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Título: Estratigrafia e tectônica da Bacia do São Francisco na zona de emanações de gás natural do baixo Rio Indaiá (MG).
Autor(es): Reis, Humberto Luis Siqueira
Orientador(es): Alkmim, Fernando Flecha de
Soares, Antônio Carlos Pedrosa
Barbosa, Maria Sílvia Carvalho
Palavras-chave: Geologia estrutural
Bacias hidrográficas
Data do documento: 2011
Membros da banca: Alkmim, Fernando Flecha de
Uhlein, Alexandre
Endo, Issamu
Referência: REIS, Humberto Luis Siqueira. Estratigrafia e tectônica da Bacia do São Francisco na zona de emanações de gás natural do baixo Rio Indaiá (MG). 2011. 127 f. Dissertação (Mestrado em Evolução Crustal e Recursos Naturais) – Escola de Minas, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2011.
Resumo: A região do baixo curso do Rio Indaiá, situada no setor sudoeste da Bacia do São Francisco, nas proximidades das cidades Tiros, Paineiras, Morada Nova de Minas e Três Marias em Minas Gerais, encerra um grande número de exsudações naturais de gás. Visando à caracterização do cenário geológico de tais emanações, realizou-se na região um estudo estratigráfico e estrutural fundamentado em trabalhos de campo e interpretação geofísica. Além do embasamento, constituído por uma assembléia de rochas arquenas e paleoproterozóicas, cinco outras unidades litoestratigráficas foram reconhecidas na área de estudo. As unidades mais antigas, designadas pré-Bambuí (Pb1 e Pb2) não afloram e foram caracterizadas apenas em seções sísmicas. Constituem sucessões sedimentares de idade incerta que preenchem e cobrem baixos e altos do embasamento limitados por falhas normais de direção preferencial NE. Sobre estas unidades jazem as rochas neoproterozóicas do Grupo Bambuí que, em superfície, é representado pelas formações Lagoa do Jacaré, Serra da Saudade e Três Marias, compostas por pelitos e carbonatos marinhos, capeados por tempestitos arcoseanos. As rochas sedimentares e vulcanogênicas cretácicas dos grupos Areado e Mata da Corda são as unidades mais jovens que ocorrem na região. Os elementos tectônicos presentes são relativos a três fases de formação. A primeira fase (D1), de natureza distensional, gerou grabens e horsts de direção NE que envolvem apenas embasamento e parte das unidades pré-Bambuí. A fase D2, compressional, foi responsável pelo desenvolvimento de um cinturão de dobras e falhas de empurrão epidérmico de antepaís, no qual tomam parte somente as rochas do Grupo Bambuí. Este cinturão, que é a manifestação intracratônica do front orogênico da Faixa Brasília, formou-se em nível crustal relativamente raso, sob um campo compressivo WNW-ESE. As estruturas D1 descrevem, em mapa, uma grande curva com a concavidade voltada para oeste, a Saliência de Três Marias, cuja geometria resulta de variações de espessura do Grupo Bambuí e irregularidades do embasamento local. Elementos da fase de deformação D3 se superpõem aos das demais fases e relaciona-se à geração e evolução da Sub-bacia Abaeté, no Cretáceo Inferior. Nesta fase, desenvolveram-se falhas normais de direção N-S, geralmente associadas ao crescimento de seções estratigráficas do Grupo Areado, e juntas de cisalhamento de direção NNE e NW. Quando examinadas a luz dos resultados obtidos no estudo, as exsudações de gás natural do vale do Rio Indaiá se mostram associadas a estruturas distensionais tanto da fase D2 quanto na fase D3. A íntima associação destas ocorrências com a culminação da Saliência de Três Marias sugere algum controle desta feição tanto sobre elas, quanto sobre as acumulações de hidrocarbonetos em profundidade.
Resumo em outra língua: The lower Indaiá River valley, located in the southwestern portion of the São Francisco Basin near the towns of Tiros, Paineiras, Morada Nova de Minas and Três Marias, in Minas Gerais state, contains a large number of gas seepages. In order to characterize the geologic scenario of the seepages, a stratigraphic and structural study was carried out in the region, based on field data and geophysical analyses. Besides the basement, which is made up of Archean and Paleoproterozoic rock assemblages, five other lithostratigraphic units have been recognized in the study area. The oldest units, pre-Bambuí Pb1 and Pb2, are not exposed and were observed only in seismic sections. They correspond to successions of uncertain age that fills and covers NE-trending basement grabens and horsts. These units are overlain by the Neoproterozoic Bambuí Group, represented in the field by the Lagoa do Jacaré, Serra da Saudade and Três Marias formations, composed of pelites and carbonates caped by arcosic tempestites. The cretaceous sedimentary and volcanic rocks of the Areado and Mata da Corda groups are the youngest units exposed in the region. The tectonic fabric elements recognized in the lower Indaiá river valley are products of three deformation phases. The first phase (D1) was extensional and generated NE-trending grabens and horsts, that affect only basement and part of the pre-Bambuí units. The second phase, the compressional D2, was responsible for the development of a thin-skinned foreland fold-thrust belt that involves only the Bambuí Group. This belt, which corresponds to the intracratonic manifestation of the Brasilia belt orogenic front, developed at shallow crustal level under a WNW-ESE oriented contraction. D2-structures describe in map view a large curve, whose concave side faces west: the basin controlled Três Marias Salient. D3-phase structures overprint the older fabric elements and are associated to the development and evolution of the Abaeté Sub-basin, during Lower Cretaceous. This phase nucleated NS-trending normal faults coeval to the deposition of the Areado Group, as well as NNE and NW-oriented shear fractures. When examined in the light of the obtained results, the lower Indaiá river gas seepages seem to be controlled by extensional structures of both D2 and D3 deformational phases. The relation between the distribution of the seepages and the apex of Três Marias Salient suggests some influence of this structure upon their occurrence and the subsurface hydrocarbon accumulations.
Descrição: Programa de Pós-Graduação em Evolução Crustal e Recursos Naturais. Departamento de Geologia, Escola de Minas, Universidade Federal de Ouro Preto.
URI: http://www.repositorio.ufop.br/handle/123456789/10002
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