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Título: Do afropessimismo ao afrofuturismo : a anti-humanidade do trabalhador preto e o pressuposto empregatício da pessoalidade.
Autor(es): Corraide, Marco Túlio
Orientador(es): Pereira, Flávia Souza Máximo
Palavras-chave: Direito do Trabalho - Brasil
Decolonialidade
Afropessimismo
Afrofuturismo
Data do documento: 2022
Membros da banca: Pereira, Flávia Souza Máximo
Dutra, Renata Queiroz
Pires, Thula Rafaela
Lisbôa, Natália de Souza
Referência: CORRAIDE, Marco Túlio. Do afropessimismo ao afrofuturismo: a anti-humanidade do trabalhador preto e o pressuposto empregatício da pessoalidade. 2022. 125 f. Dissertação (Mestrado em Direito) – Escola de Direito, Turismo e Museologia, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2022.
Resumo: A presente dissertação versa como o Direito do Trabalho, especificamente no elemento fáticojurídico da pessoalidade da relação de emprego, lida com os corpos negros e suas atividades laborais, considerando principalmente as chaves de leitura da decolonialidade, do afropessimismo e do afrofuturismo, que denunciam, em uma perspectiva crítica-ontológica, a não-humanidade desses corpos para o Direito. Promove-se uma análise espaço-temporal para se compreender a não-humanidade dos corpos negros no passado, no presente e em um exercício de fabulação do futuro, para demonstrar que o corpo negro sempre foi — e continuará sendo lido — como uma matéria de extração, como nenhum outro grupo étnicoracial jamais será lido. Em um primeiro momento, analisa-se a construção do trabalho e do corpo negro na colonização e como foi estabelecida a ideia de não-humanidade da negritude no passado. Em seguida, investiga-se a relação do Direito do Trabalho no capitalismo neoliberal com a permanência da leitura do corpo negro como não-humano na contemporaneidade, por meio do estudo do elemento fático-jurídico da pessoalidade da relação de emprego. Por fim, utilizando-se do afrofuturismo como chave de leitura que se ressoa como binômio da leitura afropessimista, é realizado um exercício futurista mediante teorias sociológicas e filosóficas, para compreendermos que a perspectiva de um corpo negro não-humano não se alterará também no futuro. Conclui-se que as existências das trabalhadoras e trabalhadores negros não são abarcadas pela relação de emprego positivada no Direito do Trabalho brasileiro, em razão de uma limitação epistêmica-ontológica, que impede que pessoas negras ocupem o elemento fático-jurídico da pessoalidade.
Resumo em outra língua: This work deals with how Labor Law, specifically in the form of the employment relationship, given the requirement of personhood, deals with black bodies and their work, taking into account a socio-political-legal structure, based on the reading keys from afropessimism and decoloniality, which recognize, in an ontological perspective, these bodies as non-humans. A spatiotemporal reading is promoted to understand the non-humanity of black bodies in the past, in the present and in an exercise of critical fabulation, in the future, so that it is possible to assimilate that the black body has always been — and will continue to be read — as a matter of extraction, so that no other ethnic-racial group was read. At first, the construction of work and the black body in the face of colonization is dissected and how the idea of the non-human is constructed for black bodies. Then, the Labor Law is related, in face of a capitalist, neoliberal reality, contrasting it with the reading of the non-human black body, so that the requirement of personhood can be analyzed. Finally, using afrofuturism as a reading key that resonates as a binomial of afropessimistic reading, sociological and philosophical theories are handled so that, in a futuristic exercise, we understand that the perspective of a non-human black body will not change in the future. It can be concluded that the existence of black female workers is not covered by the employment relationship promoted by Brazilian Labor Law due to an ontological limitation that prevents the requirement of personhood from being fulfilled.
Descrição: Programa de Pós-Graduação em Direito. Departamento de Direito, Escola de Direito, Turismo e Museologia, Universidade Federal de Ouro Preto.
URI: http://www.repositorio.ufop.br/jspui/handle/123456789/15039
Licença: Autorização concedida ao Repositório Institucional da UFOP pelo(a) autor(a) em 22/06/2022 com as seguintes condições: disponível sob Licença Creative Commons 4.0 que permite copiar, distribuir e transmitir o trabalho, desde que sejam citados o autor e o licenciante.
Aparece nas coleções:PPGD - Mestrado (Dissertações)

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