induce alterations are very weak after 6 months and that the cardiovascular effects of eremantolida C are not yet clear.
Descrição: Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas. CIPHARMA, Escola de Farmácia, Universidade Federal de Ouro Preto.
URI: http://www.repositorio.ufop.br/handle/123456789/4111
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