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Título: Perfis de inflamação e citocinas no esôfago de cães experimentalmente infectados pelo Trypanosoma cruzi se relacionam à fase da infecção e/ou cepa utilizada.
Autor(es): Fonseca, Kátia da Silva
Orientador(es): Carneiro, Cláudia Martins
Palavras-chave: Doença de Chagas
Esôfago
Citocinas
Trypanosoma cruzi
Data do documento: 2011
Referência: FONSECA, K. da S. Perfis de inflamação e citocinas no esôfago de cães experimentalmente infectados pelo Trypanosoma cruzi se relacionam à fase da infecção e/ou cepa utilizada. 2011. 69 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Biológicas) - Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2011.
Resumo: O Trypanosoma cruzi, agente etiológico da doença de Chagas, apresenta ampla variabilidade intra-específica e sua interação com o hospedeiro pode resultar no desenvolvimento de diferentes manifestações clínicas, que podem ser relacionadas a determinadas características do parasito e do hospedeiro. Em relação ao hospedeiro, fatores genéticos e imunológicos também podem se relacionar às manifestações patológicas. Dessa maneira a avaliação do perfil de células inflamatórias, bem como de citocinas produzidas por estas, podem permitir uma melhor compreensão da gênese das lesões crônicas, determinando quais fatores direcionam para as distintas formas clínicas da doença. Nesse trabalho, cães da raça Beagle foram infectados pelas cepas Y ou Berenice-78 (Be-78), que apresentam tropismo tecidual distinto. Posteriormente estes animais foram necropsiados durante as fases aguda (30 dias após infecção) ou crônica (730 dias após infecção) da doença de Chagas experimental e fragmentos do esôfago foram coletados para quantificação do processo inflamatório, realização de reações imuno-histoquímicas (linfócitos T CD4+ e CD8+) e de PCR em tempo real para quantificação das citocinas IL-6, IL-12, TNF-, IFN-, IL-4, IL-10, TGF-e iNOS. Na fase aguda o processo inflamatório foi predominantemente mononuclear, significativamente maior nos animais infectados quando comparado aos animais não infectados, com distribuição focal ou difusa nos animais infectados pelas cepas Y e Be- 78, respectivamente. Na avaliação imuno-histoquímica, nos cortes histológicos dos animais infectados pelas cepas Y ou Be-78, a maioria das células inflamatórias foram positivas para linfócitos T CD4+ ou CD8+ sendo observados em proporções semelhantes. Entretanto, na fase crônica, o infiltrado inflamatório mostrou-se focal e reduzido em relação à fase aguda, sendo observado apenas nos animais infectados pela cepa Be-78, constituído predominantemente por linfócitos e também com proporções semelhantes das subpopulações de células T. Na fase aguda da infecção também foi observado um aumento na expressão do mRNA das citocinas pró-inflamatórias TNF-e IFN-nos animais infectados pela cepa Y do T. cruzi em relação aos demais grupos. Já na fase crônica houve um aumento na expressão do mRNA das citocinas IL-6, IL-12 e TNF-e da enzima iNOSnos animais infectados pela cepa Be-78 tanto em relação ao grupo de animais infectados pela cepa Y quanto ao grupo de animais não-infectados. Em relação às citocinas anti-inflamatórias, observou-se um aumento significativo apenas na expressão do mRNA da IL-10 nos animais infectados pela cepa Y em relação ao grupo de animais não-infectados na fase aguda. Na fase crônica da infecção não foi observado aumento de nenhuma das citocinas anti-inflamatórias avaliadas nesse trabalho em ambos os grupos infectados. Portanto, conclui-se que a infecção experimental de cães da raça Beagle pelas cepas Y ou Be-78 do T. cruzi promove uma resposta inflamatória aguda, predominantemente linfocítica com proporções similares de linfócitos TCD4+ e TCD8+ restrita, na fase crônica, à infecção pela cepa Be-78. Além disso, foi observado um perfil distinto de citocinas, sendo que nos animais infectados pela cepa Y a inflamação focal aguda está associada à expressão de citocinas próinflamatórias, enquanto que nos animais infectados pela cepa Be-78 a inflamação difusa aguda não está associada à expressão de citocinas pró-inflamatórias, mas evolui para uma inflamação focal crônica associada à expressão destas citocinas, bem como da enzima iNOS.
Resumo em outra língua: Trypanosoma cruzi, etiologic agent of Chagas disease, presents a wide intraspecific variability and its interaction with the host may result in the development of clinical manifestations, which may be related to certain characteristics of the parasite and host. In relation to the host, genetic and immunological factors may be related to pathological manifestations. Thus the evaluation of inflammatory cells and cytokines produced by them, may allow a better understanding of the genesis of chronic injuries, determining what factors lead to the different clinical forms of the disease. In this study, Beagle dogs were infected with Y or Berenice-78 (Be-78) strains, which have distinct tissue tropism. Subsequently, these animals were necropsied during the acute phase (30 days after infection) or chronic phase (two years after infection) of experimental Chagas disease and esophagus fragments were collected to perform inflammation quantification, immunohistochemistry to detect T lymphocytes (CD4+ and CD8+) and real-time PCR for quantification of cytokines IL-6, IL-12, TNF-, IFN-, IL-4, IL-10, TGF-, and iNOS. In the acute phase inflammatory process observed was predominantly mononuclear and the quantification of the inflammatory infiltrate demonstrated that it was significantly higher in the infected groups compared to uninfected animals, with focal or diffuse distribution in animals infected by Y and Be-78 strains, respectively. In immunohistochemical analysis tissue sections of animals infected by Y or Be-78 strains, the vast majority of inflammatory cells were positive for CD4+ or CD8+ and was observed in similar proportions. However, in the chronic phase, the inflammatory infiltrate was focal, showing a reduction when compared to the acute phase and it was observed only in animals infected with Be-78 strain, consisting predominantly of lymphocytes and also with similar proportions of T cells subpopulations. Data analysis revealed that in the acute phase of infection was observed an increase in mRNA expression of proinflammatory cytokines TNF- and IFN- in animals infected with the Y strain of T. cruzi compared to the other groups. In the chronic phase there was an increase in mRNA expression of IL-6, IL-12 and TNF- and iNOS enzyme in animals infected with Be-78 strain in relation to the groups of animals infected with the Y strain and the uninfected animals. Regarding anti-inflammatory cytokines, there was only a significant increase in mRNA expression of IL-10 in animals infected with the Y strain compared to the group of uninfected animals in the acute phase. We did not observe any increase of the anti-inflammatory cytokines evaluated in this work, at the chronic phase of infection, on both infected groups. Thus we may conclude that the experimental infection of Beagle dogs with the Y or Be-78 strains of T. cruzi showed that both promote an acute inflammatory response, predominantly lymphocytic with similar proportions of T cells CD4+ and CD8+, restricted, in the chronic phase of infection, to the Be-78 strain. In addition, there was a distinct profile of cytokines, and the animals infected with the Y strain the focal acute inflammation was associated with expression of proinflammatory cytokines, whereas in animals infected with Be-78 strain the diffuse acute inflammation is not associated with expression of proinflammatory cytokines evolving to chronic focal inflammation associated with expression of these cytokines and iNOS enzyme.
Descrição: Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas. Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós Graduação, Universidade Federal de Ouro Preto.
URI: http://www.repositorio.ufop.br/handle/123456789/3715
Licença: Autorização concedida ao Repositório Institucional da UFOP pelo autor(a), 23/09/2014, com as seguintes condições: disponível sob Licença Creative Commons 3.0, que permite copiar, distribuir e transmitir o trabalho, desde que seja citado o autor e licenciante. Não permite o uso para fins comerciais nem a adaptação desta.
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