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Título: Transgressão feminina na esfera teatral oitocentista brasileira : abolicionismo, maternidade e emancipação na dramaturgia de Maria Angélica Ribeiro.
Autor(es): Ribeiro, Andrea Sannazzaro
Orientador(es): Dias, Luciana da Costa
Palavras-chave: Teatro brasileiro
Maternidade
Gênero
Teatro
Data do documento: 2021
Membros da banca: Dias, Luciana da Costa
Gaio, Géssica Góes Guimarães
Oliveira, Karine da Rocha
Rangel, Marcelo de Mello
Andrade, Valeria
Referência: RIBEIRO, Andrea Sannazzaro. Transgressão feminina na esfera teatral oitocentista brasileira: abolicionismo, maternidade e emancipação na dramaturgia de Maria Angélica Ribeiro. 2021. 153 f. Tese (Doutorado em História) - Instituto de Ciências Humanas e Sociais, Universidade Federal de Ouro Preto, Mariana, 2021.
Resumo: A presente tese tem como objetivo analisar parte da dramaturgia de Maria Angélica Ribeiro (1829 -1880), de modo a problematizar como categorias históricas, tais como maternidade, gênero feminino e raça, atravessam as obras desta autora. A hipótese defendida é que através da linguagem teatral e de sua estética provocadora, a dramaturga foi capaz de se emancipar no espaço público. Sua atuação na esfera teatral é compreendida aqui como uma estratégia para se posicionar no mundo público. Defendemos que a autora se utiliza da causa abolicionista de maneira a assumir para si a luta pela emancipação feminina, a partir da consciência de que a emancipação do gênero feminino só seria possível em meio a uma sociedade livre em todas suas camadas. Ao problematizar a maternidade, através de seu próprio luto materno, transferindo essa questão também para a maternidade negada das mulheres escravizadas, a autora transgride a concepção de gênero feminino atribuída nos limites de seu tempo histórico. Através das peças analisadas, observamos como o gênero feminino é construído em sua linguagem e se põe em confronto com as concepções de outros autores que lhe são contemporâneos. Procurou-se compreender como a ação pública de Maria Angélica Ribeiro foi capaz de tencionar o até então em construção espaço público ao transgredir suas possibilidades de atuação e assumindo protagonismo em importantes debates do período, em torno de uma educação estética que visava reformar a sociedade. Por fim, pode-se concluir que a atuação da dramaturga revela a construção da possibilidade de um horizonte de expectativa visto sob a ótica de uma mulher oitocentista.
Resumo em outra língua: The present thesis aims to analyse part of Maria Angélica Ribeiro's dramaturgy (1829 -1880) in order to discuss how historical categories, such as motherhood, female gender and race, cross the author’s work. The defended hypothesis is that the dramatist was able to emancipate herself in the public space through theatrical language and provocative aesthetics. Her performance in the theatrical sphere is understood as a strategy to position herself in the public world. We argue that the author uses the abolitionist cause to take the struggle for female emancipation for herself, based on the awareness that the emancipation of the female gender would only be possible in the midst of a free society in all its layers. By problematizing motherhood, through her own maternal mourning, transferring this issue also to the denied motherhood of enslaved women, the author transgresses the conception of the feminine gender within the limits of her historical time. Through the analyzed pieces, we observe how the female gender is constructed in its language and confronts the conceptions of other contemporary authors. We sought to understand how Maria Angélica Ribeiro's public action was capable of bending the public space -- which was under construction at that time -- by transgressing its possibilities of action and taking a leading role in important debates of an aesthetic education to promote society reforms. Finally, it can be concluded that the playwright's performance reveals possibilities of a horizon of expectation seen from the perspective of a nineteenth-century woman.
Descrição: Programa de Pós-Graduação em História. Departamento de História, Instituto de Ciências Humanas e Sociais, Universidade Federal de Ouro Preto.
URI: http://www.repositorio.ufop.br/jspui/handle/123456789/14594
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